9| Despedida

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(Por todas as vezes em que me despedi de mim mesma, mas voltei)

Dá vontade de rasgar a pele, assistir o sangue quente descer sem pausa e depois adormecer por algumas noites, ou dias

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Dá vontade de rasgar a pele, assistir o sangue quente descer sem pausa e depois adormecer por algumas noites, ou dias. Eu sinto vontade de sair correndo, gritar prós céus ou pra quem quer que ouça que sou humana e erro também, pra que entendam que minhas dores são reais o suficiente pra que eu não aguente mais respirar.

Não tenho ninguém pra ligar e a internet não me distrai, não sou mais dessa época. Não consigo mais entender as histórias e livros que leio e a Netflix cada vez se torna menos atrativa. Perdi coisas demais e analisar isso tudo faz com que eu me sinta cada vez mais perdedora de mim mesma.

Eu estou meio bêbada e chorando sob a colcha branca florida em um quarto que não me pertence, numa realidade que não é minha, a falta faz parte de quem sou agora. Família destruída, não me ligaram do emprego, não sou de tantos amigos.

Ninguém sabe o que se passa aqui dentro, ninguém ouve esse grito de socorro, os papéis amassados já foram pro lixo há muito tempo e sequer os abriram pra ler, só as paredes me escutam na maior parte do tempo e eu sinto assim, d e s i s t ê n c i a.

Tenho medo de morrer, depois do medo de morrer, tenho medo de continuar com esse vácuo na alma, pois sozinha sei que não me encho.

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