Segredos da família Real

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Resmunguei algo inconsciente enquanto me remechia sobre a cama. Senti meu corpo coberto até mais para cima da cintura, mas não abri os olhos. Era o alto da madrugada já , embora eu tivesse perdido o sono , continuei de olhos fechados.

Meus pensamentos estavam voltados para Jacob. Estava relembrando a ligação. Foi aí que percebi o braço que me apertava contra algo rígido e quente. Obviamente maior que eu.

Senti um arrepio ao sentir que ele estava sem a parte de cima.

--- Aí meu Deus...--- Sussurrei para mim mesma.

Afastei o braço devagar e depois me Afastei do corpo lentamente. Assim que me certifiquei de não te-lo acordado fui até a janela.

A cidade era luminosa demais. Me perdi naqueles prédios e luzes. Me vi pensando de novo em Jacob e Karol.

Meus olhos alcançaram o céu.
Eu não podia ser adequada para muitos, mas naquele momento eu sabia que alguém me entenderia e que me ajudaria.

--- Caí no meio de um povo povo ao qual não conheço senhor, por erro meu, Agora...Não deixe que ninguém sofra comigo. Me ajuda Meu Deus...

Podia lembrar de minha mãe orando. Ela iria ficar orgulhosa de mim naquele momento.

Voltei para cama e me deitei , dessa vez de frente para Hamdan.
Observei sua feição tranqüila e serena. Não merecia aquilo...

O que aquele homem havia feito com Aisha que levou ela a odia-lo tanto? Eu ainda me perguntava. Contudo, também me vi assustada com o ataque dele horas antes porém naquele instante ele parecia ser até outra pessoa.

Como se meus pensamentos fossem falas ditas em voz alta , ele acordou por ter ouvido. ( suposição)

Fiquei sem jeito no início mas logo não me importei que ele soubesse que estava o olhando dormir.

--- Você ainda está de véu.--- sua voz sonanbula murmurou.

Me senti aliviada dele não ter tirado meu véu . Adormeci sem ver e estive a mercê de Hamdan. Mas além de ter tirado sua camisa , ele não havia feito mais nada.

--- Você ainda está em minha cama.

--- Nossa. --- Corrigiu.

Fiquei quieta apenas observando ele e ele fazia o mesmo. Após um tempo senti que já era demais encarar aquelas fendas negras.

--- Vou beber água.

Me levantei e antes que saísse corredor a fora sua voz me alcançou.

--- Não demore.

Mas ele não aguentou muito tempo o sono assim que a porta se fechou.

Entrei em um quarto qualquer e arranquei o véu de uma vez. Meu cabelo caiu olioso sobre meu ombro.
O quarto parecia um escritório ou mini-biblioteca , algo desse tipo. O bom é que encontrei uma porta que dava para o banheiro.

Arranquei todos aqueles panos , vasculhei um pouco e achei roupas masculinas como calça Tactel e camisa de algodão. Peguei uns acessórios para cabelo que encontrei e comecei a fazer minhas tranças Box Braid de um jeito diferente, enrolado, demorou um pouco mais terminei antes das 4 da Madrugada.

Minhas vistas doiam, eu estava sem meus óculos e vasculhei mais um pouco me deparando com um de armação escura. Usaria por um tempo , seu grau parecia ser pouco como os meus , que eram de descanso.

Sai do cômodo e comecei a andar com cautela pelo Al Falasi , havia lugares em que haviam pessoas de acordadas na maior zueira . Logo procurei evita-los.

Eu encontrei o andar de baixo e comecei a procurar a saída daquele lugar. Aquela area estava extremamente silenciosa.

Em um daqueles corredores em que andava devagar , assim que me virei dei de cara com um homem maduro , como Hamdan e também tinha uma bela barba.
Vi seus olhos se arregalaram e depois suas sobrancelhas arquiarem.

--- Quem é você?

Ele deu de ombros quando demorei a responder.

--- Quem liga não é ? Esses homens sempre trazendo acompanhantes de luxo pra ca.--- Murmurou e após me pegou pelo braço e saiu me arrastando. Resmungando enquanto me arrastava. --- Afinal quantos anos você tem? Aí meu Deus! Eles não se cansam.

Por fim ele me jogou atrás de uma porta que ficava na cozinha e me pediu pra não sair. Não entendi bem mas permaneci ali calada. Dois homens então entraram falando alto pela larga entrada da cozinha , pareciam festejar.

Os observei da greta da porta.

--- Ele realmente vai pagar pelo que seu irmão querido fez. Alguém tem que pagar! --- Disse um , ao qual reparei que tinha uma pequena cicatriz na bichecha.

--- Pobre Sheikh .--- Ironizou o outro e tirou um vidrinho com algo dentro , como um liquido escuro, de um bolso da sua bata --- Use no momento certo.

Após isso ambos se retiraram, ainda eufóricos e falando alto. Assim que não os pude ouvir mais, sai daquele cômodo e voltei ao quarto onde havia deixado as coisas de Aisha.

*

As mãos de Hamdan apertavam com força a rédeas do cavalo , o puxando enquanto andava no chão por um de seus campos próximos ao estábulo real.

Sua mente andava vagando em suas coisas , além da esposa , ele espera notícias sobre uma investigação pessoal que comandava.

A algum tempo atrás seu falecido irmão havia matado um funcionário do governo , numa posição não muito importante. O real motivo era que este homem , Salah Yousef , havia descobrido toda a linhagem por trás do Trono real.

Ele tinha na verdade o direito de ser Sheikh caso o presidente do país não tivesse herdeiros.
Pois seu herdeiro estava destinado a cuidar de um determinado local..De certo Dubai. E isso era algo que a família real não estava disposta a permitir.

Porém O Califa não possuia nenhum filho até sua revelação dada ao pai de Hamdan antes de partir . Havia um filho sim, porém não legítimo pois sua mãe era uma mulher Americana.

Desde aquele momento a família real se empenhou em procuarar esse herdeiro para fazer com que ele nunca queira aparecer. O que tem
sido uma tarefa difícil.

Se o herdeiro aparecer será o fim dos Al Maktoum.

O Sheikh parou e se sentou em baixo de uma árvore ainda segurando as rédeas com uma mão, com a outra alisava o cavalo.

Devagar vinha caminhando um oficial real ao qual se chamava Saqib. Ele se sentou ao lado de Hamdan e se pôs a olhar pra frente como o moreno.

--- Algum problema alteza?

--- Nada com o que voce deva se preocupar.

Ambos foram rápidos nas resposta.
Saqib deu um longo suspiro.

--- Seus irmãos continuam trazendo acompanhantes para o palácio. Nessa madrugada encontrei com uma no corredor.

Hamdan tinha consciência sobre o que seus irmãos faziam. Não os julgava pois muitas vezes fez igual.

--- Apenas leve elas pela saídas do fundo. --- falou.

--- Sim senhor.--- Saqib esperou um pouco antes de voltar a falar --- E como vai a esposa?

Hamdan simplesmente queria ficar só.

--- Não há vi hoje , contudo não sei como está.

Saqib olhou para o lado e sorriu vendo uma figura miuda com uma abaya e véu rosa se aproximar.
Hamdan não precisou olhar para o lado para poder ver ela. Não sabia como , mas algo nela havia mudado e parecia que o atraía mais. Sentia ela.

Saqib se levantou e saiu com uma reverência.

A cada passo que ela dava mais perto era como se o coração do moreno fosse sair do peito. Mas ele não se deixaria manipular por uma mulher e se pôs de pé rapidamente. Virou no momento em que ela já estava perto do cavalo.

Como se fosse levado pelo sorrisso dela ele sorriu também.

Os dois se aproximaram e se prenderam em um leve selinho.

Nas Garras do FalcãoOnde histórias criam vida. Descubra agora