Tudo esta mudando em mim

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O sol acabava de chegar pela janela jogando seu brilho intenso em meu rosto.
Eu estava sentada no tapete de frente para ela, vestida e com o cabelo solto, sem preocupações já que a porta estava trancada.
Apesar de ter perdido o sono , a noite não foi tão longa assim. Me ocupei com várias coisas para afastar o sonho que tentada me dominar. Mas sempre em algum momento eu lembrava dele.
Fitei o chão enquanto me perdia em meus próprios pensamentos. Surgiu um que me neguei a crer e Sacudi a cabeça.
Eu estava confundido as coisas e esquecendo que ali nada me pertencia. Devia focar em sai dalí ja que Hamdan estava salva. Eu não ia ceder a pressão de Aisha, ela me acuse do que quiser. Eu tinha um casamento a realizar e era logo no próximo mês. Já estava tudo planejado.

Ouvi duas batidas na porta e corri pondo o véu como niqab, era importante que ninguém visse meu rosto se não eu seria descoberta e iria presa ali mesmo.
A minha saída dalí tinha que ser planejada pra se descoberta assim que já estiver voltando para o meu país.
Abri a porta e Hamdan estava lá parado.
Pela primeira vez ele estava sem suas vestes tradicionais. Ao contrário, vestia uma calça tactel preta leve e uma camisa azul escura com um símbolo de falcão no peito, ela parecia um pouco apertada nas mangas pois seus músculos estavam bem visíveis. Ao contrário do turbante , agora ele tinha um boné azul sobre os cabelos negros. Mas nem o boné conseguia conter tantos fios.

Ele sorriu para mim. Um sorrisso doce e largo. Totalmente diferente do que da última vez que o vi. Dei um sorrisso também e ele percebeu.
Seu corpo alto passou para dentro do quarto e fechou a porta atrás de si, depois ele deu passos até chegar a mim e segurar meu rosto com suas duas mãos. Aproximou mais o seu rosto e tocou meus lábios com os seus por cima do véu. Depois se afastou sorrindo ainda.
Foi impossível não lembrar do sonho e sentir um arrepio subindo pela espinha. Olhei para baixo pois não consegui fitar seu rosto.

--- Bom dia--- ele começou a fazer carinho em meu rosto --- meu amor.

--- Bom dia. --- falei rápido e ainda sem olhar em seus olhos.

Cada palavra que ele falava me fazia lembrar do sonho, cada vez mais e mais. Senti que minhas bochechas coravam. Mordisquei meu lábio inferior e me senti feliz por ele não ver toda a minha expressão de vergonha e terror.

Ele fez silêncio por um tempo e fiquei a imaginar o que ele estaria pensando. Estava tentada a olhar e como se quisesse me provocar e que tivesse lido meu pensamento ele folou:

--- Olha para mim.

Sem retrucar levantei os olhos e Fitei os dele. Parecia que ficamos ali por um tempo só olhando dentro um do outro.

...

--- Obrigada ,Por ter salvo minha vida.

Aquilo fez meu coração disparar e minha garganta secar. Na verdade o coração pulava. Era errado, mas eu não estava livre daquele sentimento.

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Assad estava sentado em uma mesa dum Café a horas. Em sua frente, na mesa estava as pastas que faltavam dos brasileiros , as fichas pessoas dos possíveis herdeiros de Zayed, ou Califa.
Em sua mente passava a imagem da mulher que havia lhe chamado atenção na noite anterior. Mesmo sem poder ver seu rosto, ele viu em seus olhos algo diferente logo que a viu. Parecia até loucura de sua parte.

E era.

Sacudiu a cabeça e deixou de lado seus pensamentos fúteis, focando nas pastas. Abriu a primeira e observou bem, era um menino magricelo Com pinta de Nerd.

--- Com certeza não. --- Riu sozinho ao olhar a foto do jovem novamente. E riu praticamente de todos que olhava a foto.

Por fim, nada serviu. Ele jogou as pastas na mesa novamente e pegou o celular. Discou um número e ficou a esperar , até ser atendido.

--- Ola Detetive, sou eu Assad. Preciso de um serviço.

...

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Depois de um pedido do Sheikh eu aceitei sair com ele em um de seus carros para o Deserto. Majid estava atrás super animado. Realmente, o Deserto era fascinante.
Suas areias eram como as ondas do mar. Durante o percurso Hamdan parecia estar alegre e sorria bastante , além de brincar com Maj.
Assim que ele sorria eu sorria junto. Era inevitável. Por fim decidir não tentar evitar mais e simplesmente resolvi curtir o passeio.
Eu permaneci calada a viagem toda já que os homens estavam falantes.
Sempre que percebia estava encarando o motorista e quando ele se virava rapidamente para me olhar, eu desviava.
Me perguntava o que estava acontecendo comigo. Embora mostre claramente que eu me negue a aceitar qualquer coisa.

--- Maj --- Chamou o filho --- Você vai ficar com o tio Norah na casa dos falcões.--- Sorriu e pegou minha mão --- Eu quero levar sua mãe para ver um lugar.

Olhei seus dedos entrelaçados aos meus. Sua mão era bem maior que a minha, mas o calor que ela me transmitia era de arrepiar. Fiz com que um de meus dedos esfregasse a pele dele de leve e vi um sorrisso em seus lábios.

Deixamos o Majid na casa dos facões ( Literalmente ) com um ancião , Norah ,e seguimos mais um pouco pelo deserto até uma tenda enorme.
Por dentro dela havia muitos tapetes e vários móveis com objetos , incluso uma enorme cama no meio da tenda. Ela me parecia confortável assim como o lugar.
As mãos dele grudaram na minha e devagar ele foi me conduzindo ao enorme leito.

--- É aqui que venho quando estou cansado de tudo isso. --- disse e pela primeira vez vi muita tristeza em seus olhos. Era óbvio que ele falava dos desafios de herdeiro real.

Nos sentamos sobre a cama e vi que realmente ela era macia. O moreno permanecia me olhando fixo.

--- Achei que nunca me perdoaria pelo que fiz...Aisha.--- ele sorriu --- Mas voce me ama. Eu sei agora.

--- Eu só quero seguir em frente --- falei, para amenizar.

Ele assentiu sério e após seus labios formaram uma linha. Só havia nós dois ali , no meio do deserto.
Era como no sonho.

--- Você quer tirar o véu? --- ele perguntou.

Já era uma outra vez que ele falava disso, então achei melhor da uma desculpa para não acharem estranho demais.

--- É que eu machuquei meu rosto e tem uma cicatriz nele. Mas já estou cuidando disso.

Ele deu de ombros.

---Eu não me importo.

Ele manteve um tom sério exigindo por um tempo aquilo.

--- Não quero que me veja assim. --- fiz uma voz chorosa e mais uma cena para convence-lo. Até que ele respirou fundo.

Mas ele não havia desistido ainda. Foi até um móvel na tenda e pegou um tecido grande escuro.
Se sentou na cama novamente e começou a passar aquele pano em volta de seus olhos até dar um nó em sua nuca. Eu já previa o que ele queria, mas mesmo quando ele se deitou ainda não estava claro.

--- Tira o véu e venha deitar aqui comigo. --- Ordenou.

Relutei um pouco , mas era preciso se não ia ficar cada vez pior. Então tirei o véu receosa e me espichei do lado dele, pedindo a Deus para que ele não estivesse vendo nada mesmo.

--- Sobe em cima de mim.

Subi, pois ali quem mandava era ele. Torci para que nada indesejável acontecesse.
Esperei que ele desse mais outra ordem porém não o fez.

Estava bem claro o que era pra ser feito.

As mãos dele subiram por minhas costas e me inclinei para mais perto de seu rosto.

--- Voce está diferente. --- gelei ao ouvir isso --- Parece que amadureceu. Mas eu gosto disso.

Sorri e após me aproximei mais juntando nossos lábios. Os braços dele me apertaram forte e o beijo foi passando a ficar mais feroz.

Nas Garras do FalcãoOnde histórias criam vida. Descubra agora