Capítulo 5 - É o Nosso Segredo

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Heloísa Riche

          Acordo e olho meu celular, são sete da manhã, parecia que eu tinha acabado de me deitar. Ainda meio sonolenta vou caminhando para a cozinha, ouço uma música baixa e o som do liquidificador, reviro os olhos. 

— Alice, por que está fazendo barulho logo cedo? Você prometeu me deixar em paz hoje. — Falo entrando na cozinha e vejo um homem de costas, eu infelizmente sei bem quem é esse homem. 

— Ah, posso ser a Alice se quiser, mas garanto que ela não é tão gostosa quanto eu. — Ele se vira sorrindo e vejo um machucado em seu rosto — Calcinha bonita, a propósito!

— Vicente! — Falo alto e volto correndo para o quarto.

          Coloco um shorts de dormir, sinceramente foi o primeiro que achei, em seguida volto para a cozinha, ele estava sentado tomando café. Olho ao redor e as louças estavam guardadas, a pia impecável nem se quer parecia ter sido mexida, as únicas coisas sujas era o liquidificador e uma espátula suja de... Chocolate?

— O que você está fazendo na minha casa essa hora da manhã? — Olho para ele nervosa — Se bem que a hora não importa, você nem deveria estar aqui. 

— Quer que eu vá embora? — Larga a caneca e me olha. 

— Bom... — Fico sem jeito — Como chegou aqui?

— Não fuja da minha pergunta. — Me olha sério — Quer que eu vá embora? 

— Já que está aqui não precisar ir se não quiser. Mas mantenha sua boca longe da minha, eu sei o que queria fazer ontem. — Me sento na frente dele e pego uma caneca colocando café na mesma. 

— Você não me impediu. — Sorri. 

— Ia fazer diferença? — O olho e ele dá de ombros  — Como chegou aqui?

— Se não se lembra... — Levanta-se e pega panquecas — Meu segurança que trouxe você, e ficou a madrugada do lado de fora. — Coloca o prato na minha frente — Agora sem mais perguntas e coma. Marcelo me disse que estava passando mal ontem quando saiu da The Week. 

— Impossível alguém ser mais mandão que você. — Reviro os olhos e como. 

— Vai dizer que não está gostando. — Faz cara de malícia e eu me calo. 

          Como em silêncio enquanto ele me observava, a panqueca estava divina, devo admitir, o sabor doce combinava perfeitamente com o azedo do morango. Morango? Aonde ele havia achado morangos? Assim que acabo de comer ele vai para a sala e eu lavo a louça, não demora muito e deixo a cozinha em ordem, como se precisasse, vou para a sala e me sento em outro sofá, longe dele. 

— Podia me deixar ver esse seu machucado. — Me levanto indo até meu escritório pegar uma caixa de primeiros socorros.

— Pensei que só cuidava de crianças. — Me sento do lado dele. 

— Não que você não seja uma. — O olho e ele sorri — Como conseguiu isso? — Começo a olhar para ver se havia algum corte. 

— Eu luto. 

— Logo melhora. — Guardo as coisa e coloco em cima da mesinha de centro ignorando sua explicação vazia. — Não vai me dizer de verdade aonde estava ontem? 

Apenas Uma Noite [REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora