Destino Implacável

Capítulo 32

                Willian narrando

Quando Alana falou que ia ser um menino,meu coração disparou pô. Fiquei sorrindo que nem bobo por um tempo.

- É menina ou menino parceiro?-Ruizinho falou.

- É menino pivete, é menino! - abracei ele.

- Caramba vei, que felicidade. Você todo animado assim até me bateu saudades do meu menino.

- A gente vai sair daqui Rui, tu vai ver. Nossos pivete ainda vai empinar muita pipa na laje..

- Eu creio mano, pode pá que o que mantém vivo é a certeza de que quando eu meter o pé daqui vou ver minha neguinha, meu filho, e minha coroa.

- Tenha fé porque até no lixão nasce flor. - toquei em seu ombro.

Ficamos de boa, até que o fdp veio chamar nós pra tomar banho. Ok, essa era minha chance de falar com o carcereiro.

Me aproximei perto dele sem chamar atenção e mandei o papo reto.

- Colé vei, eu tenho que sair daqui eu e o parceiro, eu te paguei muito bem e ainda pago pelas regalias aqui dentro, minha mulher ta com cinco meses daqui a pouco vai parir e eu aqui.

- Calma! Mês que vem vamo armar  uma rebelião aqui, mas só vai sair quem fortalecer , tamo recebendo muito dinheiro  por isso.

- Espero mesmo! Traz aquelas paradas que eu pedi, e pega o dinheiro na mão do parceiro naquele mesmo lugar.

Tomei meu banho e várias fitas veio na mente. Será que eu ia ser um bom pai pro meu filho?

Te falar pô, eu gosto de Alana demais, mas nunca fui de demonstrar paixão ou essas coisas não, meu papo sempre foi jogar o xaveco e levar pra cama, mas com Alana deu no que deu né. E agora ela me deu o melhor presente da minha vida, essa porra louca sem juízo é tudo pra mim.

Posso até comer outras, mas a dona do meu coração sempre vai ser ela, papo reto.

Fui para aquela desgraça de cela e fiquei conversando e rindo com Rui. Ao mesmo tempo eu pensava na minha Barbie morena, em minha mãe , meu mano. Eu ia voltar!

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               Eduardo (pai De Wl)

Acordei com Giulia reclamando em meu ouvido, não sei pra quê fui me casar com esse encosto.

Ignorei a presença dela e fui tomar banho. Vesti meu uniforme, e coloquei minha arma na cintura, eu tinha sempre que chegar cedo pois era superior a meus colegas de trabalho, e muito respeitado.

- Você já vai?

- Vou sim, Giulia.

- Eduardo. Você não tem mais tempo nenhum pra mim!

- Eu trabalho mulher. Você não entende?

- Eu tenho uma imensa fortuna, você deveria largar esse trabalho e se aposentar.

- Eu não quero depender de ninguém.

- Mas eu te amo por isso casamos.

- Só você ama. - falei baixinho.

- O quê?

- Nada, tenho que ir tchau.

Tomei uma xícara de café e já ia saindo quando ouvi ela murmurar.

- Espero que não vá ver aquele filho favelado e bandido.

- O que você disse?

- A verdade Eduardo! Se eu fosse você eu nem fazia questão de ter um filho traficante, que nojo.

- Ele é meu filho Giulia. E se ele está nessa vida hoje, é culpa minha, de mais ninguém, que deixei ele e a mãe dele passando dificuldades.

- Claro, quem ia assumir uma favelada vagabunda. - debochou.

- Você pode falar o que quiser, mas não vai me impedir de tentar conquistar meu filho, se for possível eu até aceito ele do jeito que ele é.

- Seu filho?Ele é um bastardo.

- Quem é você pra falar nada? Você nunca foi capaz de me dar um filho.

Disse e sai pisando firme. Sei que talvez peguei pesado, mas Giulia era insuportável e mesquinha. Eu só me casei com ela naquela época, porque fui obrigado pela minha mãe. Sempre fui um fantoche nas mãos de minha mãe, por isso não pude assumir meu filho, eu não tinha dinheiro, o dinheiro era dela. Nem tinha começado minha carreira de policial, então tive que me submeter as escolhas dos outros e sei que Lourdes nunca vai me perdoar por isso.

Por isso pago caro até hoje.

Atrás daquela carranca de Wiilian, eu vejo só um menino que precisa de ajuda.

Sou bem sucedido no trabalho, tenho dinheiro, mas sou infeliz no casamento, na minha vida, não tenho alguém pra conversar, não tenho um filho.. Por isso vou fazer de tudo pra conquistar o amor de meu filho, e se possível até o de Lourdes.