Capítulo 57

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                Alana

Um ano depois...

Um ano... Um ano depois de tudo que aconteceu. Willian permanece em coma, minha vida parou depois disso. Mas eu não desisti dos meus objetivos. Voltei a estudar e estou fazendo curso de enfermagem, prestes a me tornar uma auxiliar.
Todos os dias depois do curso, eu levava flores para ele. Seu quarto já estava repleto de buquês com declarações românticas..

Rodrigo assumiu o morro por enquanto, e eu também cuido das finanças, Willian ficaria orgulhoso em saber. Lucca está uma graça, completou dois aninhos recentemente, sem o pai por perto...Minha mãe se tornou minha melhor amiga de novo.

Enfim, muitas coisas aconteceram...
Estava voltando do curso, era noite, o vento bagunçava meus cabelos me fazendo sorrir, fazia tempo que não via uma noite tão bonita.

- Alana? - uma voz bastante conhecida falou.

Virei- me para trás e tive uma surpresa, era Alan. Ele estava diferente.

- Alan! - disse surpresa. - Você sumiu.

- Sim viajei para casa da minha avó. Cheguei hoje, que sorte te encontrar pela rua há uma hora dessas.

- Grande sorte. - sorri fraco.

- Como estão as coisas?

- Eu me casei, meu filhinho já está com dois anos. Mas... Willian levou um tiro e está em coma a exatamente um ano.

- Que barra! - ele falou boquiaberto.-Pelo menos ele tem chances?

- Sim, ele está em ótimas condições. Mas o problema é que não sabemos a hora e nem o dia que ele voltará para nós.
No caminho ele falou que estava casado e seria pai de gêmeos. Fiquei feliz por ele, merecedor de toda felicidade.

Iria fazer uma visita a Willian, mas resolvi deixar para outra ocasião. Meus pés latejavam de tanta dor, ficar em pé no ônibus é uma droga.

Peguei Lucca na casa da minha mãe, e cheguei em casa exausta. Tirei os sapatos, coloquei meu filho na cerquinha de proteção assistindo um desenho e cochilei.
Acordei uns vinte minutos depois, meu bebê estava faminto. Fiz a comidinha dele que dormiu logo em seguida, é um presente de Deus, não dá trabalho algum esse menino.

Tomei banho e capotei na cama.

******

Acordei com o celular tocando desesperadamente, olhei no visor e número desconhecido, nossa que droga. Atendi... E nossa meu coração quase pulou pela boca, depois de um ano esperando, depois de me tornar madura, me resguardar de tudo por amor, ele acordou.

Sem pensar, vesti a primeira roupa que encontrei e liguei para
Talia. Já que ela é minha vizinha podia dar uma olhada em meu filho.

- Não quero incomodar amiga.

- Eu te levo Lana. Também quero ver meu irmão. - Murilo falou feliz.

Subi na moto e abracei a cintura de meu cunhado. Sentia meu coração disparar a todo instante só de saber que iria encontrar o meu marido. Não via a hora de abraçar, beijar, fazer amor como nos velhos tempos.
Esse ano foi o pior da minha vida. Com certeza willian nem terá noção que dormiu durante este tempo todo.

**
Chegamos no  " hospital", esperamos a ficha para entrar no quarto.

- A médica só permiti um por vez. - a recepcionista falou.

- Vai você Lana. - Murilo falou.

- Valeu!

Juntei todas minhas forças, e abri a porta do quarto. Tinha enfermeiras removendo o acesso do braço dele.  Entrei de fininho, e dei boa noite. Quando ouvi aquela voz grossa chamando por meu nome, senti um turbilhão de sensações.

- Alana. - ele disse.

- Oi meu amor.- essas foram as únicas palavras que saíram da minha boca.

- Eu dormi por um ano? Isso é verdade?

- Sim.

- Eu estou muito confuso.

- Eu sei, tenta relaxar e depois você vai assimilando as coisas..

- As enfermeiras disseram que você esteve o tempo todo aqui, e que essas coisas foi tu que pôs no quarto.

- Sim. Eu esperei cada dia, cada minuto por esse momento.

- Eu só lembro de ter levado um tiro dos cana e caído.

- Shii. Não diz nada.

- E nosso filho?

- Ele está um príncipe!

- E você minha Barbie como está?

- Feliz! Durante esse tempo eu passei de ano, e tô até fazendo meu tão sonhado curso de enfermagem. Você não vai ficar bravo não? - falei receiosa.

- Jamais. Eu mudei.- sorriu.

Eu pensei que ele iria acordar com sequelas, mas não, ele acordou melhor do que nunca. Obrigado senhor.

O abracei com ternura. Seria longa a jornada para recuperação, mas como sempre, estaria com ele.

Destino ImplacávelOnde histórias criam vida. Descubra agora