Alana narrando
- Não me mata por favor. - eu gritava ao homem que me apontava uma arma.
Eu estava no chão jogada, um lugar escuro e sombrio. Eles me batiam e me chutavam, eu gritava pelo meu filho e chamava Willian.
- Agora você vai morrer vagabunda!
Não vi mais nada desmaiei.
Acordei lentamente, tudo girava, parecia que eu dormia a dias. Olhei para o teto, minha visão embaçada, só via várias pessoas de branco ao meu redor.
Demorei para me estabilizar, e consegui enxergar. Tinha várias enfermeiras ao meu lado, eu estava num hospital.
- Onde eu estou? - tentei me levantar mas me impediram.
- Calma, você está num hospital querida. - a moça falou gentilmente.
- Eles querem me matar eu tenho que sair daqui.
Eu estava atordoada, aquele pesadelo entrou na minha mente.
- Ninguém quer te matar, provavelmente você estava sonhando agora fica bem calma tá bom.
Eu assenti e ela colocou algo no soro que havia perto de mim, me senti mais calma. Queria entender por que estava aqui, por que sonhei aquilo.
Vagas lembranças rondavam minha mente, lembrei- me, eu estava tendo meu filho, mas o que aconteceu? Cadê meu filho?
- Cadê o meu filho? - perguntei nervosa.
- Ele está no berçário, logo logo vamos trazer ele pra você.
Fiquei mais tranquila em saber que meu filho estava bem, mas ainda queria entender o que estava acontecendo.
- Por que eu estou aqui?
- Você ficou dois dias em coma após seu parto, você é muito novinha e teve complicações ao ter um parto normal . Mas agora fica tranquila que está tudo bem, vou aferir sua pressão, e com repouso e tranquilidade tu voltará a sua rotina e a sua casa.
- Obrigado. - dei um sorriso fraco para ela.
Ela aferiu minha pressão, e disse que estava tudo bem.
Sorri e se não fosse aquela enfermeira eu iria levantar e pular nos braços de Willian. Era ele ou eu estava delirando?
- Minha morena, eu pensei que você não ia acordar tão cedo. Que saudades. - me abraçou.
- Willian. - sorri. - É você mesmo?
- Claro, vou ter que te beijar pra você acreditar - me deu um beijo.
- Como você conseguiu sair de lá?- falei baixinho.
- Longa história, mas isso não é sua prioridade agora. Primeiro você tem que se recuperar, depois a gente conversa.
- Tá bom, o importante é ter você comigo. - acariciei seu rosto. - Você já viu o nosso filho?
- Já sim. - deu um sorriso enorme. - Ele é lindo e parece muito comigo, nosso Lucca é um guerreiro.
- Ele está bem não está?
- Uhum, só está no berçário tendo alguns cuidados especiais por que nasceu um pouco antes do tempo mas fora isso, é um menino saudável e forte!
Fiquei feliz, abracei Willian mesmo com um pouco de dificuldade. Meu sorriso se desmanchou ao lembrar daquele pesadelo.
- Eu tive um pesadelo horrível. - desabafei.
- Como?
- Uns homens me prendiam e queriam me matar. - falei aflita.
- Foi só um sonho amor,ninguém vai te matar. Eu estou aqui com você não estou?
- Graças a Deus está. - sorri.
Ficamos no love um pouquinho, até que minha sogra e Murilo entraram no quarto. Ai minha alegria aumentou mais ainda.
- Minha foveira, você acordou! - Murilo veio até mim.
- É cara de fuinha eu acordei! - sorri e dei um beijo em seu rosto.
- Pelo visto vocês viraram muito amigos neste tempo que fiquei naquele inferno. - Willian falou.
- Mas que amigos, viramos uma família! - eu disse.
- Agora sai que é minha vez de falar com minha filha. - minha mãe emprestada veio me dar um abraço.
- Ah que saudade da minha mãezinha de coração!
Ouvi um pigarro e olhei, não acreditei em quem vi. Era minha mãe, o que ela estava fazendo aqui?
- Pelo visto você já tem uma nova mãe... - ela falou.
- O que a senhora está fazendo aqui?
- Eu vim conversar contigo, mas não quero atrapalhar seu momento com sua família. - deu ênfase a palavra família.
- Gente vocês podem deixar eu conversar com a minha mãe um pouquinho?
- Claro meu amor, daqui a pouco q gente vem te ver. - minha sogra falou.
- Obrigado por tudo, te amo. - soltei um beijo para ela.
Minha mãe se aproximou, e me abraçou.
- Filha, eu quero te pedir perdão por ter abandonado você no pior momento.
- Mãe... Que tem que pedir desculpas sou eu. Eu te decepcionei em todos os sentidos.
- Sim, decepcionou sim. Você era uma menina estudiosa, exemplar, cuidava de mim.. E do nada Alana, você vai morar com um traficante, um homem que já tirou milhões de vidas inocentes.
- Eu sei, tenho a plena consciência disso. Mas a senhora tem que entender que fiz tudo inconsciente, só o amor falava por mim, não
pensei em nada nem nas consequências. Mas eu estou feliz mãe, tenho meu filho, e amo Willian- Está bem Alana. Independente você é minha filha. Só me dói saber que você está casada com um foragido da polícia, um traficante, e que ainda tem um filho com ele. Quando ele for preso minha menina, você vai estar sozinha, essa vida não é fácil Alana,é tudo ilusão!
- Okay mãe, eu amo ele tá? E vou suportar qualquer adversidade.
- Eu estarei com você minha princesa, mesmo não aceitando suas escolhas. - me abraçou.
- Obrigado mãe. - deixei um lágrima cair.
- Seu destino está traçado com esse homem. Eu não posso mudar mais nada.
Suspirei. Ela tinha razão em tudo que disse, afinal mãe é mãe.
Mas a essa altura do tempo, eu já estou totalmente comprometida com Willian. Eu choro todas as noites pedindo para Deus proteger meu amor, tirar ele dessa vida... Tantas oportunidades, tantas coisas honestas para ele fazer.. Um dia, eu creio que vamos sair desse morro, willian vai abandonar o crime e vamos ser felizes.
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Destino Implacável
Roman pour AdolescentsAlana, uma moradora de favela, verá seu destino mudar após conhecer WL . Um homem frio calculista, dono do morro Do Mandela , mas que também tem sua dor . Por escolhas erradas Alana sofrerá demais, será que é tarde pra ser feliz? "Eu me arrependo...