Capítulo 11

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(6 de outubro, segunda-feira)

Apesar de ser apenas segunda-feira, Luke chegou em casa exausto. Era prazo final para a entrega de um vídeo promocional e por pouco não conseguiram finalizá-lo a tempo. A sexta-feira havia sido corrida e completamente improdutiva e Luke havia passado o fim de semana inteiro como se tivesse apertado o 'pause' do controle remoto e estivesse louco para apertar o 'play', mas impossibilitado. Fizera sua equipe trabalhar como louca para concluir naquele dia, mas também tinha se esgotado. Mal via a hora de tomar um banho, vestir seu pijama e...

-Clifford, você viu meu pijama? – Perguntou, depois de revirar o closet, as gavetas do criado e o cesto de roupas sujas. Tinha até mesmo sacudido as cobertas para ver se não ficara embolado no meio delas, mas tinha quase certeza de tê-lo deixado dobrado sobre a cama.

-Aquele trapo velho? – Clifford falou, sem dar muita importância. Ele havia passado a maior parte do fim de semana trancado no misterioso quarto de visita e parecia relaxado como um gato preguiçoso, deitado no seu lado da cama enquanto lia um livro, vestindo seu próprio pijama impecável. – Como é que eu vou saber, se você deixa suas coisas jogadas por aí?

-Eu não deixei jogado. Deixei dobrado sobre a cama. Tenho quase certeza disso... – Luke falou, voltando a vasculhar as gavetas do criado.

-Bem, eu não peguei nada de cima da cama, mas hoje de manhã vi um monte de trapo no chão e joguei no lixo.

-Você fez o que, seu... – Luke prendeu a respiração, para evitar uma torrente de xingamentos. Duvidava que seu pijama tivesse pulado para o chão, mas o simples sacudir da colcha da cama poderia tê-lo jogado no chão, ou talvez Clifford estivesse mentindo sobre aquele detalhe. Luke tentou contar até dez, mas desistiu no quatro. – Clifford, você jogou meu pijama no lixo?

-Já disse que...

-Clifford, seu bastardo, você jogou a droga do meu pijama no lixo?

-Bem, pelo menos nós concordamos que é uma droga mesmo, e agora você tem uma desculpa para comprar um novo... – Clifford repuxou o canto da boca num sorriso de escárnio e aquilo foi a gota d'água para Luke.

-Ora, seu... – Ele se lançou na direção de Clifford, punho primeiro.

Clifford demorou alguns milésimos de segundo para perceber o que estava acontecendo e outros para se defender, mas acabou revidando. Eles caíram no chão, engalfinhados, entremeando socos e xingamentos. O interfone tocou em algum momento durante a luta, bem no momento em que Luke torceu um braço de Clifford atrás das costas, empurrando seu rosto contra o chão e falando bem próximo ao seu ouvido.

-Você vai pegar o meu pijama do lixo e vai me entregar lavado e passado, entendeu?

-Mas... – Clifford começou, um filete de sangue escorrendo do lábio cortado para dentro da boca, tingindo seus dentes de vermelho, mas Luke aumentou a pressão em seu braço, fazendo com que ele gemesse, o rosto vermelho de dor e humilhação.

-Não quero saber. Você vai fazer isso ou eu vou deslocar o seu braço...

-A empregada já deve ter colocado o lixo para fora, merda. Eu compro um pijama novo... aah – Michael choramingou, batendo a mão livre no chão como se aquilo de alguma forma desviasse a atenção do braço atacado. – Porra, está bem, eu vou lá embaixo fuçar na porcaria do lixo, se você faz tanta questão. Agora, se você puder fazer o favor de me soltar...

Apostando alto | Muke VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora