Capítulo 16

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(28 de novembro, sexta-feira)

Luke ficou desapontado quando as contas do mês não apresentaram a melhora que esperava, ainda que a despesa com a ajudante doméstica tivesse caído para menos da metade. Tentou dizer para si mesmo que o consumo só iria cair significativamente na próxima medição, já que não fazia nem um mês que vinha tomando algumas providências. Precisava dar um jeito na banheira de Clifford o mais rápido possível. Só não fazia ideia de como o faria...pelo menos até aquela tarde.

Por causa de um exercício de evacuação do prédio da Commetic, Luke acabara chegando mais cedo em casa. A calefação estava desligada, ao que Luke logo deduziu que Clifford ainda não havia chegado. Correu para o banheiro e respirou aliviado quando viu a banheira vazia e calculou que ainda tinha algum tempo.

Já havia analisado a instalação outro dia, mas não tivera coragem de desligá-la, sabendo que Clifford o esfolaria vivo, caso desconfiasse. Mas tinha pensado em algo que talvez pudesse funcionar. Procurara o manual da banheira e descobrira que havia uma função que desativava a programação via celular e ainda inseria um bloqueio de segurança para que crianças não pudessem ligá-la. Obviamente havia a possibilidade de Clifford já ter criado uma senha, mas não custava nada tentar.

Felizmente, aquele não era o caso. Em poucos minutos, Luke conseguiu seu intento e começou a se preparar para um banho, sem pressa nenhuma. Despiu-se, enrolou uma toalha na cintura e começou a se barbear enquanto assobiava uma música qualquer. E foi assim que Clifford o encontrou quando chegou, parado na porta aberta do banheiro e encarando a banheira vazia.

-Hemmings, você desligou minha banheira?

-Eu? Não. – Luke falou com toda certeza de que dizia a verdade. – Como é que eu poderia desligá-la se ela nem chegou a ligar?

Clifford tirou o celular do bolso e checou, confuso. Praguejou e entrou para examinar os controles manuais da banheira, mas nada funcionou. Luke limpou a garganta apoiando-se na pia e tamborilando os dedos.

-Caso você não tenha percebido, eu já estava aqui quando você chegou. – Luke falou, como quem não quer nada.

-Sim, eu reparei. – Clifford pôs as mãos na cintura. – Aliás, por que você chegou mais cedo?

-Simulação de incêndio. O negócio virou uma bagunça tão grande que acabaram nos dispensando. – Luke colocou a mão no nó da toalha. – Se você vai ficar assistindo enquanto eu tomo banho, Clifford, melhor fechar a porta. Ou, se quiser, eu posso ensinar você a tomar banho de chuveiro, já que você parece ter desaprendido. Além do que, você sabe, hoje é sexta-feira...

Luke deixou a toalha escorregar para o chão e viu as sobrancelhas de Clifford se levantarem, seus olhos de escurecendo enquanto ele o encarava. Luke havia percebido certo padrão nas vezes em que eles haviam ido para a cama, sempre às sextas-feiras, e com um pouco de sorte, Clifford também teria percebido e estaria ligeiramente ansioso pela possibilidade. Mas Luke não esperou para ver se sua provocação surtira efeito e entrou no box, ligando o chuveiro. Ouviu a porta do banheiro se fechar e por um momento achou que seu plano havia falhado, mas logo a porta do box se abriu e Clifford entrou, nu, e com todos os sinais físicos da excitação.

-Você deveria saber que não pode me provocar sem esperar uma resposta, Hemmings.

-Ah, eu sei. – Luke o puxou para debaixo do chuveiro e prensou-o contra o box. – Acredite, eu sei.

Eles se beijaram demoradamente, se apalpando, os corpos quase se fundindo. De repente, Clifford inverteu as posições e adicionou um pouco de sabonete entre eles, tornando tudo ainda melhor. Luke sugou a região abaixo da orelha de Clifford, sabendo que ele responderia com um gemido. Encorajado, Luke sugou a região sensível do pescoço, alternando com carícias no lóbulo da sua orelha.

Apostando alto | Muke VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora