Capítulo 18

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Ao final do dia, Luke passou por tantas decorações natalinas antes de chegar em casa que achou tudo muito triste do lado de dentro do apartamento, como se faltasse algo.

-Você tem alguma árvore de natal, Clifford? – Perguntou enquanto se preparava para tomar banho.

-Não. – Clifford franziu a testa. – Não me preocupo muito com essas coisas, para dizer a verdade.

-Mas você se importaria se eu comprasse uma?

-Claro que não.

Algo ocorreu a Luke e ele dispensou os pijamas, optando por uma roupa de sair.

-Clifford, o que acha de darmos um passeio? Tem algo que eu gostaria que você visse.

-O que? – Clifford perguntou e Luke sorriu, misterioso.

-Eu digo quando chegarmos lá.

Quando Luke saiu do banheiro já meio vestido, Clifford estava com cara de poucos amigos, mas pronto para sair. Luke chamou um táxi e disse o endereço em voz alta, percebendo quando Clifford tirou o smartphone do bolso.

-Corta essa, Clifford. – Ele tomou o celular da mão de Clifford, que protestou, tentando alcançá-lo. – Já disse que você vai saber o que é assim que chegarmos. Nada de trapacear.

-Eu não ia trapacear. Só estava checando meu e-mail.

-Claro, claro. – Luke falou, condescendente.

-Posso pelo menos ter meu telefone de volta? – Clifford resmungou. – Não vou tentar espiar.

Luke devolveu o aparelho e eles ficaram em silêncio por algum tempo, olhando o movimento do lado de fora do veículo. A noite estava cheia de luzes coloridas piscantes, jingles e risos. Luke tentou contar quantos Papai Noéis avistou, mas perdeu a conta próximo dos vinte. O taxi parou em uma esquina comercial bastante movimentada e Luke pagou o motorista, agradecendo.

Parou ao lado de Clifford para olhar ao redor. Havia um café numa das esquinas, uma farmácia, uma loja de roupas de marca e na esquina oposta, uma grande loja de brinquedos, de longe a mais barulhenta e movimentada de todas. Era para lá que Clifford estava olhando, com o cenho franzido.

-É...barulhenta. – Clifford falou depois de uma muda contemplação.

-E grande também. – Luke sorriu.

-Tem certeza que eu preciso entrar? Quero dizer, eu já vi, não é suficiente?

-Não. Quero que você me ajude a escolher uma árvore. Além do mais, faz tempo que não passo por aqui. Está bem diferente do que no ano passado. Vamos. – Luke tocou no braço de Clifford para atravessarem a rua, mas largou em seguida, enfiando as mãos no bolso.

O lado de dentro estava abafado e bastante movimentado, mas nada perto do que estaria nas vésperas do Natal. Havia um grande aglomerado de crianças e pais rodeando réplicas minimalistas de Wall-e em tamanho real. Assim que eles contornaram, Clifford levantou os olhos e Luke seguiu seu olhar, sorrindo para as várias miniaturas de aviões e helicópteros dos modelos mais variados pendurados numa grande claraboia, enquanto algumas crianças se debruçavam no parapeito dos três andares para admirá-las mais de perto.

-Tudo bem, estou impressionado. – Clifford admitiu e Luke deu um tapinha em suas costas.

-Ótimo. Missão cumprida.

Apostando alto | Muke VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora