(8 de dezembro, segunda-feira)
O fim de semana foi tenso, para dizer o mínimo. Com a intensão de passar o mínimo de tempo possível perto de Clifford, Luke aproveitou para ir ao supermercado e abastecer a despensa e a geladeira, ocupando a cabeça na cozinha a maior parte do tempo. Dava para perceber o natal se aproximando pela quantidade de pessoas na rua fazendo compras e pelos preços abusivos no supermercado. Em homenagem à época, Luke fez brownies, esperando que aquilo pudesse elevar um pouco o humor de Clifford. Porém, apesar de ter ficado rondando a cozinha por causa do cheiro antes que ficassem prontos, Clifford se limitou a pegar alguns pedaços e foi comer no quarto sem nenhuma palavra.
Luke deu graças a Deus quando a semana recomeçou e a correria deixou-o sem tempo para ruminar os próprios pensamentos. Mas, como diz o ditado, nada é tão ruim que não possa piorar. Foi esse o sentimento de Luke quando Stratford apareceu no final do dia.
Estranhamente, ao invés de parecer irritado com a visita, Clifford se animou quando Luke o avisou de que a mulher estava subindo para visitá-los.
-Ah, ótimo! Com um pouco de sorte, isso terá acabado logo. – Ele falou e pegou uma pasta de trabalho que tinha guardado dentro do guarda-roupa.
-O que? – Luke perguntou, seguindo-o para a sala. – O que é isso?
-Nossa liberdade, Hemmings. Nossa liberdade. – Ele apoiou a pasta na mesinha de centro da sala de visitas e se sentou para remexer nos papéis, deixando a Luke o trabalho de receber uma Stratford sorridente.
-Boa noite, Sr. Hemmings! Como estão meus pombinhos? – Ela falou com seu sorriso meigo. – Prontos para me surpreender?
-Ah, eu mal posso esperar para surpreendê-la, senhorita subsecretária Martha Jane Stratford. – Clifford falou, sem se dar ao trabalho de se levantar.
Ao vê-lo todo à vontade no sofá, rodeado de papéis, o sorriso de Stratford vacilou levemente enquanto Luke a convidava a se sentar.
-E posso saber o que o deixa todo confiante a esse respeito, Sr. Clifford? Imagino que ainda não teve notícias dos seus pais depois que eu tive uma conversinha com a sua mãe?
'Merda', Luke pensou preocupado, e Clifford franziu o cenho.
-Você falou com a minha mãe?
-Ah, sim. – Stratford exultou. – Tive o prazer de contar as boas novas sobre seu filho ter se casado! Confesso que foi um tanto difícil encontrá-los, mas nada é impossível quando se é determinada. E habilidosa, é claro.
Inesperadamente, Clifford sorriu e Stratford estreitou os olhos.
-Posso saber o que é tão engraçado, Sr. Clifford?
-Nada demais. Só estou me lembrando de uma história intrigante que ouvi de um amigo meu por esses dias. Mas permita-me parabenizá-la pela sua engenhosidade, Srta. Stratford. Se tem algo que meu pai me ensinou muito bem é que devemos valorizar as pessoas ambiciosas ao invés de subestimá-las. E você é muito perspicaz, devo admitir. Eu realmente gostaria que tivéssemos nos conhecido numa ocasião diferente.
Stratford ficou sem palavras de tão agradavelmente surpreendida. Clifford dissera tudo aquilo de maneira tão convincente que até mesmo Luke ficou preocupado com o rumo que aquilo poderia tomar. Podia entender que Clifford não estivesse preocupado pelo fato de ter sido sua mãe a falar com Stratford, mas o fato de Clifford ter mencionado seu pai daquela maneira descontraída era no mínimo intrigante. Sentou-se ao lado de Clifford tão curioso que sequer se lembrou de oferecer algo à convidada – se é que podia chamá-la assim.
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Apostando alto | Muke Version
Fiksi PenggemarNa qual Luke e Michael acabam casados e com uma enorme fortuna nas mãos. Baseada no enredo do filme Jogo de Amor em Las Vegas. A história é uma adaptação da fanfic "Apostando alto", da autora Amy Lupin e todos os créditos da história pertencem a ela...