v i n t e ◬ q u a t r o

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- Tae! - O chamo. - Não fique com raiva, você sabe que eu te amo, o Hoseok é só um colega de escola. - O abraço por trás e sinto o garoto sorrir. - Você está sorrindo?

- Não te interessa. - Ele finge ainda estar bravo. - Me solta.

- Eu sei que você não quer que eu te solte, - Falo sorrindo. - Eu vou te fazer sorrir de qualquer jeito. - Falo e o garoto se vira para mim e me ameaça com cócegas. - Não se atreva. - Sorrio nervosa.

- Se você continuar à passar os intervalos com ele, eu serei obrigado a te encher de cócegas. - Ele ameaça divertido. - É bom correr...

Dito isso eu já estava correndo desesperada pela grama do pátio da escola. Em fração de segundos já estava rolando na mesma com Taehyung em cima de meu corpo. Estavamos rindo até que ele parou, me encarou e por fim me beijou.

- Tae! - O repreendo. - Aqui não é permitido. - Estico a mão para o mesmo me ajudar a levantar.

- Regras foram feitas para serem quebradas. - Ele me responde.

Regras foram feitas para serem quebradas.

Repeti isso a manhã inteira, todo mundo percebeu. Jungkook e eu estamos na recepção da delegacia esperando Park Jimin voltar com nossos distintivos.

Alguns policiais que trabalham aqui nos olharam feio, talvez por que nem terminamos a faculdade e já estamos "estagiando" mas por fim, decidi não me importar com isso.

- Aqui tem o mapa geral. - Park Jimin nos entrega. - Distintivos e armas. Cuidado em como usam isso. - Ele pede.

- Sim, teremos. - Jungkook se adianta. - Quando começaremos?

- Amanhã, - Ele nos responde. - Logo pela manhã, teremos reunião e então começaremos os trabalhos.

Saímos da delegacia e nos dirigimos de volta para o apartamento. Lá estava o rapaz que resgatamos.

Fora ontem, ele ainda não desenhou nada. Estava deitado em minha cama, imóvel, ao menos piscava. Os garotos foram até o apartamento de Jungkook logo ao lado, lugar onde está sendo ocupado por Park Jimin.

Eu estou exatamente no quarto, com o rapaz, sentada em uma poltrona no final da cama, estou olhando para seu rosto. Ele me é familiar, mas meu cérebro insiste em dizer que não o conheço.

- Eu não sei o que você está sentindo, - Falo. - Nem se está me escutando. Acho que o certo seria te levar à um hospital, me desculpe por não fazer isso... - Tiro o celular do bolso e coloco na galeria de fotos. - 'Tá vendo? Essa garota sou eu Min Ailee, e esse menino ao meu lado é Kim Taehyung, meu melhor amigo. Ele desapareceu há alguns meses, é eu sei. É horrível, está sendo difícil para mim mas eu tenho um novo amigo para dividir minha barra de ferro, e ainda tem o Jimin, aquele moreno que te ajudou ontem. - Continuo. - Você se lembra? - Ele continua do mesmo jeito. - Você já teve um melhor amigo? Você ao menos já teve um amigo? Que foi como um irmão? Que você prometeu ficarem juntos para sempre e do nada tudo acabou? Como água se esvaindo no ralo? Foi isso o que aconteceu conosco, o problema é que eu o amo, e é difícil acordar todos os dias e saber que terei que enfrentar a dura realidade de não tê-lo para me contar seus sonhos, seus segredos e tentar me convencer a viajar com ele. Eu sinto como se um pedaço de mim tivesse ido com ele, o meu pedaço mais importante, mais legal, o meu órgão vital. - O homem estranhamente estava chorando, lágrimas escorria de seus olhos, o que me fez levar um breve susto. - Você consegue me escutar? Minha nossa! Por favor... ahn, se sim levante seu dedo indicador da mão esquerda, por favor. - O rapaz nada faz. Me fazendo sentar na ponta da cama e enxugar seu rosto e novamente olho para o rapaz e ele está levantando seu dedo - O meu Deus! - Falo. - Tudo bem, tudo bem, você viu aquele garoto na foto? Você sabe onde ele está? - Ele novamente levanta o dedo. - E você consegue me dizer onde ele está? - E mais uma vez ele confirma. - Ok, então eu já volto.

Fui até a sala e peguei um papel e um lápis, levantei o homem deixando-o sentando e coloquei uma mesinha de servir jantar em suas pernas para que ele pudesse ter apoio para desenhar.

Um tempo depois e ele emitiu algum som com a boca para me chamar a atenção. Eu caminhei até o mesmo e peguei o papel, ele tinha me desenhado um labirinto.

- Ele está no meio? - Pergunto e ele confirma. - Tá, tudo bem. Hã... O que aconteceu com você? Você estava com ele? - Mais uma vez, resposta correta. - Eles te deixaram assim? - Correto. - Machucaram Taehyung? - Negativo, isso de certa forma me aliviou - Fica aqui.

Isso foi a coisa mais estúpida que eu já disse o dia todo, o homem é incapaz de exercer movimentos.

Fui até o apartamento de Jungkook.

- Ele sabe onde Taehyung está, - Falo. - Olhem esse mapa, ele me desenhou o mapa.

- Como assim? - Pergunta Park Jimin.

- Eu falei com ele, e ele me disse que estava com Taehyung. - O respondi. - Ele sabe onde o Taehyung está, mas acho que o rapaz não está bem. Vamos leva-lo ao hospital. Ele parece está sofrendo, a morfina não vai surtir efeito por muito tempo.

Jungkook prontamente corre até meu apartamento e Park Jimin vai logo atrás, e eu ligo para a ambulância.

Algumas horas depois..

Estamos o esperando na recepção do hospital faz um tempo. Eu já conversei com os garotos e vos expliquei como aconteceu.

Jayeon é seu nome, um médico nos informou que ele entrou em cirurgia.

"Desculpe, mas ele não resistiu a cirurgia. Havia algum veneno que estava o corroendo por dentro... Eu sinto muito."

Essas foram as palavras mais dura que já escutei. Estava trocando o lençol de minha cama onde ele havia ficado há horas atrás.

Me parece egoísta pensar que ele era o único que poderia nos ajudar à chegar no labirinto.

Deitei-me sobre a cama e me permiti descansar.

danger /KTHOnde histórias criam vida. Descubra agora