Capítulo trinta e dois

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@Lucasdisse para @WesterosLaw Vamos ser expulsos se não maneirar no volume dos tiros.

@WesterosLaw para @Lucasdisse A menos que Riquinho Rico nos expulse, ninguém o fará.

@Lucasdisse para @WesterosLaw Você está passando tempo demais com Flávio.

@MacacoLouco para @Lucasdisse Todos nós já estamos juntos a tempo suficiente para esquecer de quem foi a má influência primeiro.

@WesterosLaw para @MacacoLouco Foi você.

@Lucasdisse para @MacacoLouco Foi você 2.

@HnrqFerrari para @MacacoLouco Foi você 3.

@ElementoX para @MacacoLouco Foi você 4.


- Vocês não podem jogar algo menos violento? - perguntou Henrique, ao entrar na sala onde Lucas e eu jogávamos Doom. - Tipo Super Mario Brothers... ou Zelda?

- Não exagera, Luigi - eu disse, pressionando botões do controle como se minha vida dependesse disso. Dependia. Se eu morresse seria a vez de Lucas jogar e ele era surpreendentemente bom... para alguém que só estava jogando há meia hora, como eu.

- Eu sinto que você me insultou, mas vou tomar como um elogio - disse Henrique, sentando-se ao meu lado com uma pilha de cadernos e seu computador. Ele realmente iria estudar enquanto eu matava demônios? Não que eu me importasse, pois assim poderia roubar alguns beijos quando morresse, já que Lucas era o único dos três que apoiava minha relação com Henrique. Quer dizer, ele ainda resmungava sempre que nos beijávamos (mesmo selinhos), mas não fazia questão de deixar o cômodo, igual a Rafael.

- Então eu não devo ter dito direito - brinquei, envolvendo minha perna na sua, para que soubesse que não estava falando sério.

Eu havia entrado numa sala aparentemente vazia, até começarem a atirar em mim pelas costas. Tentei escapar e me esconder... até sentir a respiração quente de Henrique em minhas costas, traçando pequenos beijos em meus ombros, rumo a nuca. Eu não precisava virar para trás para saber que ele estava usando o casaco macio que sua irmã havia lhe dado e, tampouco, ver o sorriso que ele deu quando me mataram no jogo.

- Você me fez morrer! - reclamei, passando o controle para Lucas de malgrado.

- Então eu devo ter feito direito - disse Henrique, me provocando com minhas próprias palavras. Lucas riu e estendeu o punho esquerdo fechado para Henrique, que bateu nele com o seu próprio punho, cúmplices.

- Nem tudo está perdido - sorriu Lucas, aceitando o controle e retomando o jogo. Meio aborrecida e meio entretida pela distração, dei uma cotovelada leve no braço de Henrique, que se encostou no sofá com um sorriso triunfante.

- Você devia estar no meu time! - repreendi.

Henrique apenas deu de ombros, sem esconder o sorriso presunçoso, e abriu seu notebook, ligando-o. Sem pressa, ele percorreu os dedos pelas minhas costas, acariciando-me suavemente. Normalmente não faríamos isso fora do quarto, mas estávamos de bom humor, pois a noite passada havia sido excelente.

O irmão de Flávio, Bernardo, veio visitar a família no feriado e Flávio convidou nós quatro para irmos lanchar com eles. Conhecemos a namorada dele, Jane, que era tão cheia de atitude quanto seu carro com um adesivo de tubarão engolindo as rodas. Ela era incrível e, apesar de Rafael e Henrique concordarem, dizendo que ela estava namorando o irmão errado, Lucas e eu discordamos, tendo certeza (mesmo depois de apenas uma hora juntos) de que estava com o irmão certo.

Duas vezes amorOnde histórias criam vida. Descubra agora