@MacacoLouco para @ElementoX ALICE, PARE DE ENCHER MINHA CAIXA DE MENSAGENS COM FOTOS DO CHRIS HEMSWORTH SEM CAMISA!
@Elemento X para @MacacoLouco NÃO ME DIGA COMO VIVER MINHA VIDA!
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Era o oficial: o chuveiro pifou de vez no meio do meu banho, com direito a xampu escorrendo em meus olhos.
O problema não foi apenas a água que virou pedra de gelo do nada, mas também o estouro e o cheiro de queimado. Por alguns instantes eu podia jurar que iria morrer eletrocutada.
Saí de dentro do box atropelando o vidro (que estava no caminho da minha sobrevivência), sem sequer desligar o chuveiro. O que eu deveria fazer? Chamar alguém. Mas eu tinha acabado de chegar casa do trabalho e não havia ninguém por perto. Henrique avisou que iria demorar, Lucas visitaria a namorada e eu não tinha ideia do paradeiro de Rafael. E mesmo se estivessem em casa, eu sabia que nenhum deles saberia resolver o problema.
O que eles fariam? Ligariam para Flávio. Então foi isso o que fiz. Enxuguei minha mão na toalha e peguei o telefone sobre a pia.
- Fala - disse Flávio, ao atender o celular.
O cheiro de queimado ainda não havia se dissipado e uma pequena nuvem de fumaça cobria o teto do banheiro. Eu devia abrir as janelas ou a porta ou fazer algo, mas mal conseguia segurar o celular no ouvido e formular palavras que fizessem sentido.
- O chuveiro explodiu enquanto eu ainda estava me ensaboando e eu não sei o que fazer, onde você está? - perguntei esbaforidamente. Por alguns instantes achei que ele não havia me entendido, pois a linha ficou muda do outro lado.
- Esse é o barulho do chuveiro, Alice?
- Talvez.
- Desliga! - demandou, irritado.
- Perdeu o juízo? - reclamei. - O chuveiro explodiu! Tem fumaça no banheiro! Eu não vou pisar na água e encostar naquela torneira de metal! Eu gosto de estar viva, muito obrigada.
- Vai até a lavanderia, desliga o disjuntor e depois desliga o chuveiro.
- Mas e se alguma outra coisa pegar fogo quando eu não estiver olhando?
- Nada vai pegar fogo, Alice! A água está caindo, como poderia?
Eu fiquei em silêncio observando o chuveiro, procurando sinais de que uma nova explosão ocorreria no momento em que eu virasse as costas. Parecia improvável depois do argumento de Flávio. Lentamente me afastei do box, abri a porta do banheiro e corri até a lavanderia. Como meu corpo ainda estava escorrendo sabão, escorreguei pelo menos duas vezes antes de chegar ao disjuntor. Não levei um tombo por puro milagre. E por me apoiar nas paredes. Em compensação, nas duas vezes, esmaguei o celular contra as paredes para me segurar. Sem dúvida, aquilo deixaria marcas.
Desliguei todas as chaves do disjuntor. Eu não iria correr o risco de confiar nas etiquetas mal coladas que haviam colocado sobre cada chave. O apartamento virou um breu total em que só se ouvia o som abafado da água do chuveiro.
E a voz de Flávio chamando meu nome no telefone esquecido.
- Vou desligar o chuveiro - avisei.
Dessa vez não corri de volta ao banheiro, porque estava escuro e eu não queria escorregar e correr o risco de quebrar meu celular. Ou o cóccix.
- Ainda não desligou? - disse Flávio. - A água potável do mundo está acabando, não desperdice, Alice.
Ignorei seu comentário e afastei o celular do rosto, utilizando-o para iluminar o caminho. Por mais que conhecêssemos as distâncias de cor, tudo parecia dobrar de tamanho quando não conseguíamos enxergar. Sem contar os móveis que pareciam mover-se dois centímetros para o lado, apenas para beijar nossos dedos mindinhos do pé.
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Duas vezes amor
ChickLitAssim como a maioria dos primeiros amores, o de Alice terminou com um coração partido. Para ser sincera, terminou com um coração esmigalhado pelo Martelo do Thor (foi tão ruim assim). Ela não perdeu apenas um amor, mas também seus melhores amigos. ...