COM TODO MEU AMOR (CONCLUÍDA)

13 - Não me abandone jamais

"A ausência diminui as paixões medíocres e aumenta as grandes, como o vento apaga as velas e atiça as fogueiras".

François La Rochefoucauld

TAYLOR

A culpa era minha. Eu mesmo me coloquei naquela situação. Minha frieza e meu distanciamento no casamento não davam mais para ser ignorados, a situação se tornou insustentável para nós dois. E depois do que aconteceu entre mim e Jessica, meu casamento estava oficialmente condenado. 

Natalie não parava de gritar comigo e suas atitudes estavam começando a assustar as crianças. Ela chorava e me ofendia com palavras de baixo calão. Não era típico ela agir assim. Tirei a pequena Willa de seus braços e a mantive comigo.

- Você precisa se acalmar, Natalie. Não vamos fazer essa cena na frente de todo mundo.

- Me acalmar? Você está de brincadeira comigo? Eu te avisei que se passasse outra noite fora você ia ter que se explicar! Qual é o seu problema, Taylor? Quem é a vagabunda? Você tem uma família! Vai mentir e dizer que fica dormindo no estúdio por causa de trabalho! Eu sei que os seus irmãos não fazem isso!

- Eu não vou discutir com você agora! Você está certa, nós precisamos conversar, mas não aqui. Esse é o meu local de trabalho!

- Você nunca está em casa, Taylor! Eu gostaria muito de poder conversar com você, mas você nunca está por perto. – eu abaixei meu rosto envergonhado, ela tinha razão. Eu vivia fugindo, sem querer enfrentar o fim do meu casamento e agora não podia mais fazer isso. Não podia destruir a vida da Natalie e nem a da Jessica. Não podia destruir a minha vida. E eu sabia o que era certo fazer.

- Você está certa. Chega de fugir. Eu vou pra casa com você e nós vamos conversar.

- Quem é ela? – Natalie olhava fixamente através do vidro, eu me virei para acompanhar seu olhar e engoli em seco assim que percebi a quem ela se referia. – Quem é ela, Taylor?

- Ela é a empresária de Los Angeles. Eu te falei sobre ela.

- Não. Você não falou.

- Que diferença isso faz, Natalie. Será que podemos ir embora agora, eu quero conversar com você.

- Primeiro eu vou lá me apresentar. – antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ela abriu a porta e caminhou em direção a Jessica. Eu sempre ouvi falar sobre o sexto sentido das mulheres, mas era impressionante como ele realmente funcionava.

Eu podia sentir o desconforto da Jess com a aproximação. Podia perceber os olhos de Natalie estudando cada expressão do meu rosto enquanto me aproximava também. Eu queria poder falar alguma coisa. Olhar nos olhos de Jessica e dizer que eu ia resolver tudo, mas não podia fazer nada. Eu estava preso, amarrado à situação. Foram 15 anos de casamento e cinco filhos, eu devia ao menos uma explicação decente para a Natalie.

- Parabéns, Taylor, a sua família é linda. – ela olhou para mim, mas não sustentou o olhar. Eu apenas assenti sem jeito e sem saber o que fazer – Bom, se vocês me dão licença, eu preciso trabalhar.

- Foi um prazer te conhecer, Jessica. – eu podia sentir a ironia na voz da Natalie.

Durante todo o trajeto para casa, eu pensava em tudo que tinha acontecido entre nós. Conseguia me lembrar da sensação de felicidade que senti nos braços de Jess. Eu nunca desejei alguém com toda a minha alma e coração como eu a desejava. E não restava dúvida do que eu sentia por ela. Não ia ser fácil. Não mesmo. Mas eu estava disposto a lutar. Ela me fez sentir vivo de novo.