19 - P.S. Eu te amo

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"— E se não der certo?

— A gente vai tentando até acertar."

P.S. Eu Te Amo

TAYLOR

A dor em minha cabeça é intensa e esmagadora. Não consigo me esquecer das feições em seu rosto enquanto me contava o que aconteceu. Podia sentir a sua dor me invadindo. Era como se alguém tivesse afundado o punho em meu estômago com a intenção de me fazer o maior dano possível.

- Taylor!!!! – o grito de Zac fez com que eu balançasse a cabeça e olhasse pra ele - Deus do céu, o que está acontecendo com você? Faz meia hora que está encarando o chão. Tem certeza que está bem?

Eu não estava nada bem, só o que queria era chegar logo em casa, mas os compromissos profissionais me forçaram a ir direto para o estúdio assim que voltei para Tulsa. Tive esperança de encontrá-la ali. Só o que eu fazia nas últimas semanas era me preocupar com ela. Eu tentei reconfortá-la, mas não havia absolutamente nada que pudesse fazer para diminuir a sua dor. Ela me pediu um tempo. Disse que precisava ficar sozinha. Jess voltou para Tulsa e eu fiquei em Los Angeles cumprindo a agenda de trabalho. Não atendia minhas ligações ou respondia as minhas mensagens. Eu quase enlouqueci.

- Só estou com saudade de casa, Zac. – disse, tentando transparecer naturalidade.

- Tem certeza? Estamos falando com você há um tempão... você anda tão desconcentrado nas últimas semanas.

- Desculpe, eu só estou cansado. Podemos, por favor, encerrar por hoje! – eles perceberam a minha aflição, sabiam que havia algo errado, por isso concordaram na hora.

Sozinho, na sala do estúdio, começo a me lembrar de tudo que vivemos juntos, de como nos conhecemos, do nosso primeiro beijo e da primeira vez que fizemos amor. Logo me dei conta de que eu nunca mais colocaria os pés naquele lugar sem que o primeiro pensamento que surgisse na minha mente fosse ela... fosse estar dentro dela.

Paro em frente a nossa casa e fico ali, com o olhar gravado na entrada principal. Não me sinto pronto para fazer isso. Todos os discursos que preparei para tentar lhe pedir que não se vá são patéticos. Definitivamente, não estou pronto para isso.

Não sei quanto tempo se passa antes que me obrigue a subir o lance de escadas. A familiaridade da nossa sala faz com que meu estômago se agite. O nervosismo explode em meu sistema. A casa parece vazia. Nenhum som. Nada.

Abandono a mala na entrada e inspiro profundamente antes de tomar coragem e caminhar até o quarto. Tenho medo de não encontrar mais nada que pertença a ela ali. Só a ideia de que tenha realmente ido embora dói de maneira insuportável.

Para meu alívio e surpresa tudo está exatamente igual. Os vestidos e os saltos perfeitamente arrumados no closet. O cheiro dela espalhado pelo quarto como se ainda estivesse ali. Meu olhar percorre o lugar lentamente, gravando cada detalhe na memória. Então, encontro o envelope cuidadosamente colocado sobre o meu travesseiro. Eu me sento na cama e o abro. De repente, respirar se transforma em uma tarefa extremamente difícil.

Tay,

O sentimento que tomou conta de mim quando voltei para casa sem você pode ser classificado como um dos mais melancólicos que já senti. Sinto sua falta. Tenho saudade de caminhar usando apenas as suas camisas que ficam grandes demais em mim. Tenho saudade de sentir seu olhar me seguindo pela casa, me comendo, me desejando. Sinto falta de chegar tarde do trabalho e encontrá-lo pendurado em cima de uma escada consertando qualquer coisa que encontre fora do lugar. Você nunca para. Nunca se acomoda. E eu o admiro demais por isso.

COM TODO MEU AMOR (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora