CAPÍTULO 32

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                        Molly conseguia pensar em formas melhores de passar sua sexta-feira. É claro que dois períodos seguidos de álgebra poderiam ser facilmente descartados, mas um passeio pelo Royal Opera House não era exatamente o tipo de coisa que ela incluiria para passar seu tempo.

A Sra. Underwood ia frente deles, com seu sotaque escocês sempre muito forte, ela não dava nem tempo para o guia dizer qualquer coisa. Ela mesma ia derramando todo seu conhecimento sobre as vinte meninas que a seguiam.

- O teatro ganhou esse nome de Royal Opera House em 1892..

Kala e Molly andavam de braços dados, sem realmente prestar atenção ao que era ensinado, mas conversando baixo entre si.

- Você não sente arrepios quando olha para a verruga da Sra. Underwood? – Kala perguntou baixinho.

Molly fez uma careta. Ela não gostava de prestar muita atenção na verruga que a Sra. Underwoord tinha no pescoço.

- Tem pelos. – Kala disse com uma careta.

- Que nojo. Para. – Molly pediu, mas sorria.

Outro grupo, um muito maior e mais barulhento, seguia na mesma direção que as meninas do Colégio Constance, mas enquanto a professora das moças parecia animada com a ideia de compartilhar todo seu conhecimento sobre aquela construção histórica, o Sr. Parrish parecia ansioso para que o passeio terminasse logo e pudesse voltar ao hotel de luxo que ficava a apenas algumas quadras dali.

William estava com os olhos pregados em um folheto, quando sentiu um cotovelo em suas costelas. Ele cutucou Van de volta, aborrecido por ele estar incomodando, foi quando Van colocou a mão em seu pescoço e o levantou.

- Cara, olha! – Van disse impaciente. – Sua 'mina está ali em algum lugar!

Um grupo de vinte meninas usando uniforme andava educadamente em bando, fazendo muito menos barulho que os rapazes de sua escola. Elas usavam saias xadrez, meia-calça, blazer azul marinho e camisa com o emblema da escola.

William não precisou procurar muito por Molly, ele a encontrou perto de uma menina indiana, mas o que tinha a denunciado era o cabelo em trança francesa com o arranjo que já era tão familiar. Assim como ele, Molly não parecia tão interessada na visita porque ela estava conversando com sua amiga.

- Qual delas é a garota do Will? – James perguntou.

- Por que é que você não fala mais alto? – William rosnou, olhando ao redor.

- Eu só quero saber quem é. – James resmungou.

Bufando e coçando sua cabeça, discretamente ele apontou para Molly.

- Do lado da garota indiana? – Van perguntou.

- A própria. – murmurou William em tom ressentido. – Mas nós não estamos nos falando.

- Até hoje? – indagou seu amigo. – Por quê?

- Porque ela não me atende, Van. Porque eu sou grosso, bruto e grito com ela. – disse asperamente.

- Que você é um cavalo eu já sei e todo mundo sabe. – Van disse com simpatia, dando tapas em seu ombro. – Vai lá e joga seu charme de príncipe encantado. Ela vai se derreter todinha.

- A Molly não é assim. – explicou.

- É claro que é, todas são. – Van revirou os olhos.

WIN SOME, LOSE SOMEOnde histórias criam vida. Descubra agora