CAPÍTULO 11

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                        Molly engoliu em seco quando escutou a trava da roda gigante. Ela olhou para Jeremy que estava com as mãos nos bolsos e olhando através do vidro.

De alguma forma eles conseguiram uma cabine sozinhos, ela suspeitava que Jeremy tivesse dado uma gorjeta para o responsável da roda gigante e ela odiava Jeremy por ter feito aquilo.

- Você não precisa ficar nervosa, só precisa se distrair. – Jeremy disse quando Molly tremeu ao sentir a roda gigante começar a girar.

Aquilo era fácil para ele dizer, mas Molly sentiu as pernas como gelatina quando percebeu que eles ficariam cada vez mais e mais altos, que quando eles chegassem ao topo a roda gigante iria parar para alguns descerem e outros subirem.

Eles não estavam nem na metade do percurso, mas as mãos de Molly suavam.

- Eu acho que vou vomitar. – Molly disse com a voz fraca.

- Não exagera. – Jeremy deu uma risadinha fraca.

Molly literalmente encostou a testa no vidro da cabine que estavam e fechou os olhos, tentando ignorar a sensação de tudo a seu redor estar balançando e o fato que uma queda aquela altura era fatal.

Que jeito patético de morrer, Molly sempre teve a ideia de si mesma morrendo de uma forma dramática, segurando a mão do amor de sua vida e desfalecendo em seus braços.

Se ela morresse numa roda gigante, ela voltaria para assombrar Jeremy.

- Molly, por que você me chamou para vir para Londres com vocês? – Jeremy perguntou subitamente.

Ela abriu apenas um dos olhos, vendo o menino encostado no outro extremo da cabine. Jeremy tinha as mãos nos bolsos e olhava para os próprios pés, parecia muito constrangido, como se quisesse estar em qualquer lugar menos ali.

- Você é meu amigo. – respondeu em tom de explicação.

- Charlene é sua amiga, você poderia tê-la chamado.

Molly mordeu o lábio inferior, pensando que Jeremy tinha razão. Ela devia ter trazido Charlene, as coisas não estariam tão esquisitas.

- Mas eu quis você. – Molly insistiu.

- Ok, mas por quê? O Príncipe não podia vir, é isso? Você queria fazer ciúmes nele?

Dessa vez Molly arregalou os olhos e se voltou para Jeremy.

- Como.... como você sabe...?

- Que ele é um príncipe? – Jeremy franziu o cenho. – Acorda, todo mundo sabe.

- Não, ninguém-

Jeremy a cortou.

- Alguém na festa percebeu e espalhou a notícia. Todo mundo sabe que você é amiga da realeza, Molly. Tetbury pode ser pequena, mas ninguém ali é idiota.

Molly ficou vermelha, pensando que ela era a maior de todas, porque se William não tivesse dito aquilo sobre a mãe ter sido morta numa perseguição ela nunca iria desconfiar que ele era um príncipe.

- Eu não quero saber como você o conheceu e nem nada. Não me importa. – Jeremy ergueu os ombros largos com displicência. – Eu só preciso saber se é por causa dele que as coisas estão diferentes entre nós. Poxa, eu cheguei de viagem e soube que você tinha andado para cima e para baixo com um moleque rico da cidade grande, mas daí você abriu a porta e me abraçou, nada parecia ter mudado. Nada estava diferente entre nós até a viagem. Então, eu preciso saber se é por causa dele ou se é porque eu fiz algo que te machucou, porque você está me ignorando e não está tentando nem disfarçar.

WIN SOME, LOSE SOMEOnde histórias criam vida. Descubra agora