Molly engoliu em seco quando escutou a trava da roda gigante. Ela olhou para Jeremy que estava com as mãos nos bolsos e olhando através do vidro.
De alguma forma eles conseguiram uma cabine sozinhos, ela suspeitava que Jeremy tivesse dado uma gorjeta para o responsável da roda gigante e ela odiava Jeremy por ter feito aquilo.
- Você não precisa ficar nervosa, só precisa se distrair. – Jeremy disse quando Molly tremeu ao sentir a roda gigante começar a girar.
Aquilo era fácil para ele dizer, mas Molly sentiu as pernas como gelatina quando percebeu que eles ficariam cada vez mais e mais altos, que quando eles chegassem ao topo a roda gigante iria parar para alguns descerem e outros subirem.
Eles não estavam nem na metade do percurso, mas as mãos de Molly suavam.
- Eu acho que vou vomitar. – Molly disse com a voz fraca.
- Não exagera. – Jeremy deu uma risadinha fraca.
Molly literalmente encostou a testa no vidro da cabine que estavam e fechou os olhos, tentando ignorar a sensação de tudo a seu redor estar balançando e o fato que uma queda aquela altura era fatal.
Que jeito patético de morrer, Molly sempre teve a ideia de si mesma morrendo de uma forma dramática, segurando a mão do amor de sua vida e desfalecendo em seus braços.
Se ela morresse numa roda gigante, ela voltaria para assombrar Jeremy.
- Molly, por que você me chamou para vir para Londres com vocês? – Jeremy perguntou subitamente.
Ela abriu apenas um dos olhos, vendo o menino encostado no outro extremo da cabine. Jeremy tinha as mãos nos bolsos e olhava para os próprios pés, parecia muito constrangido, como se quisesse estar em qualquer lugar menos ali.
- Você é meu amigo. – respondeu em tom de explicação.
- Charlene é sua amiga, você poderia tê-la chamado.
Molly mordeu o lábio inferior, pensando que Jeremy tinha razão. Ela devia ter trazido Charlene, as coisas não estariam tão esquisitas.
- Mas eu quis você. – Molly insistiu.
- Ok, mas por quê? O Príncipe não podia vir, é isso? Você queria fazer ciúmes nele?
Dessa vez Molly arregalou os olhos e se voltou para Jeremy.
- Como.... como você sabe...?
- Que ele é um príncipe? – Jeremy franziu o cenho. – Acorda, todo mundo sabe.
- Não, ninguém-
Jeremy a cortou.
- Alguém na festa percebeu e espalhou a notícia. Todo mundo sabe que você é amiga da realeza, Molly. Tetbury pode ser pequena, mas ninguém ali é idiota.
Molly ficou vermelha, pensando que ela era a maior de todas, porque se William não tivesse dito aquilo sobre a mãe ter sido morta numa perseguição ela nunca iria desconfiar que ele era um príncipe.
- Eu não quero saber como você o conheceu e nem nada. Não me importa. – Jeremy ergueu os ombros largos com displicência. – Eu só preciso saber se é por causa dele que as coisas estão diferentes entre nós. Poxa, eu cheguei de viagem e soube que você tinha andado para cima e para baixo com um moleque rico da cidade grande, mas daí você abriu a porta e me abraçou, nada parecia ter mudado. Nada estava diferente entre nós até a viagem. Então, eu preciso saber se é por causa dele ou se é porque eu fiz algo que te machucou, porque você está me ignorando e não está tentando nem disfarçar.
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WIN SOME, LOSE SOME
RomanceWilliam tem 16 anos, perdeu sua mãe há um ano em um acidente de carro, e é o futuro Rei da Grã-Bretanha. Molly tem 14 anos e tem uma vida ordinária na pacata Tetbury, uma cidade paroquial de Gloucestershire. Ninguém espera conhecer o amor de sua vid...