Molly acordou daquela vez com o barulho da chuva e esmurradas violentas na porta. Era duas horas da tarde e como ela tinha ido dormir com o dia clareando, então era natural que estivesse acordando uma hora daquelas.
Escutou agora a campainha e mais esmurradas na porta somada ao barulho de um trovão alto. Há tempos ela não testemunhava um temporal como aquele.
- Bom Deus. – disse se enrolando no roupão e esfregando o rosto enquanto ia abrir a porta.
Se ela tivesse pensado mais um pouco teria checado pela janela e mantido a porta fechada.
Quando abriu a porta teve a visão de William, com os cabelos um pouco molhados pela chuva e o rosto sério.
Ela até tentou fechar a porta de novo, mas dessa vez ele foi mais rápido que Molly e colocou o pé no caminho e forçou a porta com o próprio corpo. Mesmo usando as duas mãos, William estava entrando em sua casa.
- Que diabos você está fazendo aqui? – Molly perguntou com raiva.
- Eu vim falar com você. – ele disse em tom calmo.
Molly o viu abaixar o zíper da jaqueta de couro e tirar as luvas que usava para dirigir.
- Nós não temos nada para falar, William. – Molly disse enquanto marchava na direção da cozinha para preparar um café.
Precisava desesperadamente de café, porque sua cabeça latejava como se ela tivesse saído de uma festa da fraternidade.
- Eu acho que temos. – William marchou atrás dela. – Eu estou aqui para fazer o escândalo que eu devia ter feito há anos atrás.
- O escândalo? – Molly repetiu rindo amargamente. – Vá em frente. Se debata e se contorça no chão, vamos ver se eu me comovo.
A mão de William fechou em seu pulso, mas não de maneira abrupta. Os dedos dele somente se fecharam, quem parou de andar foi ela.
Molly jurou que William ia puxá-la, mas ao invés disso ele levantou sua mão direita na altura dos olhos e foi aí que ela se deu conta que não tinha tirado a promessa dele antes de ir dormir.
- Você ainda tem... – ele murmurou um pouco impressionado.
Ela ficou com raiva e soltou o pulso do aperto dele. A mão de Molly ia acertá-lo no rosto, mas antes que conseguisse William já tinha a capturado outra vez. A mesma coisa aconteceu com a esquerda e só assim William a puxou para perto.
- Se você conseguir dizer que durante todos esses anos nunca sentiu minha falta, eu vou embora. Se você me olhar nos olhos e conseguir me dizer que está apaixonada pelo Patch e que quer ficar com ele, eu nunca mais vou te incomodar. – ele disse arfando com a testa encostada na dela. – Se você sentir que o ama pelo menos metade do que você me amou, eu vou passar por aquela porta e vou embora de Tetbury e você não vai ter que me ver nunca mais.
Molly começou a se debater no aperto dele. Ela queria se soltar e sair correndo. Seus olhos começaram a embaçar por causa de lágrimas, mas não necessariamente porque ele estava a machucando, mas sim porque estava com raiva de William, porque ele sabia que ela não conseguiria dizer aquelas coisas.
- Me diz essas três coisas... – William suplicou. – Eu estou ficando louco. Mas se você me confirmar isso, eu vou ter que seguir em frente.
- Você já seguiu! – Molly disse em lágrimas. – Você apareceu com ela numa questão de meses. Levou-a e teve coragem de se hospedar no mesmo chalé que nós ficamos.
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WIN SOME, LOSE SOME
RomansaWilliam tem 16 anos, perdeu sua mãe há um ano em um acidente de carro, e é o futuro Rei da Grã-Bretanha. Molly tem 14 anos e tem uma vida ordinária na pacata Tetbury, uma cidade paroquial de Gloucestershire. Ninguém espera conhecer o amor de sua vid...