Molly estava com as pernas esticadas em sua cama, terminava de ler o segundo volume das Brumas de Avalon e de fato tinha que dar os pontos para sua avó: era extremamente interessante.
Ela escutou a porta de casa bater com força, mas pensou que pudesse ser sua mãe que tinha saído para ir ao mercado. Scarlett era a única que punha os pés lá desde o fiasco com Jeremy Carrington em Londres.
Molly provavelmente teria continuado impassível, percorrendo os olhos por cada uma daquelas linhas tão detalhadamente escritas se alguém não tivesse tomado o livro de sua mão.
- Ei! Babaca, devolva! – Molly gritou.
William estava evidentemente irritado, ele levantou o braço o mais alto que pôde porque sabia que Molly não alcançaria.
- Você está zoando comigo né? – William disse com o rosto contorcido em indignação. – Você estava flertando com outro cara descaradamente hoje de manhã!
- Não estava nada. Devolva o livro, William. – Molly mandou, cruzando os braços.
- Estava sim! Ele falou sobre te levar para um baile mês que vem. Que absurdo é esse? Você conheceu esse moleque hoje, Molly!
- Eu não conheci o Sam hoje. – ela disse baixo, revirando os olhos. – Ele estava naquele jantar idiota dos meus avós. O pai dele mexe com energia sustentável e meu avô também.
Aquilo apenas irritou William ainda mais.
- Então vocês ficaram de papo a noite toda?
- Deixa de ser patético! – Molly gritou. – A irmã dele estava conosco e hoje ele me viu pedindo Coca-Cola. Ele me deu o telefone dele, mas eu não o liguei. Ele flertou comigo o tempo todo, mas não quer dizer que eu estava flertando de volta!
- É, mas estava adorando! – William rosnou. – Cheia dos sorrisinhos!
- É claro que estava! – Molly disse magoada. – Ele me acha bonita, me ofereceu o braço diversas vezes e não parecia estar com vergonha de mim, muito pelo contrário, ele me apresentava para todos como se eu fosse uma amiga de longa data.
- É parte da estratégia dele. – William disse irritado, finalmente devolvendo o livro porque seu braço começou a doer.
Molly pegou o volume de volta e choramingou dizendo que ele tinha amassado algumas páginas.
- Ele só vai te usar, sabia disso né? O Sam é o maior galinha dali, ele já deve ter ficado com todas as meninas do nosso círculo. – William andava de um lado para o outro, o rosto dizia claramente que ele estava furioso. – Você não passou seu telefone pra ele né?
Molly cruzou os braços sobre o peito.
- E daí se eu tiver passado?
William estreitou os olhos, mas viu que ela deu de ombros.
- Não, eu não passei William. Eu não saio com o primeiro garoto que vejo, diferente de você que não pode conter a si mesmo de paquerar o primeiro rabo de saia que dar corda.
- O que você quer dizer com isso? – William perguntou.
- Aquela menina que te beijou na hora que você ia subir no cavalo. – disse Molly marcando a página de seu livro e se sentando na cama. – Foi patético, você ficou olhando-a se afastar como se ela fosse um pedaço de carne.
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WIN SOME, LOSE SOME
RomansaWilliam tem 16 anos, perdeu sua mãe há um ano em um acidente de carro, e é o futuro Rei da Grã-Bretanha. Molly tem 14 anos e tem uma vida ordinária na pacata Tetbury, uma cidade paroquial de Gloucestershire. Ninguém espera conhecer o amor de sua vid...