- Feliz natal!
Os Branson entraram pela enorme casa dos Hammond cobrindo de elogios a decoração que Lex tinha mandado preparar. Era 25 de Dezembro e eles iam participar da ceia que seus avós estavam oferecendo, enquanto o dia 31 de Dezembro os Hammond iriam passar a virada no barco dos Branson.
A única pessoa que parecia completamente infeliz por estar ali era sua mãe e Molly tinha certeza que não era saudade do namorado. Ela só queria estar tomando todas com Nancy e Jackson.
- Você poderia pelo menos tentar ser gentil, Scarlett. – comentou sua avó quando as três estavam na cozinha.
Molly concordava, mas ela sabia que não podia dizer nada porque sua mãe encararia aquilo como uma afronta. Era o primeiro natal em família depois de anos, Molly só queria que as fotos ficassem bonitas e que sua mãe não parecesse tão mal-humorada.
- Eu odeio isso. – Scarlett explicou enquanto arrumava a bandeja de canapés que serviriam na entrada. – Odeio ter que fazer sala, puxar conversa, odeio.
- Você não precisa fazer nada disso, mas pode pelo menos ser educada. – Lex disse por fim. – Molly e eu cuidamos do resto.
Estava sendo uma noite agradável e íntima, diferente das outras confraternizações que sua avó fazia, Molly não viu garçons ou criadagem. Era sua avó que estava checando o pernil de tempo em tempo e arrumando a mesa.
Molly tinha inclusive assumido a disposição dos pratos e talheres para que sua avó checasse o jantar quando Sam se aproximou.
- Precisa de uma mão? – Sam perguntou em tom prestativo.
- Você entende de etiqueta de mesa? – Molly respondeu com outra pergunta.
- Acho melhor deixar para lá. – Sam sorriu nervosamente. – Eu não sabia que você entendia de etiqueta de mesa.
- Eu não entendo. – Molly respondeu. – Mas a vovó montou um para que eu pudesse ver o lugar dos copos e dos talheres. Por que tantos talheres?
Sam não respondeu, ele apenas colocou uma sacolinha sobre a mesa e disse com os braços escondidos nas costas.
- Feliz natal, Molly. É com grande alegria que eu te digo que comprei pra você um presente em loja de departamento. Nada de diamante, de couro ou de qualquer outra coisa exagerada que você nunca vá usar. Eu realmente espero que você goste.
Tomada pela curiosidade, e pela ansiedade em desfazer aquele laço rosa pink, Molly abriu o presente que Sam a deu e tirou de lá um caderno com folhas pautadas de forma personalizada. Era um caderno para produção de texto, com folhas perfumadas, margens e de brinde vinha post its, havia um folheto com o guia de escritores iniciantes e tinha seu nome gravado a fios banhados a ouro.
- Ah Sam... – murmurou abraçando contra seu peito. – É perfeito. Eu não sei se vou ter coragem de usá-lo.
- Eu imaginei. – Sam sorriu maliciosamente. – Por isso ele já não é mais casto. Abra na primeira página, eu lhe fiz uma dedicatória.
A letra era grande e redonda, muito bonita por sinal, diferente da letra inclinada e abstrata que a mão canhota de William podia fazer.
Querida Molly,
Para correr, basta começar a caminhar. Para começar a caminhar, basta ter atitude.

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WIN SOME, LOSE SOME
RomanceWilliam tem 16 anos, perdeu sua mãe há um ano em um acidente de carro, e é o futuro Rei da Grã-Bretanha. Molly tem 14 anos e tem uma vida ordinária na pacata Tetbury, uma cidade paroquial de Gloucestershire. Ninguém espera conhecer o amor de sua vid...