Pareceu durar uma eternidade e tudo ao redor também estava girando em câmera lenta enquanto suas bocas se familiarizavam outra vez com aquele contato. Molly entreabriu seus lábios e procurou a língua de William com a sua, sentiu então as mãos dele a puxarem e de repente estava sobre o colo dele. Foi quando as mãos quentes de William tocaram um vestígio gelado da pele exposta de Molly que ela despertou para o que estava acontecendo.
Separou-se bruscamente de William e saiu correndo em direção as escadas, deixando-o para trás e completamente confuso, mas também foi questão de instantes para William sair atrás dela e ele só chegou no andar de cima a tempo de escutar a porta do banheiro de Scarlett bater.
- Porra. – xingou baixinho colocando as mãos na parede e então se voltou para a porta. – Molly, abre a porta. Deixa eu ficar com você.
Nenhuma resposta.
- Por favor, eu fico preocupado. – pediu.
Do lado de dentro Molly estava de frente para a privada esperando o vômito, mas ele nunca veio. Ela nem chegou a ter sua ânsia de vômito como tinha acontecido tantas vezes ao longo de seu tempo com Sam e nos primeiros encontros com Patch.
Ela ficou esperando, mas o castigo não veio. Ao invés disso, a única coisa que sentia era uma incômoda formigação nos lábios e uma sensação úmida no meio das pernas. Não precisou nem abaixar a calcinha para saber que ela já era inutilizável.
- Molly, por favor... eu não vou me desculpar, mas posso prometer que isso não vai acontecer de novo.
William pensou em forçar a porta e entrar. A casa de Scarlett apesar de aconchegante estava cobrando alguns acabamentos e não era só na porta de entrada.
Porém Molly não ficaria feliz em ter sua privacidade invadida. William tinha experimentado o gosto da fúria dela quando descobriu que tinha olhado seus e-mails.
- Você quer que eu vá embora? – perguntou nervosamente.
Ainda sem nenhuma resposta, William decidiu que deveria ir. Ele bateu na porta dela outra vez.
- Mols, eu estou indo. Vou trancar a porta do jeito certo pra você. – disse em tom rouco. – Olha, não vou me desculpar por ter te beijado, mas me desculpe se eu magoei você e causei tamanha repulsa. Se precisar de mim sabe onde me encontrar...
Ele desceu as escadas e antes de sair trancou a porta da casa do jeito certo e decidiu sair pela janela do quarto de Molly onde não havia arbustos de flores para esmagar com seus pés.
Ao passar pela porta ele viu uma caixa de sapatos sobre a cama. O que lhe chamou a atenção realmente foram algumas fotos antigas.
Ele pegou uma particularmente especial que era seu primeiro natal e único natal com ela, para ler atrás com o amor da minha vida (1998).
Evidentemente ele não era mais o amor da vida dela.
William passou pela janela e jogou suas pernas para o lado de fora. Ele pulou e caiu no gramado úmido com um baque surdo, indo direto para sua moto e partindo pela escuridão a dentro.
Eventualmente Molly saiu do banheiro naquela noite. Ela desceu as escadas tentando respirar fundo, rezando para que William tivesse cumprido o que havia dito sobre ir embora e não surgisse no meio de seu caminho.
VOCÊ ESTÁ LENDO
WIN SOME, LOSE SOME
RomanceWilliam tem 16 anos, perdeu sua mãe há um ano em um acidente de carro, e é o futuro Rei da Grã-Bretanha. Molly tem 14 anos e tem uma vida ordinária na pacata Tetbury, uma cidade paroquial de Gloucestershire. Ninguém espera conhecer o amor de sua vid...