Dinner

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America

Minha mãe me fez vestir um vestido justo de alças e May me convenceu a fazer um babyliss no cabelo. Eu não estava satisfeita com a ideia de “estar disponível” para Carter, mas com tudo tão frágil entre mim e minha mãe achei melhor não contrariá-la e deixa-la acreditar que eu vou adiante com isso. É só atuar até meus planos com Maxon entrarem em ação. Na verdade, cedi em ficar mais arrumada hoje porque afinal, Maxon estará lá também.

– Boa noite, Senhorita America. – Carter me cumprimenta beijando minha mão. Uma coisa eu tenho que admitir: ele é muito cavalheiro.

– Boa noite. Por favor, me chame apenas de America.

– Fiquei muito feliz em voltar aqui e em saber que aquele não foi nosso primeiro e último jantar, America...

– Ah, me desculpe se eu fui indelicada no outro dia. Eu tinha voltado de viagem e estava bem cansada, ter encontrado um jantar em casa foi um pouco estressante.

– Eu entendo. Quem sabe nosso próximo jantar não pode ser mais íntimo? Eu já sei que você não gosta dos assuntos que inevitavelmente sairão aqui hoje, então poderíamos jantar nós dois, e você fala sobre o que quiser.

– Quem sabe. Tenho certeza de que será mais agradável.

– Se me permite dizer, você está muito mais bonita do que eu me lembrava.

– Obrigada, gentileza sua. – Maxon surgiu do meu lado nos interrompendo.

– Boa noite, Carter! – Kriss e a família não estariam no jantar de hoje, então Maxon estava concentrando sua atenção não em ficar entediado ao lado dela, mas em me observar e fazer cara feia para Carter.

– Boa noite, Maxon!

– America, você pode vir comigo um minuto? – Ele perguntou.

– Algum problema? – Carter perguntou e o olhou claramente incomodado.

– May está pedindo ajuda e tem que ser dela. Sei que vocês estão conversando, mas deve ser rápido. Vocês terão tempo depois do jantar.

– É melhor eu ir ver o que é. Você se importa?

– Não, tudo bem. Como seu irmão disse, teremos tempo depois. – Olhei pra Maxon quando ele disse isso.

– Com licença. – Pedi, e saí com Maxon ao meu lado.

Assim que entramos no corredor, perguntei a Maxon qual era o problema. Ele me arrastou pra uma sala que era uma mini biblioteca e fechou a porta.

– O problema é que você tá maravilhosa.

– O que?

– Sua irmã tá bem, mas eu não estava nada bem só te vendo assim, sem poder fazer nada, ainda mais com aquele cara flertando com você. – Eu sorri e apertei os lábios.

– Maxon, não acredito que você me tirou de lá só pra simplesmente atrapalhar o Carter. – Estávamos falando tão baixo que praticamente sussurrávamos.

– Na verdade não foi só pra isso. – Ele passou a chave na porta e caminhou até mim. Eu estava encostada numa escrivaninha. – Eu tenho outros planos para os dois minutos que passaremos aqui. – Ele disse no meu ouvido segurando minha cintura. Passei minhas mãos pelo seu pescoço e lhe beijei.

Estávamos nos arriscando muito. Tínhamos combinado que não faríamos esse tipo de coisa dentro de casa já que minha mãe estava de olho em mim, mas foi irresistível. A casa estava cheia, então não achei que com tanta gente pra dar atenção ela iria vir me espionar durante uma saída rápida, ainda mais porque saí com Maxon. Ela confiava nele.

Maxon me sentou na mesa e beijou o meu pescoço. Não acendemos a luz, e a sala estava iluminada apenas pelo luar que entrava pela janela e isso deixou o clima ainda mais excitante. Cada toque dos seus lábios na minha pele me deixava arrepiada. Ergui sua cabeça e lhe beijei na boca de novo porque se ele continuasse na região pescoço/colo eu iria implorar pra ele abrir o meu vestido. Maxon soltou meus lábios e respirou fundo.

– Temos que voltar. Se a May chega na sala antes estaremos encrencados. Eu perguntei pra ela antes de ir te chamar e ela disse que terminaria de se arrumar em mais ou menos 7 minutos.

– Você é maluco!

– Você me deixou assim.

– Mal posso esperar até não termos que parar... Mas por hoje, é melhor mesmo. – Ele me deu mais um beijo rápido.

– Vamos. – Desci da mesa. Maxon acendeu a luz e passei as mãos nos cabelos para me arrumar novamente. Ele limpou os resquícios de batom nude da sua boca e quando estava tudo ok com nós dois, saímos sorrateiramente e voltamos pra sala de jantar.

Quando cheguei lá, Aspen estava na sala. Ele entregou um bilhete pra minha mãe e saiu discretamente. Observei quando ela se afastou para abrir e ler. Minha mãe empalideceu. Ela levou a mão ao peito e respirou fundo. Dobrou o papel depressa e colocou no bolso da saia que usava. Antes que ela pudesse voltar pra perto de Clarkson e de Carter, com quem conversava, seu celular vibrou e ela checou alguma mensagem. Algo que fez ela arregalar os olhos e soltar o celular no chão de susto.

– Tudo bem, mãe? – Cheguei perto dela. Ela se apressou em pegar o telefone e eixa-lo no bolso de novo. Todo mundo havia parado o que estava fazendo para olhar quando ela derrubou o aparelho. Tudo isso foi muito estranho.

– Tudo bem, querida, só eu que sou desastrada. – Ela disse rindo tentando disfarçar o nervosismo aparente. Nesse momento May entrou na sala. – Ótimo, May chegou então agora podemos jantar, por favor acomodem-se. – Ela disse aproveitando que tinha atenção das pessoas.

Todos se encaminharam para a mesa e sentaram. Maxon ficou do meu lado e Carter a minha frente, como no outro jantar. Não me saiu da cabeça o quanto a reação da minha mãe foi inusitada e fiquei atenta a ela, que não comeu quase nada e esteve aérea pelo resto da noite. Seja lá o que ela tenha ficado sabendo, boa coisa não foi.

− Então, America, será que poderemos jantar mesmo à dois? Essa semana? – Estou sentada no sofá com Carter ao meu lado depois do jantar. As pessoas estão conscientemente mais afastadas de nós dois.

− Podemos. O dia que você quiser. – Resolvi aceitar de uma vez para ele parar de me encher, e também pra ter o que dizer pra minha mãe mais tarde. Se eu dissesse que passamos a noite conversando e rindo e ele não fez menção a um encontro em nenhum momento, ela diria que eu estava mentindo por não ter aceitado.

− Ótimo. O que você acha de quinta-feira?

− Perfeito!

− Então quinta-feira! Já estou ansioso! – Ele disse brindando comigo. Estávamos segurando taças de champanhe.

− Eu também mal posso esperar! – Olhei para Maxon enquanto bebia e ele revirou os olhos. Eu estava achando bonitinho vê-lo com ciúmes. Peguei o telefone e lhe mandei uma mensagem discretamente.

Precisamos conversar, não vai dormir até eu aparecer no seu quarto.

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− E aí? – Maxon me pergunta quando o procuro mais tarde.

− Carter quer me levar pra jantar quinta-feira. Eu quero fugir antes disso. – Ele arregalou os olhos e hesitou por um segundo.

− Temos 4 dias... Você consegue organizar tudo o que precisa até lá?

− Consigo. E quanto a um lugar para ficarmos?

− Eu já achei uma pousada perfeita, só vou reservar agora, que temos certeza. – Olhei pra ele com esperança e o abracei.

− Vai dar certo, não vai? – Eu perguntei enquanto o segurava como se ele fosse meu mundo. Na verdade, ele era.

− Tem que dar. Eu amo você, America. – Vacilei. Era a primeira vez que ele me falava isso. – Se não conseguirmos ficar juntos, nada mais vai fazer sentido. – Uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Ergui a cabeça que estava encostada em seu peito e segurei seu rosto diminuindo o espaço entre nossos lábios. 

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⏰ Última atualização: Dec 30, 2017 ⏰

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