18 - The End

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America

– O que aconteceu? Você não parece nada bem. Conversou com o Aspen? – Maxon me questiona no dia seguinte quando estamos na empresa.

– Vamos almoçar juntos, aí eu te conto.

– Vamos. – Fomos até o refeitório e sentamos juntos em uma mesa mais afastada.

– Minha mãe descobriu. – Maxon, que estava levando um copo de suco à boca, para no meio do caminho e me olha.

– Sobre nós dois?

– Sobre mim e Aspen. – A informação não o fez relaxar. Ele colocou o copo na mesa e pegou minha mão.

– America... Logo agora que isso ia acabar.

– Pois é. Eu não consegui terminar com ele, não oficialmente. Ele me deu um beijo no meio de tudo tentando me convencer a não terminar e ela nos flagrou.

– Qual foi a reação dela?

– Ficou furiosa. E ameaçou demiti-lo se eu não terminasse de verdade com ele e se...

– E se o que?

– Tem uma coisa que você não sabe.

– O que?

– Eu não sei se você notou que Carter Woodwork estava conversando comigo no jantar, na noite que voltamos pra casa.

– Claro que eu notei, e ele não parava de olhar pra você.

– Ele se interessou por mim. Está procurando uma esposa.

– Não...

– Minha mãe exigiu que eu aceitasse as investidas dele.

– America! Como se não bastasse eu e Kriss. – Pisquei os olhos tentando afastar as lágrimas que se aproximavam. – O que você vai fazer? – A voz dele tinha um leve desespero.

– Eu vou ter que ceder, Maxon. Aspen não pode perder o emprego. Ele mudou toda a vida dele por minha causa, e a família dele depende desse dinheiro. Estar disponível pra me comprometer com alguém é algo que sacrifica o meu desejo de estar com você, mas não posso ser egoísta e pensar na minha felicidade quando com isso eu prejudico pessoas que não tem nada a ver. – Quem estava prestes a chorar agora era Maxon.

– Você tá me dizendo que vai desistir de nós dois?

– Não! Vai ser ainda mais complicado, mas não tem nada que vai impedir a gente. Você tem a Kriss e agora eu vou ter o Carter.

– Eu já sei o que nós vamos ser obrigados a fazer pra dar um basta nisso tudo. Chega de deixar nossos pais pensarem que podem dominar nossas vidas desse jeito. – Ele disse determinado.

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− Podemos nos falar agora? – Procuro Aspen no seu quartinho quando chego em casa do trabalho naquele dia.

– Claro. – Ele sai da frente da porta e permite que eu entre. – Eu ao menos vou ter um tempo pra procurar outro emprego?

– Você não vai ser demitido.

– Não?

– Não. Mas o nosso namoro acabou. Não podemos continuar com isso.

– Eu sinto muito, Meri. Deveria ter sido mais cuidadoso e não ter beijado você ali.

– Minha mãe estava escutando a conversa, ela saberia de qualquer maneira.

– Ela ia me demitir né? O que você fez pra convencer ela a me deixar ficar?

– Ela me pediu que fizesse uma coisa em troca disso e eu aceitei, mas não quero falar pra você sobre isso.

– Tudo bem. Seja lá o que for, obrigado. Eu preciso muito do dinheiro.

– Eu sei. Eu não me perdoaria por prejudicar você. – Ficamos um instante em silêncio.

– Vamos mesmo desistir um do outro assim? – Ele perguntou olhando pra baixo.

– Aspen... Senta aqui. – Peguei sua mão e o guiei até a cama. – Ontem à noite, eu iria terminar nosso namoro de qualquer maneira.

– Eu só não entendi ainda o porquê.

– Nas últimas semanas, desde que você veio trabalhar e praticamente morar aqui, eu estive muito confusa sobre os meus sentimentos. Eu já não tenho certeza se eu amo você, Aspen. Você não sabe como dói em mim te decepcionar desse jeito depois de tudo que você fez por nós dois, mas esse tipo de coisa a gente não consegue controlar. – Vi uma lágrima escorrer pelo seu rosto. – Nosso relacionamento foi muito importante pra mim, não consigo imaginar minha vida sem esses dois anos que você me fez feliz, mas agora isso passou. – Aspen segurou minha mão e levou aos seus lábios beijando-a e depois apertando forte. Me aproximei para abraçá-lo e ele chorou como uma criança no meu ombro.

– Obrigado. Obrigado por todos os momentos secretos e maravilhosos do seu lado. Eu amei brincar de Romeu e Julieta com você, Meri. – Ele disse depois de se acalmar um pouco. Nós sorrimos um para o outro.

– Ainda bem que estamos vivos nesse final. Frequente outros bailes, Romeu. Se encante por outras donzelas. E seja feliz. – Eu Levantei da cama seguida por ele. Caminhei até a porta e parei. Aspen me deu um beijo na testa e eu beijei sua bochecha, depois trocamos um último abraço.

– Boa noite!

– Boa noite, Meri. – Ele respondeu enquanto eu saía de lá.

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Encontro minha mãe na sala me esperando quando entro em casa.

– Eu vi que você veio da ala dos funcionários.

– Está feito. Meu relacionamento com Aspen acabou, definitivamente.

– Boa menina. Agora vá se arrumar e desça para jantar com a sua família.

– Pare de me tratar como criança! Não estou afim de companhia, será que ao menos sofrer eu posso em paz? – Eu disse me direcionando às escadas.

– Ah, quer saber? Se for pra estar azeda desse jeito é melhor que fique sozinha mesmo. – Comecei a subir. – America? – Ela me chamou depois de alguns segundos.

– Que foi? – Eu já estava quase no topo e parei.

– Você recebeu algum outro bilhete como aquele que você me mostrou? – Com tanta confusão na minha vida desde que viajei com Maxon pro Rio de Janeiro, eu havia esquecido completamente desses bilhetes. Maxon disse que me ajudaria a descobrir quem estava me enviando isso, e se havia alguma chance de ser meu pai ou isso era coisa da minha cabeça, mas mal pudemos conversar sobre isso. Resolvi não confiar na minha mãe e guardar segredo sobre o segundo bilhete.

– Não. Só recebi aquele que você viu. Esquece essa história, deve ter sido alguma brincadeira, ou um engano. – Eu respondi.

– É, tem razão. – Ela disse e aproveitei a deixa para sumir das suas vistas de vez. 

Idas e Vindas - Primeira TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora