Che ti costa quello che ti dà

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Se beijaram durante um tempo, depois Marina abraçou Clara e trouxe para o seu colo, deitando com a assistente em seus braços.

–Acho que não vou sair dessa cama hoje – Marina disse, enchendo Clara de beijos pelo rosto.

–A ideia é tentadora, mas uma hora temos que sair – Clara também abraçava Marina, e encosto a cabeça no ombro da fotógrafa.

–E o que mais está te incomodando? – Marina fez Clara olhar para ela.

–Problemas em casa, não precisa se preocupar com isso.

–Fazer parte da sua vida, significa me preocupar com você, e se você está com problemas, eu quero ajudar.

–Ai Marina – Clara saio do abraço de Marina, para sentar de frente para a fotógrafa, passando uma perna de cada lado do corpo dela. – As coisas lá em casa não estão fáceis, meu pai surtou ontem a noite quando soube que eu tava trabalhando aqui, e meus pais brigaram feio, e hoje cedo o Ivan, tadinho, ele não sabia, mas enfim acabou soltando pra minha mãe que você quase atropelou ele naquele sábado, e agora minha mãe quer "conversar". – Clara fez o sinal de aspas com as mãos.

Marina sentiu um gelo no coração, as palavras de Vanessa vieram à tona em sua cabeça "o primeiro grito que a mamãe der contra vocês, ela vai sumir daqui. E pode escrever o que eu te digo, aquela mãezinha dela, não vai deixar.", ela balançou a cabeça tentando afastar aquelas palavras e procurou se concentrar em ajudar Clara.

–Tá, mas você não tinha contado pra sua mãe do incidente?

–Não, ela ia pirar, e não foi nada, o Ivan não se machucou, acabei não contando. – Clara olhou com cara de culpa para Marina. – Eu fiquei com medo dela não me deixar vir aqui. – Falou quase que em um sussurro.

Agora foi a vez de Marina respirar fundo. Clara não só tinha medo dos pais, como ocultava as coisas deles, o que era péssimo.

–Você devia ter contado. Sua mãe não queria que você trabalhasse aqui, e mesmo assim você veio.

–Meu pai não queria me deixar vir também.

–Mas você veio. Não tem sentido você lutar por um emprego e esconder que seu irmão foi quase atropelado. Não condiz com a maturidade que quer passar.

Clara olhou pra Marina e levantou as sobrancelhas.

–Agora me senti uma criança.

–Você não é criança, você só precisa aprender a lidar com seus pais da forma correta, contando a verdade e não fugindo dela.

–Você tá certa – Clara meio que falou meio que resmungou.

–Claro que estou certa, eu sou um poço de sabedoria – Marina rio e mexeu as pernas fazendo Clara pular em seu colo. – E seus pais, é por causa do restaurante que eles estão brigando?

–Também. – Clara se apoio em Marina – Meu pai ficou bem alterado ontem à noite, e ele quase me bateu, mas minha mãe pulou na frente, e hoje cedo eles não tinham se falado ainda...

–Mas ele ia bater em você porque você veio pra cá?

–Não, foi porque eu respondi pra ele – Diante da cara reprovadora de Marina, Clara logo emendou – Eu sei, não devia ter respondido pra ele, mas eles não têm um argumento válido para impedir esse trabalho, e isso me tira do sério.

–Sua mãe tem um agora, e um bem sério. Você mentiu pra ela.

–Tecnicamente, foi omissão.

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