È da sempre un'opportunità

1.2K 59 2
                                    

Tinha um barulho incomodando, que vinha e ia em seguida. Clara foi se mexer e se sentiu presa. Meio acordada e meio dormindo, ela se lembrou que estava com Marina, que tinha pegado no sono nos braços da fotógrafa e o barulho devia ser seu celular. Clara levantou tão rápido que conseguiu acordar Marina.

-Que aconteceu? – A fotógrafa resmungou, tentando puxar Clara de volta pros seus braços.

-Meu celular – Ela saiu cambaleando da cama, e olhou o visor, era a mãe – Ai céus. – Respirou fundo e atendeu – Oi mãe.

-CLARA FERNANDES VOCÊ PERDEU COMPLETAMENTE O JUÍZO? Tem noção de que horas são? Do tempo que estou te ligando? Tô morrendo de preocupação, porque essa merda em que você trabalha não tem telefone, e ninguém atende o maldito interfone.

-Você tá aqui? – Clara olhou desesperada para Marina

-Não, eu fui, mas ninguém deu sinal de vida. Tô morrendo de preocupação Clara, você disse que ia chegar tarde, mas isso é além dos limites da tarde.

Clara se aproximou de Marina que tentava acordar e olhou no celular dela que estava perto, eram 3h da manhã, ela levou as mãos à cabeça.

-Desculpa mãe, nós tivemos um dia cansativo, e depois ajudei a Marina a arrumar umas coisas aqui, e acabei pegando no sono. Você sabe que eu tenho o sono pesado, não é na primeira ligação que vou atender...

-Olha Clara, eu não acredito nisso. Você dormiu? Como é que alguém dorme no serviço?

-A Marina tem um ótimo sofá mãe, e eu já disse que estava cansada. Eu vou pra casa, ok?

-Agora? Minha preocupação era saber se você tava viva, pra que eu te matasse amanhã sua irresponsável!! Agora fica aí, não vai sair de madrugada e atravessar o Rio de Janeiro. Esqueceu que é sexta-feira? Tá cheio de maluco por aí.

-Tá mãe – Clara não conteve o sorriso – Desculpa. Boa noite.

-Irresponsável. Tchau.

-Nossa, ela tá furiosa. – Marina disse abrindo os braços para Clara se deitar novamente.

-Você ouviu? Ela só me queria viva para me matar. – Clara deixou o celular ao lado da cama, e voltou pros braços de Marina sorrindo.

-Não vou deixar ela matar você. – Marina fazia carinho nos cabelos de Clara.

-Que bom, mas quando chegar em casa eu me entendo com ela. E você tem que me levar ainda, lembra?

-Você fica com o carro.

-Não Marina, não foi o trato, e se eu chegar com o carro só vai piorar as coisas.

-Tudo bem, amanhã eu levo você pra casa minha princesa fugida, mas agora eu posso voltar a dormir ou a gente podia acordar de vez. – Marina disse descendo a mão do cabelo de Clara para a nuca, arranhando a assistente levemente.

-Dormir Marina, dormir. – Clara abraçou mais forte a chefe, e fechou os olhos – Durma sua safada.

-Você não me viu safada ainda. - Marina deu um beijo na cabeça de Clara, e voltou a fechar os olhos.

----

Acordou por volta das 10 da manhã. Clara tinha achado estranho a mãe não ter ligado ainda. Mas se levantou sem fazer barulho para não acordar a namorada e foi tomar banho. Quando saiu, Marina estava se espreguiçando, Clara correu até a cama e pulou em Marina.

-Bom dia, dorminhoca – Disse enchendo a fotógrafa de beijos.

-Já tô achando o melhor dia de todos – Elas se abraçaram sorrindo e Marina beijou os lábios de Clara. – Faz tempo que acordou?

Se Non TeOnde histórias criam vida. Descubra agora