Se non te

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Clara foi atrás de Marina e acabou encontrando a mulher no estúdio, trabalhando em algumas fotos.

-São para a exposição? – Clara perguntou ao se aproximar lentamente de Marina.

-São. – Marina respondeu seca, e nem olhou pra mulher.

-Então, nós vamos ficar assim? – Clara cruzou os braços encarando a fotógrafa.

-Por que Clara, me diz por que de uma hora pra outra você resolveu simplesmente apoiar tudo que tem a ver com essa mulher? – Marina largou as fotos e olhou pra esposa. – Primeiro a ideia do vestido, agora ela aqui em casa?

-Não tô apoiando tudo que tem a ver com ela Marina, também não exagera. Por que você quer ela tão longe? O que te incomoda tanto assim? Ela não era só pra ser de uma noite?

-Você não pode estar querendo insinuar que eu tenho sentimentos por ela. – Marina riu.

-E porque não teria? Não foi um caso que vocês tiveram?

-Mal ficamos uma semana dividindo a mesma cama, pelo amor Clara, não tem nem lógica isso.

-Não tem? – Clara olhou séria pra Marina. – Não foi você que se apaixonou por mim à primeira vista? – A assistente deu de ombros. – Imagina uma semana com a mesma pessoa. Alguma coisa ela tinha, já que você pegava por noite, e estava repetindo, não é mesmo?

-Você não pode comparar a nossa história com as aventuras do meu passado. – Marina se alterou. – É irracional.

-Então deixe suas aventuras no passado Marina. – Clara esbravejou. – Porra, você não sabia que era sua irmã, ela foi uma vaca, mas passou, supera isso. Você que fica se remoendo com essa história, como se tivesse alguma coisa aí, que não dá pra esquecer. – Clara virou as costas e subiu as escadas, parou no topo e olhou pra Marina. – Tô de saco cheio dessa sua crise de menininha com ego ferido. – Deixou de uma vez por todas a fotógrafa sozinha no estúdio.

Marina tentou argumentar, mas acabou ficando calada. Deixou Clara sair, e começou a andar de um lado pro outro pelo estúdio fervendo de raiva. Por fim, decidiu não ir atrás de Clara, não tinha nada errado com ela e seus sentimentos, era um ciúme bobo e sem sentido da assistente.

Acabaram passando a tarde separadas, Clara permaneceu um tempo no quarto e depois foi pra piscina, enquanto Marina não saiu do estúdio. Uma hora a assistente resolveu comer, e fez o almoço tardio para as duas. Largou um prato para Marina no estúdio e voltou para sua folga. A fotógrafa, ficou com suas fotos, murmurou um agradecimento quando a comida chegou, mas não deu o braço a torcer.

-Vou na casa da minha mãe, ela quer conversar sobre a decoração da festa. – Clara falou na porta do estúdio quando a noite chegou. – E caso seja do seu interesse, sua irmã, já está no quarto.

-Você vai...- Marina não conseguiu terminar, Clara saiu batendo a porta com força não deixando a fotógrafa falar mais nada.

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-Oi gente. – Clara chegou ao apartamento dos pais, e cumprimentou os dois. – Cadê o Zé Ruela?

-Tá na casa de um amiguinho, e cadê a Marina? – Heloísa perguntou, assim que Clara entrou e largou sua bolsa.

-Em casa. – Clara foi fria quando falou da mulher.

-Dois dias de casamento e já estão assim? – Cadu brincou com Clara.

-Qual é hein pai? Dois dias sem brigar com a mãe e fica assim engraçadinho.

-Eia, que só tava brincando, esquentadinha.

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