Cap.1

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— Então é isso! — o advogado fala se levantando e estendendo a mão para nós.

— Isso só pode ser alguma piada, certo?! — Charlotte fala vermelha de raiva — Meu irmão, gay?! Fala sério! Você quer mesmo que eu acredite nessa palhaçada?!

— Casar?! — Eduardo fala como se ainda não entendesse o que aquilo quer dizer — Só se eu fosse levado amarrado pra o altar, e olhe lá...

— Sessenta mil reais? O que eu vou fazer com tão pouco?! Nem mesmo depois da morte ele deixou de ser​ mão de vaca! — Charlotte continua a reclamar pra ninguém em especial.

— Meu Deus... — acabou de me cair a fixa do que isso significa — Eu tô rico, é isso?!

— Como assim, rico?! — Eduardo me encara.

— Já que você não quer casar, tudo fica pra mim. — respondo alegremente.

— Na verdade, se vocês dois não casarem, tudo fica pra Sra. Charlotte. — o advogado me corrige.

— Tem que ter outro jeito. — Eduardo diz baixinho ao meu lado.

— Pelo que eu tô vendo, sou a nova milionária do pedaço. — Charlotte comemora.

— Isso tudo parece uma piada. — agora é a vez do meu pai tomar a palavra; eu nem me lembrava mais que ele está aqui com a gente — Meu pai, gay?! Meu Deus... É muita informação pra um dia só.

— Poxa, é muito dinheiro e eu tô precisando tanto no momento. — digo me sentindo um pouco contrariado com a situação — Mas casar com um debilóide não vale a pena.

— Como assim, “debilóide”? — Eduardo olha pra mim como se quisesse me matar — Eu que não quero casar com um viadinho pão com ovo! — Reviro os olhos.

— Vai se foder! — digo com dentes trancados de raiva.

— Por favor, vamos todos nos acalmar. — o advogado, que até agora só observava a cena, pega uma caixinha e abre — Aqui estão os pingentes; neles têm a senha do cofre — fala tirando e nos dando um pingente em forma de coração.

— Tudo isso é patético. — Eduardo fala recebendo o pingente e o avaliando.

— Você vai mesmo se casar? — meu pai me segura pelos ombros e me olha nos olhos parecendo preocupado.

— Não sei pai, mas preciso do dinheiro e não é sempre que se tem uma oportunidade dessas. Até porque, tenho que pagar minhas contas atrasadas e a minha pós-graduação.

— Eu sei disso meu filho, mas seu avô me deixou dinheiro e a sua mãe também recebeu uma boa quantia... Nós podemos...!

— Não, pai! Eu jamais aceitaria... Esse dinheiro é de vocês! Já tava na hora de vocês descansarem dessa rotina terrível... Aproveitem o máximo que puderem.

— Bom, vocês dois precisam fazer logo sua escolha, porque se optarem pelo casamento, a papelada precisa começar a ser organizada. — o advogado avisa calmamente.

— Podemos conversar por um minuto? — Eduardo me encara parecendo muito sério.

— Tá bom! — concordo, mas me sinto apreensivo.

— Vamos conversar lá fora, no jardim. — ele diz já caminhando em direção a porta.

— Volto já, pai! — sigo o Eduardo.

***

— Meu Deus, isso é o jardim?! — digo encantado com o tamanho daquele lugar e também com a sua beleza — Nunca vi algo tão lindo na minha vida.

Casamento arranjado ( Em Revisão )Onde histórias criam vida. Descubra agora