Cap.4

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— Olha, foi mal... — Eduardo coça a cabeça sinicamente.

— Isso foi muito constrangedor! — o encaro.

— O que foi?

— Dá pra você cobrir essa... coisa?! — coro desviando o olhar daquilo.

— Até parece que ‘cê nunca viu uma dessa... Além do mais, eu tô de cueca.

— Acho melhor você começar a dormir de short. — vou em direção ao banheiro — A propósito, o Feh vai dá uma passadinha aqui hoje.

— Quem é “Feh”?

— Um colega da faculdade.

— Hum... — ele fala cruzando as pernas e pondo as mãos em cima de suas áreas baixas apertando-as.

****

Depois de fazer minhas atividades, que incluía o bolo de chocolate do Eduardo, fui para o jardim; aquele lugar de certa forma me encantou desde a primeira vez que eu o vi. Deito na grama e fico encarando o céu, de repente tudo parece um sonho, pois jamais imaginei que estaria casado tão jovem e muito menos praticamente rico.

A única coisa ruim, se eu for parar para pensar, é o fato de tudo ser um contrato. Eu daria tudo pra ter casado com alguém que eu amasse de verdade e fosse rico, mas a vida não funciona assim e pensando bem, não sei se sou capaz de amar novamente agora, pelo menos não depois que eu terminei com o Luigi... Eu amava aquele cafajeste. Era uma delícia pensar que alguém me amava, mas tudo não passou de uma mentira.

[Flashback]

Estou exausto, trabalhei de manhã até a tarde e depois fui pra faculdade, nem deu tempo de tomar um banho. Me sinto imundo, uma sensação bem desagradável, não vejo a hora de chegar em casa, preciso curtir meu namorado e de lambuja, sua massagem.

O ônibus para e eu desço tropeçando em meus próprios pés de tão cansado que me sinto e caminho rapidamente em direção ao apartamento do Luigi. Eu aluguei uma kitnet pra mim, onde deixo a maioria das minhas coisas, mas ultimamente eu estou praticamente morando com ele.

Pego a minha cópia da chave, abro a porta e entro; jogo a mochila no sofá e vou tomar um copo de água me sentindo esgotado, porém aliviado de já ter chegado aqui.

— Anjo?! — chamo enquanto coloco o copo na pia; a casa está estranhamente calma e não o vejo em lugar algum, então me dirijo ao quarto e começo a ouvir uns barulhos estranhos; franzo as sobrancelhas empurrando a porta — Anj...?!

O que eu vejo a minha frente é quase como um tapa na minha cara. Luigi está na cama com o vizinho, ele o segura firmemente pela cintura o estocando enquanto o outro se agarra a ele gemendo como uma puta.

Sinto meu coração falhar uma batida e uma dor ardente se depositar próxima ao meu peito, minha garganta de repente parece se fechar, eu não tenho ação de nada e os dois nem sequer me notam enquanto fodem descaradamente na minha frente. Finalmente saio do meu transe, limpo a garganta, que está tão seca ao ponto de doer, e falo com um fio de voz que sequer parece minha.  

— Luigi... — sussurro já sentindo as lágrimas ameaçando caírem.

— André?! — ele se assusta ao ouvir minha voz, mas não se mexe um centímetro de onde está; o vizinho faz menção de se levantar, parece totalmente desconcertado, mas Luigi o segura no lugar — O que você tá fazendo aqui, André?

— O QUE EU TÔ FAZENDO AQUI?! EU QUE DEVERIA ESTAR FAZENDO ESSA PERGUNTA! — minha voz me trai e embarga falhando — Não acredito que você me traiu... e ainda mais com ele, na sua casa! Devia ao menos ter tentado esconder, seu babaca.

Casamento arranjado ( Em Revisão )Onde histórias criam vida. Descubra agora