Hawaiian Girl | ST+ IT Cast |

Marlboro dead

❝Você me diz que o sofrimento está em seu sangue. Mas eu posso ver seu coração amando novamente❞

─ One Direction

343 days before

Finn tinha uma vaga e preocupante sensação de que alguma coisa estava profundamente errada consigo mesmo, e temia saber o que era. Ele estava fraco, porém aquilo não era conjunto do efeito colateral pós álcool, acredite, ele conhecia muito bem uma ressaca e seus diagnósticos passavam longe disso. O rapaz podia ouvir a nostálgica voz grossa de seu pai causar um eco em sua cabeça, dizendo para ele que cada átomo em seu corpo um dia já fez parte de uma estrela. O que de fato estava certo, segundo os estudos de Carl Sagan.

É, talvez ele não esteja morrendo, talvez ele esteja apenas voltando para casa.

─ Seu nariz está sangrando. ─ Millie disse em um tom preocupado, assim que virou-se para ele. Eles estavam deitados em sua cama, ambos encarando o teto revestido de massa, que formava algumas gardênias brancas. Nenhum dos dois falavam nada. Bom, até agora.

─ Sim, babe! Você faz minhas narinas sangrarem. (pra quem não entendeu isso, os personagens de anime sangram pelo nariz quando estão excitados)

─ Você realmente consegue trasformar tudo em pornográfia.

─ O que eu posso fazer? ─ perguntou ele passando as costas da mão no nariz para limpar. Ele não estava flertando nem nada, queria apenas desviar do assunto antes que se aprofundasse em especulações sobre doenças, e em buscas no Google que definitivamente levariam a câncer ou gravidez. ─ É um dom.

─ Agora é oficial. ─ Falou Millie fitando seu rosto pálido, com algumas correntes vermelhas abaixo dos olhos. Por mais que Finn estivesse no Havaí, ele ainda não havia ficado tempo suficiente no sol para conseguir um bronzeado similar ao de Millie. ─ Eu não faço idéia do que estou fazendo contigo.

─ M-hm ─ Os olhos dele analisaram o rosto de Millie. Ele podia notar que sua respiração estava irregular pela maneira que oscilava o peito. A garota poderia mentir o quanto quisesse para ele, mas era nítido que Finn mexia com ela mais do deveria.
─ Minhas aulas começam amanhã.

─ Sério?

─ M-hm. ─ Ele murmurou em concordância novamente. ─ Vou ter que fazer um teste pro time.

─ Por que?

─ Troquei com Cody. Seu endereço por um teste. ─ Finn mordeu a parte interna da bochecha, sentindo um ardor espalhar-se por seu estômago. A sensação era horrível, mas não era nada que ele não pudesse suportar. Millie deitou a cabeça no peito do garoto, escutando as batidas desengonçadas do coração de Finn. Ele era tão errado, que suas palpitações caiam mais do que levantavam. Ela até pensou em perguntar sobre, mas não seria nada educado deduzir ao rapaz que ele tinha alguma anomalia cardíaca.

─ Tomara que você não passe. ─ Disse Millie passando o braço em volta do peitoral dele ─ Senão ficará mais metido do que já é.

─ Admita logo que você está com medo de me perder para alguma líder de torcida.

─ E por que deveria? ─ Perguntou para Finn abruptamente ─ Eu sou a capitã delas.

─ É... ─ Ele começou a responder, mas sua voz falhou inoportunamente. Wolfhard não sabia o que dizer, Millie estava muito além do que ele imaginava. ─ Claro que é. ─ Com uma careta Finn envolveu o braço entorno dela, aproximando-a ainda mais de seu corpo febril. Os cabelos castanhos de Millie se espalharam ainda mais em mechas desamparadas, sobre a camisa preta do the 1975 de Finn. Sua bochecha foi precisionada calmamente no tecido da roupa, no momento em que ela ajeitou-se a procura de uma posição melhor entre os braços do rapaz.

─ Você fumou hoje? ─ Millie perguntou sentindo sua cabeça subir e descer calmamente por causa da respiração de Finn.

─ Não.

─ Sério?

Ele concordou com a cabeça.

─ Isso é um começo. ─ Ela riu. Mas Finn não. Ele não sabia se realmente valeria a pena algum dia. Mas, quando ele foi pegar seu maço de marlbolo red para fumar hoje cedo, teve a estranha sensação de estar cometendo um grande erro. Foi quando decidiu parar, ou ao menos reduzir o número de cigarros. Por mais que Finn viesse tentando a bastante tempo morrer, não precisava ser algo de imediato. Não mais. Não por ela.