Alcoholic for love

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❝É que eu sou fraco, frágil, estúpido. Pra falar de amor, mas se for com você eu vou❞

─ Jão

(Capítulo inspirado em 10 coisas que odeio em você.
Sem foco fillie.)

324 days before

Connor estava plantado de frente a picape, no final da rua de sua casa. Esperando por Jack, para que pudessem conversar e esclarecer o acontecido na noite anterior. Mas então a escuridão ameaçou e ele sentiu a garganta começando a fechar. Connor se deu conta com pânico verdadeiro de que tinha pegado coisas suficientes para um peculiar primeiro encontro, e tinha deixado a coisa mais importante, seu inalador, na parte de cima da prateleira de livros no seu quarto.
Ele olhou para uma figura se aproximando dele na calçada, apertando a própria mão de tanto nervosismo, como se fosse ele quem tivesse asma e estivesse ficando cada vez mais com falta de ar. Jack encarou ele, com o rosto cheio de perplexidade e terror, e Connor poderia ter sentido pena dele se seu
coração já não estivesse tão cheio de medo por si próprio. Con apertou as tulipas, com as mãos para trás, tentando esconde-las do garoto que se aproximava. Ele puxou desesperadamente o ar pela boca, a balbuciar para sentir o oxigênio passar para seus pulmões novamente. Mas nada funcionava. Ao menos não com Jack Dylan Grazer andando até ele, depois de afirmar estar apaixonado.

─ Oi! ─ Disse Jack meio sem jeito. Por mais que ele tivesse apenas uma rala lembrança da noite passada, ele não precisava saber o que fez na festa para se exaltar ao ficar perto de Connor.

─ Oi! ─ Respondeu o loiro no mesmo tom. Fazendo uma careta ao conseguir finalmente inalar o ar.

─ Você está bem?

─ Estou. só. meio. sem. ar. ─ Falou entre pausas.

─ Crise de asma?

─ O início de uma.

─ Um segundo. ─ Pediu Jack começando a apalpar o bolso do seu jeans, até pescar dele uma velha bombinha vermelha. ─ guardo desde seu primeiro ataque. Pensei que morreria naquele dia.

─ Eu também pensei. ─ Eles trocam um sorriso tímido, e Connor pegou o inalador da mão do moreno. Usando-o diversas vezes, degustando da ótima sensação que era respirar.

─ Mas, diga o que queria conversar.

Connor toma um pouco de tempo para trazer a coragem e a tona, e, dizer:

─ Bom, ─ ele imprensa as tulipas na porta da caçamba do carro ─ ontem a noite. Quando você disse ser gay...

─ Quando eu o que? ─ Jack o interrompe.

─ Disse ser gay.

─ Pra você?

─ Não exatamente. Você falou no microfone o quanto era super gay e que estava... você não lembra de nada?

─ Puta merda! ─ Indagou o menor passando a mão no cabelo, quase tão nervoso quanto Connor ao ouvi-lo.
─ Eu me assumi gay para metade da escola?! Meu pai vai fuder a porra da minha vida.

─ Talvez ele te entenda.

─ Ele me bateu por assistir um reality show. Imagina se descobrisse que...

─ Gosta de mim. ─ Connor interfere passando uma das mãos no rosto, e cortando qualquer contato visual com Jack. Ele estava cansado desse desse mesmo circulo de paixão e ressaca.

─ O que?

─ Você me beijou no luau, se lembra disso? E que disse ontem a noite o  quanto enlouqueço você? Que odeia minhas músicas. Mas, você sabe o que eu odeio? Eu odeio o modo que te amo sóbrio. Eu odeio como você me deseja bêbado. Eu odeio estar pateticamente apaixonado por você, e odeio não conseguir evitar isso. Odeio como nega nós dois. Odeio todas as noites que levei doces pro seu quarto. Odeio todas as vezes que precisou usar alguma substância pra sentir algo por mim. E definitivamente odeio a maneira que você é tóxico. Já chega, Jack. Eu estou de saco cheio de tudo isso. ─ Simbilou o loiro batendo as tulipas no peito do menor. De repente (deve ter sido a surra de sentimentos, e o provável termino precoce que estilhacou seu coração) Jack já não correspondia mais. Estava imóvel. Petrificado como estátua. Sem reação alguma. A última vez que estive assim, foi na morte de sua mãe. Mas já havia passado tanto tempo, que ele nem se lembrava mais da sensação. Bom, até aquele momento.

─ Connor... ─ Sussurrou ele.

─ Não, Jack. Eu estou cansado disso.

─ Con.

─ Estou cansado de você. Simplesmente me esqueça. ─ Foi a última coisa que Jack o ouviu dizer antes de ficar totalmente surdo para o mundo. Ele até percebeu que Connor disse algumas coisas enquanto caminhava até a frente da picape, mas não pode ouvi-lo.

Connor havia o deixado. E pela primeira vez na vida Jack soube que estava realmente só. Com sua língua tão fraca, ao ponto de esquecer a linguagem que fala. Sem palavra alguma, ele descreveu a dor no ato de condoimento. Arrastando ferrozmente as unhas no peito, tentando arrancar o próprio coração pulsante e quebrado. Para talvez assim, deixar de sentir tanto.

Pequeno pobre Jack, ainda não sabia que aquele era apenas o primeiro pulo no penhasco de dor que passaria na semana.

Não revisado.

Hawaiian Girl | ST+ IT Cast |Onde histórias criam vida. Descubra agora