Hawaiian Girl | ST+ IT Cast |

Capítulo 2 - I sold my soul

❝Ela vai falar merda, mas diz
Como você inventa, como você finge um amor?❞

─ Lil Xan

298 days before

Vê-lo partir de volta para Nova Iorque sem se despedir deixou diversas perguntas inimagináveis serem criadas na cabeça da morena deixada aos prantos em Mauí, Havaí. O romance dos dois não havia valido nada? Ele jamais esteve apaixonado por ela? Ele a usou como Sebastian havia feito? Ela estava, agora, na mesma situação estúpida na qual o ex-namorado tinha a deixado anos atrás?
  Millie não tinha certeza de nada, além de uma coisa;
Que ninguém jamais poderá sentir por Finn o que ela sentiu. Ama-lo como ela amou. Não poderá adora-lo do mesmo jeito. Se acostumar até mesmo com o cheiro doce do cigarro. Não será capaz de perceber todos seus mínimos movimentos, os trajetos do maxilar, clavícula, ombros e pescoço. Ninguém nunca o desejaria fisicamente e psicologicamente como ela o desejou. Amar até mesmo seus piores defeitos. Era como se Millie, e, apenas Millie, tivesse sido concedida com a bênção de ver, sentir, beijar e conhecer quem ele realmente era. Nenhuma garota poderá jamais ver o que ela viu. Não apreciará o espaço quase imperceptível entre os dentes dele, o calo de seus dedos, sua descrença com Deus e deuses, as mãos grandes e ombros largos. Poderá até ver todas aquelas manchas no abdômen e costas, cicatrizes nas mãos por tanto brigar, mas não será capaz de amar-lo como ela amou. Não, jamais.
Era verdade, Millie não era do tipo de voltava, nunca foi, mas ela nunca imaginou que ele era do tipo que partia. E pior, do tipo covarde demais para dizer adeus.

Ali, em pleno treino de torcida, ela caiu de joelhos na grama. Incapaz de suportar todo o peso de seu corpo abandonado por ele. Pensava em como conseguia ser tão burra de acreditar em alguém que desde o começo estava ali para destruir ela e todo resto de felicidade que ainda existia nela. Passar longe de romances sendo popular, linda e uma ótima pessoa tinha sido difícil demais para um new york boy com seus Marlboro da Morte acabar com isso em dias contados. Porra. Caralho. Merda. Millie Bobby Brown estava desesperadamente apaixonada por Finn Wolfhard. Tendo naquele instante, não só a consciencia disso, mas como também de que o amava pra caralho. Ela não se arrependida de ter vivido o que viveu com ele, se arrependia apenas de não ter passado mais dias ao seu lado.

Com os olhos transbordando oceanos, a garota puxava o uniforme do peito oscilante como se tentasse arrancar o coração as pressas. Estava tudo tão bem com ele, as coisas aconteceram tão de repente, não recebeu se quer um último beijo. Mas que droga! Se ela soubesse que aquela seria a última vez que o veria, o beijaria tanto que suas bocas ficariam inchadas. Mas agora já era tarde demais pra isso.

─ Millie. ─ Gritou pela terceira vez, uma das meninas ajoelhadas entorno dela, sendo finalmente ouvida ─ Está passando mal?

─ Abram espaço, ela parece está com falta de ar! ─ Berrou Maddie também, empurrando as pessoas para longe da amiga, mas Millie negou com a cabeça, arfando como se seus pulmões não fossem mais capazes de trabalhar.

─ E ─ El ─ Ele... ─ A jovem tentou explicar com palavras, mas ninguém da equipe conseguiu entender. Nem mesmo ela.

─ O quê? Te levaremos para casa e você fala quando estiver calma. ─ Disse Maddie novamente, mas a amiga negou com a cabeça mais uma vez, com as lágrimas ainda rolando pelo rosto inchado e vermelho. ─ Tudo bem, casa do Cody então?

A palavra "não" quase escapou dos lábios escarlate de Brown, mas uma rajada de raciocínio a propôs a idéia de poder obrigar Cody Vincent explicar a ida de Finn, já que ambos são amigos. Ao menos eram.