Hawaiian Girl | ST+ IT Cast |

Whout Me; The End

❝Acho que eu meio que gostava do jeito que você entorpecia toda a dor❞

─ Lewis Capaldi

Finn estapeou as mãos de Jack, Jaeden e Wyatt do outro lado da sala gargalharam em resposta e Connor se engasgou com a água ao ouvir o estalo.

— Aí, merda! — Grazer choramingou, tirando suas mãos do rosto de Finn para beija-las as costas. — Por que isso?

Ele deu de ombros. — Sei lá, achei que fosse me beijar.

— Eu ia encostar minha testa na tua, Connor advinharia na hora que o animal é um pinguim.

— E eu lá saberia?

— Foda-se, irmão.

Connor tirou o post-it de sua testa e olhou o escrito com um sorriso ladino. Estavam no canto do waffle's palace jogando 'quem sou eu?' enquanto o restante de seus amigos estavam espalhados pelo estabelecimento comemorando o aniversário de Finn. Caleb já estava bêbado e pulando ao som de um trap, com a camisa laranja e preta entorno do pescoço. E se Wolfhard olhasse pela janela veria Cody e Sadie no carro, ela sentada no capô e ele entre suas pernas, o cochicho distante de uma música calma soando pelo rádio do carro e o jeito que ela sorria feliz para ele. A noite dos casais ele diria, com Wyatt abraçado com Jaeden ao seu lado esquerdo e Jack e Connor aos amassados em sua direita. Ele tomou um gole do suco lamentando não poder consumir álcool por causa dos remédios.

Resolveu ligar para Noah, ainda magoado em saber que ele não pôde vir para o seu aniversário quando todos os outros, até mesmo os que já estavam há um ano na faculdade, pegaram vôos para comparecer. Ele mesmo que acabou indo para o Texas voltou para o Havaí apenas por isso.

— Finnie! — O garoto gritou da outra linha, alegre e surpreso pela ligação. — O que te devo? — Noah gargalhou, esbanjando felicidade. E mandou alguém ao seu lado ficar em silêncio.

— Quem está ai?

— É só meu colega de quarto. — Ele soou convincente, então Finn deixou o assunto de lado. — Feliz aniversário, cabeça de melão! Viu o que te mandei por correio?

— Minha mãe me entregou, mas ainda não abri.

Eles sorriram em lados opostos da linha.

— É uma edição de colecionador da LEGO, seu pai me disse que você gosta de Star Wars e eu tinha visto esse LEGO na loja de penhores pouco antes do dia de ação de graças e só consegui pensar em você. — Riu — Vamos monta-lo.

— Virá para o ano novo? Podemos montar na véspera.

— Por que não amanhã?

— Amanhã? — Ele perguntou confuso, para erguer a cabeça e encontrar Noah e Millie na sua frente.

— Feliz aniversário, Winn Folfhard! — O casal dissera em uníssono, atraindo o restante dos olhares da mesa.

{...}

Millie parecia cansada, ele notou isso pela bolsa roxa abaixo de seus olhos e a pele pálida. Mas, poderia ser apenas o frio cortante do inverno. O cabelo bem maior do que da última vez que se viram, no aeroporto antes de sua ida para a Itália. Agora era longo, abaixo dos seios e tinha mechas loiras, mas ela não parecia feliz com elas. Nem com seu casaco de pelo e suas botas de salto, ou com toda a maquiagem em seu rosto tentando esconder suas (im)perfeições. Ela quase nunca entrava no assunto. Apenas sorria para Noah e cochichava em seu ouvido. Ás vezes tentava se aquecer em seus braços e ele beijava-a a testa e as têmporas, trazendo um pouco de sua alegria a tona. Mas, quando Noah já não mais a olhava, seus olhos ficavam perdidos pela mesa, desconsertados ao ambiente. Parecia triste, como se tivesse tido uma péssima semana.

Finn lembrou-se de alguns assuntos passados. Desabafos de Noah, àqueles que diziam se sentir culpado por não estar próximo para protelege-la. Que ficar  sozinha num país desconhecido poderia ser assustador para uma garota que passou por tanto como ela havia passado. Mesmo que ele a visistasse sempre, não era o suficiente. Seu melhor nunca seria o suficiente porque ela sempre iria merecer o dobro. Millie estava diferente, tinha dado o seu melhor para se encaixar os padrões das meninas européias e agora não conhecia a si mesma.

— Tem Coca-Cola? — Ela perguntou para ele, arrancando-o de seus devaneios.

— Acho que não.

Ela revirou os olhos, mas sorriu para poupa-lo do drama. Millie virou-se para Noah que gargalhava de algo que Wyatt disse e passou a mão enluvada em seu pescoço chamando-o a atenção.

— Me empresta as chaves do carro?

— Para quê?

— Vou no posto aqui do lado comprar Coca-Cola, mas está nevando e não quero congelar.

Ele ponderou, e olhou através do vidro a neve ficando cada vez mais forte, a estrada estava vazia. Não parecia uma boa idéia.

— Tem certeza? Isso tudo por um refrigerante? Acho melhor você ficar aqui até parar de nevar e ai até eu mesmo te acompanho ou o Finn.

Millie resmungou, visivelmente insatisfeita.

— Eu quero agora. — Ela fez bico e ele estalou os lábios no dela. Finn desviou o olhar amargurado. — Por favor! Finnie, diz para ele que não é nada demais.

— Eu não sei não...

Bobby Brown o encarou com seus olhos misericordiosos, implorando para eles até que cederam suas lutas. Ela beijou a bochecha de ambos com muita força e abriu um belo sorriso. Mas eles puderam notar a tristeza vacilar nas orbes de seus olhos. — Eu amo vocês! Meus dois garotos.

Ele riram.

— Também te amamos!

A meia noite daquele mesmo dia, Finn descobriu que fora preciso apenas 730 dias para perda-la para todo o sempre.