❝Eu não quero mentir, estive dependendo de você❞─ The Neighbourhood
349 days before
Jack apertou o pacote de ervilhas em seu rosto, sentindo o gelado em contato com sua pele começar a alivar a dor. Aparentemente, ele estava melhor agora, e não havia necessidade de três pessoas cuidando dele por causa de um tapa. Bom, Millie concordava com isso. Pois não aguentava as ligações pertubantes de Amber, a cada 5 minutos. A loira estava na praia com Cody e Joey, e certamente não sentia-se confortável com isso. Pois Cody estava sempre flertando com ela, e o motivo dela ter feito todo esse esquema havia fugido com Millie.
─ Está tudo agora? ─ Millie perguntou encarando Jack sentado no balcão, balançando as pernas.
─ Está sim, podem ir. Minha mãe vai surtar se ver tanta gente aqui. ─ Disse Connor.
─ Ela não estranhará ver os dois sozinhos?
─ Não, ─ Respondeu ele ─ capaz dela soltar fogos.
Millie e Finn cruzaram olhares para ter certeza que deveriam ir. Eles não estavam juntos. Não tinham nada além de mensagens trocadas porquê Amber queria saber se ele iria na festa sábado, mas não queria perguntar diretamente. A princípio era apenas isso, até ela gostar de conversar com ele.
Na cabeça de Finn, ─ que não sabia nada sobre isso ─ Millie perguntou por vontade própria. E talvez até tinha um interesse nele, o que seria totalmente recíproco. Pobre Wolfhard, não tinha noção que o cruzamento de suas histórias não foi por acaso ou obra do cupido. E sim obra de Amber Carter e seu interesse em ficar com cada novato.─ Bom, vamos indo então. Qualquer coisa me ligue, estarei com o celular na mão. ─ Falou Finn caminhando de costas para porta. ─ E Jack, não volte para casa hoje. Pode dormir na minha se quiser.
─ Tudo bem, mas acho que vou continuar aqui. Caso não incomode.
─ Não. ─ Connor indagou rapidamente. ─ Quer dizer, não incomoda.
─ Ótimo. ─ Suspirou Millie passando pela porta acompanhada de Finn.
O garoto pôs os cachos ─ que caiam em seus olhos ─ para trás, e sorriu quando ela virou-se para ele, ainda andando.─ O que foi? ─ Perguntou a morena caminhando ao seu lado para a calçada.
─ Conseguimos fugir daquele lugar chato. ─ Finn respondeu se referindo a lanchonete, aonde não aguentava mais os diálogos sem sentido e gritaria.
─ Na verdade, estamos indo encontrar eles.
─ Por que?
─ Porque Amber está ligando perguntando de nós.
─ Nós? ─ Ele pergunta suspirando. Se quer conhece a garota ou trocou conversa com ela, esperar por ele seria estupidez pura.
─ É, por você também.
─ Eu nem conheço ela.
─ Ela te conhece ─ Dizia Millie forçando um sorriso ─ O que achou dela?
─ Chata.
─ Finn!
─ O que foi?
─ Ela gostou de você.
─ Eu gostei de você. ─ Respondeu o menino com uma expressão seria no rosto. Seu nariz se enruga, seus lábios começam a moldar-se e... naquele segundo, Millie percebeu que deveria virar o rosto, pois Finn sorriria pela segunda vez, e ela sabia que se encarasse por muito tempo, não existiria Amber alguma para impedir o sentimento de crescer em seu peito.
─ Eu também gostei de você. ─ Ela disse encarando a calçada. ─ Como amigo.
─ Olha, a garota da coca-cola sabe mentir.
─ Não estou mentindo.
─ Está sim.
─ Não estou.
─ Então olhe em meus olhos, e diga que não quer nada comigo. ─ Finn parou de andar, segurando-a pelo pulso. Seus dedos foram debruçados sobre a pele quente de Millie, perdendo o frio que neles tinham. Ela para de andar, evitando encara-lo, seus olhos estão fechados. Sua lealdade é maior que o desejo. ─ Olhe para mim, Millie. ─ Ele pediu puxando-a pelo braço. ─ Não adianta dizer algo sobre sua amiga, pois não importa a tamanha vontade dela de ficar comigo, eu não ficarei. ─ Millie virou-se para ele, vendo seus rostos quase juntaram, e o peito ele ficar a centímetros longe do dela. Finn estava com um sorriso de lado, com o olhar fixo nos dela.
─ Eu. Não. Quero. Nada. Com você.
─ Repita. ─ Indaga ele vendo o olhar dela perde-se em seus lábios vermelhos e cortados. Quem disse que os olhos são as janelas da alma, nunca esteve tão perto dos lábios de Finn Wolfhard. Os mesmos que tocam o cigarro como poesia. Que estão sempre em cores vivas. Os que permitiam-o cantar como um anjo.
─ Por que está fazendo isso?
─ Porque você disse que não voltaria. E agora que voltou não vou deixar que me deixe por causa de uma garota fútil.
─ Eu não voltei, Finn. ─ Millie disse recuando para trás. ─ Eu ainda não fui embora. E se está esperando que me apaixone por você, desista enquanto há tempo. Eu não quero, eu não vou, eu não deixarei você me encantar.
Finn fecha um dos olhos ao dar de ombros e apalpar o bolso detrás da calça. Ele tira um cigarro do maço e põe na boca olhando diretamente para Millie poucos passos de distância.
─ O que está fazendo? ─ Perguntou ela.
─ Saia comigo. ─ Ele pediu pegando mais dois cigarros. Abriu levemente a boca, e juntou-os ao outro.
─ Não!
─ Diga sim, garota da coca-cola. ─ Sua voz sai contorcida, Mills mal consegue entender o que ele estava dizendo. Finn pega mais dois cigarros, e junta-os aos outros em sua boca. Tendo dificuldade em segura-los com os dentes.
─ Finn! Para com isso! Vai acabar com seus pulmões! Você não conseguirá respirar quando a quantidade de cigarros e a fumaça ficará presa.
Ele da de ombros de novo, e pega mais dois, fazendo um grande esforço para coloca-los na boca. Mas felizmente, teve sucesso. Por fim, o menino guarda a caixa no bolso e pega o isqueiro. Finn bota a mão na frente para que o vento que vinha não apague o fogo, e aproxima-o dos cigarros acendendo um por um sem deixar de puxar o ar pelos filtros.
─ Para! Finn! ─ Millie aproxima para tapear os cigarros, mas Finn se esquiva com vigor. ─ Isso vai te matar. ─ Ele segura com uma mão os cigarros, puxando a fumaça por eles com força. Imediatamente ele sente a falta do ar, e seus olhos lacremajam pela fumaça indo diretamente até eles. ─ Tá bom, eu saio com você!
Rapidamente ele tira os cigarros da boca, tossindo sem parar, e os taca no chão, deixando somente um em seus dois dedos. Finn curva-se sentindo as lágrimas descer por seus olhos que ardiam cruelmente. Ele ergue o rosto para ela, com um sorriso de lado. Seus olhos vermelhos como a boca, nunca o deixaram tão perigoso como agora. Millie podia ver seu futuro apartir dali, e não gostava nem um pouco. Finn tinha tudo que ela mais odiava. Olhos castanhos profundos, lábios hipnóticos, rosto tão lindo que parece ter sido esculpido por algum Deus, jeito insistente, vícios que custariam sua vida algum dia, mas o pior de todos: ele era inteiramente, completamente, totalmente, apaixonante.
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Hawaiian Girl | ST+ IT Cast |
Ficção Adolescente❝Eu sinto como se estivesse no mundo errado. Porque eu não pertenço a um mundo onde nós não estamos juntos. Eu não. Há universos paralelos onde nossa história não aconteceu, onde eu nunca sai de Nova Iorque e você nunca quebrou seu ukulele. Onde nós...