Make a wish

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❝Não sei quem sou sem você❞

─ Demi Lovato

333 days before

Finn afastou as costas do travesseiro atrás dele, cansado do mesmo quarto de sempre. Ele passava grande parte do seu abundante tempo pensando em como Millie e seus amigos cuidaram tão delicadamente dele nesses dias. Mesmo depois dele ter tomado e vomitado o almoço na frente de todos.

─ Boa tarde! ─ Esbraveja o jovem residente adentrando no quarto, com diversos envelopes brancos com o símbolo da clínica debaixo do braço.

─ Já posso ir embora? ─ Perguntou o garoto encostando seus pés descalços no piso congelante do hospital. Ele segurou o suporte para o soro, e foi arrastando-o conforme andava até o profissional.

─ Ainda não, ─ respondeu ele
─ precisamos conversar. Onde está seu responsável?

─ Diga logo que doença eu tenho.

─ Perdão? ─ Assustado com a falta de delicadeza do garoto, o médico recuou para trás e coçou a parte traseira da nuca. Aquele era seu primeiro dia de residência, e ele não sabia ao certo como dar a notícia.

─ Pedra nos rins?

─ Eu realmente prefiro conversar com sua mãe.

─ E do que adiantaria? Quem está doente sou eu e não ela.

─ Precisamos discutir sua situação.

─ Então é insuficiência cardíaca.

─ O quê? Não foi o que eu disse!

Sou hermafrodita? ─ Finn cochichou balançando a cabeça pro lado. Para caso realmente fosse, ninguém soubesse além dele. Tudo bem ter um defeito ou outro, apenas não é necessário espalhar para todo o mundo.

Não! Pare de fazer perguntas. Onde está sua mãe?

Dude, eu sou formado em 13 temporadas de Grey's Anatomy. Pode confiar em mim. ─ Ele deu tapinhas de condolências nas costas do rapaz desnorteado ─ Se eu superei a morte da Lexie, eu supero qualquer coisa.

Diga logo onde ela está.

Trabalhando.

Quando chega?

─ Eu tenho cara de modelo e não de relógio. ─ Finn suspirou ─ Olha, sou eu que está doente. Tenho o direito de saber o que está havendo comigo.

O rapaz coçou ainda mais a nuca, cada vez mais perdido entre as opções. Não parecia certo contar para um paciente menor de idade o que estava acontecendo com seu corpo, mas também não parecia certo esconder isso. Ele pensou e pensou de novo, até tomar uma decisão perspicaz.

─ Tudo bem. ─ Disse o residente
 Mas, tem que prometer não fazer escândalo.

─ Prometo pela minha mãe
mortinha. ─ Mas é claro que ele prometeria pela morte da mãe, se quer ligaria se ela morresse ou não. Era uma ótima trapaça.

─ Sente-se. ─ Sugeriu o rapaz com os cabelos castanhos tão bagunçados quantos seus sentimentos naquele momento. Se continuasse sendo levado pela insistência dos pacientes, teria que desistir da sua carreia na medicina o quanto antes. ─ Para ter uma conversa assim, prefiro que nos conhecer antes.

─ Okay.

─ Meu nome é Joe Keery, e o seu é Finn, certo?

─ Finn Wolfhard.

─ Prazer em conhece-lo, Finnie.

─ Pronto. Somos íntimos, Joe Tribbiani. ─ Falou sentando-se na poltrona abaixo da janela repleta de flores e balões. ─ Diga.

─ Os exames que fizemos ontem, foram todos exames de rotina. Você deve saber disso. ─ Eles concordaram com a cabeça em sincronia ─ Mas, infelizmente, um deles apresentou um resultado inesperado. Eu te mostraria os exames, mas não tenho permissão para isso.

─ Desinbucha, porra!

─ Você está com câncer. No pulmão. Poderia ter sido diagnosticado mais cedo, porém esse tipo de câncer custa a aprensentar sintomas tão precocemente. ─ Ele disse perdendo a firmeza na voz. Finn curvou o corpo até encostar a testa no braço que atravessava de uma perna para outra. Segurando as lágrimas que rolavam sem parar por seu rosto. Um câncer? Era isso que ele ganhava por finalmente estar feliz? A porra de um câncer no pulmão? Como se não restasse estar longe do pai, perder o irmão, morar involuntariamente com sua mãe, ainda teria que batalhar contra uma doença? Piedade era algo na qual o universo nunca teve dele.

─ Q-quando eu c-começo o tratamento? ─ Ele perguntou se engasgando com as próprias palavras. Estava impossibilitado de olhar para o rosto de Joe e fingir não ter se encomodado com a notícia. Finn preferia ser hermafrodita a que um moleque com câncer.

─ Bom, sobre isso. ─ O médico tossiu para disfarçar sua voz torcida. Ele também estava prendendo o choro. Ninguém merecia isso. Ainda mais um garoto tão jovem. ─ Seu plano social não cobre um tratamento tão caro, você precisaria...

─ Arranjar um plano novo ou me casar com alguém com um melhor. Claro que eu não tenho como melhorar.

─ Tem outras soluções.

─ Tipo? Eu me casar aos dezesseis anos com uma indiana?

─ Serviços de caridade, hospital do câncer, make-a-wish. Não há ninguém que possa pagar?

─ Não há hospital do câncer por aqui, é uma cidade para férias. E make-a-wish é só para crianças em fase terminal. ─ Finn suspirou limpando o rosto completamente molhado. Ele nunca sentiu seu coração doer tanto. Ele sempre esperou pela morte com intusiasmo, mas agora que ela estava em suas costas ele não a queria mais. Ele tinha Millie, e queria viver o suficiente para se casar com ela. E não até vê-la fazer 17 anos.

─ Eu sinto muito. ─ Disse Joe se agachando na frente dele.

─ Eu também sinto.

___________

Vocês viram que os agentes da Millie não permitem que ela sente com o resto elenco na premiação?

Vocês viram que os agentes da Millie não permitem que ela sente com o resto elenco na premiação?

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Tenho nem palavras mais para expressar minha angústia. A garota tem apenas 13 anos e estão tratando ela como uma fucking Megan Fox. A mídia extrai a fama dela descaradamente. Como o ""caso"" com o Jacob. Querem falar de suposto namoro? Falem da Natália e do Charlie que se beijam nas ruas de Paris.

- With my hate, Mommy

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- With my hate, Mommy.

Hawaiian Girl | ST+ IT Cast |Onde histórias criam vida. Descubra agora