14 - Mi-Cha Vs Jaebum

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Mi-Cha entrava furiosamente na sala de Jaebum.

― Qual o seu problema, huh? ― Questionava incrédula.

― Estou apenas protegendo a minha filha.

Jaebum deu de ombros e permaneceu com o seu olhar voltado contra a pilha de papéis em sua mesa.

― Está querendo protegê-la agora? Depois de passar todo esse tempo sem ser presente na vida dela? Você nunca foi pai, Jaebum. E você sabe bem disso!

― Acha que eu vou deixar Park Hana se envolver nisso tudo? ― Umedeceu os lábios e semicerrou o seu olhar, encarando Mi-Cha.

― E por que se importa? Ela nem sua filha é!

― Eu a amo como se fosse minha própria filha, Mi-Cha! Não me questione! ― Olhou-a friamente ― Eu estou te ajudando com o que quer, não estou? Então, deixe minha filha em paz! Ela foi a única que me restou.

― Parece que não mudou nada mesmo depois desses seis anos, não é, Jaebum? ― Riu nasal.

― O que você quer, huh?

Jaebum se levantou incrédulo.

― Eu matei o pai do Yugyeom. Fiz o que você mandou. Acusei e deixei a mulher que eu mais amava apodrecer na droga daquela prisão em Chicago, e agora... Corre o risco de Park Hana e Yugyeom terem o mesmo sangue. Tudo isso porque você persiste na droga dessa vingança, e insiste em me colocar no meio!

Mi-Cha fez uma carinha triste e se aproximou da mesa de Jaebum, inclinando-se sobre a mesma.

― É isso o que irmãos devem fazer um pelo o outro, certo? ― Sorriu cínica.

Mi-Cha voltou a sua posição ereta e sentou-se na cadeira em frente à mesa de Jaebum, com as pernas cruzadas e permanecendo com o seu sorriso cínico no rosto.

― Eu tirei o pai do Yugyeom da vida da sua mulher. Tirei ela também do seu caminho, porque mais cedo ou mais tarde, você perderia a sua amada filha. Já que Rebecca poderia muito bem contar para o pai do Yugyeom que teve uma filha dele. Ou melhor... Contar para a sua filha, que você não é o verdadeiro pai dela!

― Você realmente nunca mudou ― Jaebum cuspiu as palavras.

― Tiraram o meu único filho de mim! Você entende o quão é doloroso a perda de um filho?

Mi-Cha voltou a se levantar da cadeira, frustrada.

― Mesmo que essa bastarda que acredita ser sua filha, mas desconfia de você, fosse morta ou você nunca mais tivesse notícias sobre ela, sabe como se sentiria? A dor em seu peito seria enorme, quase capaz de te destruir. Mas jamais seria tão grande quanto a minha, porque eu sou mãe, Jaebum! Eu sou mãe!

Os olhos de Mi-Cha logo encheram-se de lágrimas ao relembrar do filho que foi praticamente arrancado de seus braços por um motivo que nem mesmo ela entende até hoje.

― Eu o amava mais que tudo. Sabe o que é perder um filho, Bum? Sabe o buraco que fica dentro do seu coração e que... Jamais poderá ser reconstruído?

― Você deveria ter ao menos um pingo de consideração pelo o seu filho! Você não acha que já estava de bom tamanho matar o homem causador disso?

― Meu objetivo é acabar com toda a família que ele deixou. Cada membro. Um por um. Porque nem mesmo a pior coisa que eu fizer para todos, não chegará nem aos rastros da dor que eu senti, e que eu ainda sinto!

Jaebum negou com a cabeça e permaneceu com o seu olhar sério voltado contra Mi-Cha.

― Se Park Hana for realmente irmã de Yugyeom... Quer dizer que vai matá-la também? ― Arqueou as sobrancelhas.

― E é por isso que você está a protegendo, não é? Sabe das minhas intenções e por isso que a mandou para Nova York. Você não quer que ela se aprofunde nesse caso e então a mandou para bem longe disso tudo.

― Eu lamento dizer isso, mas... Na minha filha você não toca.

Mi-Cha ri e balança a cabeça.

― Como quiser ― Deu de ombros ― Mesmo que eu esteja à procura de vingança, Jaebum, eu não machucaria a minha própria família. Mas, se a sua filha voltar a se meter no meu caminho, eu não sei do que eu sou capaz de fazer contra ela.

― Se você ousar fazer isso, eu mesmo mato você.

― Você não deveria se precipitar tanto por alguém. Muito menos por ela. Sabe que ela vai te odiar para sempre quando descobrir a verdade.

― Ela não vai me achar pior que você.

Jaebum diz, fazendo Mi-Cha rir breve.

― Embora eu seja a famosa "vilã", Yugyeom sabe que você está ao meu lado. Sabe das coisas que você fez ― Sorriu. ― E ela vai passar a acreditar que Yugyeom é inocente e acreditará em tudo o que ele disser dessa vez. E o seu extremo foco de proteger Park Hana de mim, se tornará a verdade mais dolorosa.

― Não importa o que acontecer. Eu já disse. Eu vou protegê-la.

― E... Quem vai proteger você? ― Riu, mas de repente volta a ficar séria ― E mais uma coisa. Mande aquele seu policialzinho, o tal de... Tuan, parar de ser bisbilhoteiro. Porque senão... Serei obrigada a fazê-lo pagar novamente por sua curiosidade, e da pior forma possível!

― Mark é importante para Hana.

― Pouco me importa o que seja importante para ela. Eu vou continuar com os meus planos. Apenas. Mas tome cuidado, Im Jaebum, você é o suspeito mais propício a pagar por todos esses crimes, mesmo que sejam meus. Tuan te viu naquele dia. E se ele contar para a sua filha, ela vai começar a meter o nariz onde não deve, você vai ter que inventar uma história e eu vou ter que dar um jeito de sair livre dessa, sem ninguém suspeitar e tudo recomeça novamente e mais blá blá blá ― Respirou fundo ― Eu só quero que Yugyeom volte logo do coma, para eu continuar os meus afazeres. Continuar o meu método de dar a minha erva preferida para ele e... vê-lo morrer aos poucos, enquanto ele fica em uma espécie de hipnose, realizando tudo o que eu quero. E quando ele já estiver em um ponto inválido, a herança do pai dele passa para mim, e... eu consigo o que eu quero.

― E o que você quer exatamente, Mi-Cha?

― Além de me vingar de todo mundo? ― Fingiu estar pensativa ― Não te interessa irmãozinho. Porque embora o nosso vínculo e todo esse amor que você sente por mim, já que você faz todas essas coisas consideravelmente absurdas para limpar a minha barra...

― Não é por você, Mi-Cha. Eu só não quero que Hana pague por isso.

― Enfim... ― Sorriu sarcástica ― Eu não confio em você.

Pisca e caminha até a saída da sala.

― Ah, e... ― Para no meio da porta, voltando a olhar Jaebum ― Eu amo você, irmãozinho.

Mi-Cha sorri pela última vez antes de sair da sala e Jaebum senta-se novamente na cadeira, sem saber no que pensar ou no que fazer.

Overcast || Kim YugyeomOnde histórias criam vida. Descubra agora