Overcast || Kim Yugyeom

26 - Facing the big boss

Um erro. Ouvir Yugyeom dizer aquelas palavras, fez-me sentir como se eu tivesse condenado um homem inocente. Yugyeom possuía sentimentos por mim?

Umedeci os meus lábios e desviei o meu olhar para o chão.

Ele não podia ter sentimentos por mim. Ele não podia dizer que tinha. Não estávamos em posição para isso. Fora que, o meu interesse pelo caso de Yugyeom, inicialmente, sempre havia sido para ir contra Im Jaebum. E ter uma noção de como agir astutamente para salvar minha mãe.

Eu apenas o usei.

E embora que nos últimos tempos eu estivesse mudando o meu pensamento, e percebendo uma sensação diferente ao estar próximo a ele, eu não me sentia digna de retribuição. Sentia-me culpada de ter usado alguém por um desejo infértil meu.

― Vazio? ― Questionei. ― Você me odiará se eu contar...

― Contar o que?

Yugyeom me olhou confuso. Eu não podia deixar que ele dissesse mais palavras bonitas para alguém que tinha outros interesses, que não era apenas salvá-lo.

― Estar tão envolvida em seu caso... Não foi porque eu queria somente salvar quem deveria ser salvo e condenar quem deveria ser condenado. Mas... Ir contra ao meu pai. Ele queria que eu ficasse longe de você. Mas eu estava ainda muito frustrada com as situações que envolviam a minha mãe. Então... Eu prometi a mim mesma que eu iria contra tudo o que ele dissesse ― O olhei. ― E o seu caso estava no auge disso tudo.

Yugyeom fixou o seu olhar ao meu, mas logo o desviou em direção à saída da boate.

― Por que está me dizendo isso? ― Voltou a olhar-me.

― Eu não quero que os seus sentimentos sejam enganados por uma pessoa como eu, que... apenas te usou ― Abaixei a cabeça.

― Sentimentos? ― Franziu o cenho.

― As palavras que me disse ― Murmurei.

― Eu estava apenas grato ― Disse breve.

Levantei a minha cabeça. Surpresa.

― Podemos ir embora? — Arqueou as sobrancelhas com a visão direcionada a outro lugar que não fosse eu.

Então, eu havia me precipitado ao achar que ele sentia algo por mim? Talvez eu estivesse paranoica ao ter pensado aquilo. Mas, talvez, fosse melhor assim.

Pelo menos, eu nunca precisarei dizer que eu estava me apaixonando por ele.

Um grupo de homens adentram à boate, o que me empurrou para próximo ao peito de Yugyeom. Todos ficam parados na entrada do local. O espaço que estávamos, praticamente, se tornou impossível para locomoção

― O que está acontecendo? ― Cochichei para Yugyeom.

― Seja lá o que for... Temos que dar o fora daqui.

Yugyeom tentou se locomover, junto a mim, até a porta.

― Aonde pensam que vão? ― Disse uma voz feminina.

Em questão de segundos os homens se viraram para nós. Alguns seguraram Yugyeom e outros sacaram armas da cintura, apontando para mim.

― Eu vim buscar o meu troféu ― Mi-Cha sorriu diabolicamente e deu alguns passos até mim. ― Bons sonhos, minha sobrinha ― Piscou e deu-me uma coronhada na cabeça. 

(...)

Estávamos em movimento. Estávamos parando. Era possível sentir uma estranha sensação de elevação. Como se estivéssemos no ar. O que estava acontecendo?