Sábado.
Depois daquela bagunça na sala do apartamento que eu descobri ser de Christoffer, a mãe dela havia deixado em seu nome, eu havia feito Chris tomar um banho gelado e me deitei com ele em sua cama, ele chorou abraçado comigo e eu apenas tentei ser forte por ele, ate ele dormir. Quando ele dormiu foi como se uma rocha tivesse despencado em meus ombros, eu chorei pelo estado em que ele se encontrava, pela situação crítica que seu corpo estava. Ele estava mais magro, suas olheiras eram enormes, ele estava péssimo.
Agora eu estou na cozinha fazendo um café forte para eu tomar. Não havia conseguido dormir preocupada com Chris então resolvi arrumar aquela bagunça, joguei tudo o que encontrei de drogas no lixo e as bebidas também. O apartamento estava limpo e cheiroso e eu sorri satisfeita encarando a minha caneca de café. Pego a mesma e vou até a enorme janela da sala que me dá uma visão privilegiada de uma Oslo adormecida. Solto um suspiro olhando aquele mesclado de azul e rosa do céu e sorrio de leve quando sinto um par de mãos escorregar por minha cintura.
- Devia estar dormindo - digo sem me virar - aparentemente não dorme faz dias.
- Eu sei - ele suspira e pega a caneca de minha mão - acho que esse é o meu máximo, mas pelo visto você que não dormiu.
- Não consegui - engulo em seco - bagunça me irrita e eu ficava com faniquito - minto na cara dura e ele sorri - está com fome?
- Com certeza - ele diz e deixa um selinho em meus lábios logo fazendo uma careta confusa - isso é cigarro?
- É, descobri que é um ótimo calmante para a alma - dou de ombros saindo de seus braços e indo até a cozinha - vou fazer alguma coisa pra comer.
- Desde quando você está fumado Eva ? - seu tom é repreensivo e eu o olho descrente - você não é assim.
- Não sei,uma semana - respondo a pergunta ainda descrente - e quem é você para me repreender?
- Eu não sou santo nunca fui e isso sempre esteve claro - ele se defende - sempre me envolvi com isso, não era sempre mas você nunca havia colocado um cigarro na boca até a festa de Eskild.
- Pois é mas aconteceu e já era - digo indiferente e logo aponto para ele - e você vai ficar longe de drogas.
- Isso foi um pedido? - ele levanta a sobrancelha.
- Isso foi eu constatando um fato - digo sorrindo - não vou deixar você usar essas merdas de novo. Eu não vou assistir a sua morte.
Sem mais uma palavra eu me viro e pego ovos na geladeira. Sabia que o terreno em que eu estava entrando era frágil não insistiria mais no assunto vou esperar ele se abrir.
- Você sabe porque eu usei ? - ele pergunta sentando no balcão.
- Para esquecer ? - murmuro a pergunta sem olha-lo.
- Para não sentir - ele responde e a dor em suas palavras me atingem - para não ter que viver nesse mundo de dor em que minha vida será baseada daqui para frente.
- Você queria fugir - constato agora pegando a farinha no armário e o fermento - queria simplesmente fingir que sua vida acabou.
- Exato - ele diz cauteloso - sei que é estúpido mas não pude evitar .
- Sim, você pôde - digo colocando manteiga e leite em minha mistura - eu e William queríamos justamente evitar que você fosse para a merda mas devo ressaltar que você é ótimo em afastar as pessoas.
- Eu não queria ajuda - ele diz simples - eu não queria que ninguém se importasse porque eu sabia que eu sugaria qualquer um que tentasse me ajudar para dentro dessa confusão que eu sou.
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Toxic
Fantasy" Ama- lo é como pular de um prédio e se arrepender no último minuto, é como as folhas no outono, suas cores brilhantes e lindas que somem de repente, machuca, definitivamente ama-lo dói, ele é confuso e me deixou confusa também, me deixa uma bagunç...