Sábado.
Seguro a mão de Noora e de Sana, completando a barreira humana constituída por cinco garotas assustadas e determinadas.
A delegacia não era um lugar agradável. Era um lugar amplo com algumas cadeiras com estofados azuis desbotados, policiais fardados com semblantes sérios e postura rígida, nada acolhedor. Engulo em seco e sinto o aperto em minha mão intensificar, Noora era notavelmente nervosa. Seja forte Eva.
- Boa tarde - digo forçando um sorriso para o guarda - gostaríamos de falar com o delegado.
- O que precisam ? - o homem intimidante diz sério.
- Queremos fazer uma denúncia - digo rápido - é algo sério, nós poderíamos por favor falar com o delegado?
O policial nota a seriedade do assunto ao deixar sua olhar cair sobre a pálida Noora. Seus olhos estão cheios de lágrimas e seus lábios tremem. Ele acena e pede para acompanharmos ele até uma sala.
Dez minutos depois estávamos parada em frente a mesa da delegada que de acordo com a placa em sua mesa chamava-se Célia Jones. Os olhos da mulher nos interrogam silenciosamente e eu olho para Sana que acena minimamente e com um suspiro pesado abre a boca para falar.
- Queremos fazer uma denúncia - sua voz é baixa e firme - contra Nikolai Magnussum.
(...)
Terça-feira.
Estávamos sentadas na mesa redonda de uma lanchonete qualquer enquanto ouvia atentamente as palavras da delegada. Nikolai estava pressionando Noora ao extremo para que ela se encontrasse com ele e assim, contar o que de fato aconteceu naquela noite.
- Lembra de tudo ? - Célia pergunta em um tom autoritário demais - tem certeza que consegue fazer isso ?
- Sim - Noora responde firme e eu sorrio - Eva estará comigo senhorita Jones, não vou encontrar problema algum.
Sorrio para minha amiga apertando sua mão gentilmente. Iríamos resolver o assunto de Noora hoje. Encerrar esse caso, não pela raiz, isso viria com o tempo.
- Então tudo bem - Célia acena - vocês podem ir. Mas lembre- se, não deixe ele te intimidar.
- Ele não me intimida - Noora diz com firmeza - não agora que eu sei que ele pode ser de fato preso pelas ações dele.
Célia apenas assente desconfiada. Ela já havia lidado com casos assim, óbvio, porém a tranquilidade na qual Noora estava lidando com o assunto a deixou intrigada. E eu sei bem o que porque disso, Noora está rodeada de pessoas que lhe transmitem amor e confiança, ela sabe que se cair nós a levantamos, então não é tão difícil para ela deixar o medo e a insegurança de lado, não quando todas as regras do jogo estão ao seu favor.
Saímos da lanchonete e começamos nosso pequeno percurso até o lugar onde Nikolai havia marcado o encontro.
- Sabe, eu não estou com medo, dele - Noora chuta uma pedrinha enquanto me olha - estou com medo do que ele possa ter feito, entende ?
- Noora, eu já lhe dei minha opinião - digo levantando os ombros - William já disse o quão manipulador Nikolai pode ser, eu não duvido nada de que ele apenas esteja plantando uma sementinha de culpa em sua consciência. Ele é um psicopata maluco, isso não há como negar. Já lhe disse isso antes e vou repetir, converse com a garota que estava na festa.
- Eu sei - ela geme frustrada - mas é que eu não sei como chegar na menina e perguntar. Não quero ter que recorrer a ela.
Dou de ombros indicando que para mim, ela estava errada.
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Toxic
Fantasy" Ama- lo é como pular de um prédio e se arrepender no último minuto, é como as folhas no outono, suas cores brilhantes e lindas que somem de repente, machuca, definitivamente ama-lo dói, ele é confuso e me deixou confusa também, me deixa uma bagunç...