Faith suspirou ao olhar a tela do seu celular, em que estado ela estava? Não dava área, naquela estrada que andava a horas, só queria achar algum motel e descansar e refleti sobre o maldito dia que teve. Aquela hora não tinha nenhum maldito carro passando por ali, acabou por se sentar no chão e ver o céu noturno um tanto estrelado.— Se você realmente existe, por favor me ajuda — falou enquanto encarava fixamente o céu. — Meu dia foi uma merda e não sei para onde ir.
Não obteve respostas, apenas os barulhos de grilos e dos ventos batendo contra as folhas das árvores era a única coisa que se ouvia. Por fim tirou sua bolsa das costas e deitou-se no chão, no meio da estrada e pediu mentalmente para algum carro passar por cima dela. Fechou os olhos e sua mente se perdeu em devaneios de como tinha sido o seu dia, e quando se deu conta que sua mãe tinha morrido, seus olhos se encheram d'água e o coração pesou.
— O que você está fazendo? — uma voz masculina ecoou por seus ouvidos, a fazendo virar o rosto de lado. —A essa hora, parada na estrada?
—Olhando as estrelas —murmurou disfarçando a voz falha. — E o que você está fazendo aqui?
— Bom — riu anasalado se aproximando dela. — Acabei de sair de uma festinha, e estou caminhando nessa estrada por horas. E você?
— Minha tia morreu e não sei em que canto do Kansas estou — sua voz saiu arrogante, o fazendo rir.
— Você é engraçada — sentou-se ao lado dela. — A propósito, me chamo Kylie.
— Legal — foi tudo que ela disse antes de se sentar. — Agora é sério, qual lugar do Kansas, estou?
— Lyons — respondeu e a morena pegou sua bolsa e abriu tirando um diário de sua tia. — O que você tanto procura?
— Não é a sua conta — respondeu com desdém, mas em seguida mudou o tom de voz e olhou para o rapaz novamente. — Fica muito longe do Lebanon?
— Umas duas horas de viagem — explicou, e ela se levantou.— Para onde vai?
— Andar, e você deveria comer alguma pastilha para tirar o hálito de álcool — olhou para ele, que riu e continuava no chão. — E mais uma coisa, sabe onde fica algum motel por aqui?
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Por sorte — sim ou não — o motel tinha um quarto vago, Faith não tinha trazido muitas roupas, nem deu tempo, mas entre as coisas que trouxe tinha um cartão de sua tia que usou com pudor, tanto para pagar a hospedagem e a comida que pedira. Após algumas horas de descanso, a morena se levantou e ficou sobre a cama e pegou sua bolsa, pegando o diário de sua tia e dessa vez uma carta caiu sobre suas coxas.
"Faith, se você está lendo isso, eu estou morta — ou está mexendo nas minhas coisas" a morena não conteve o sorriso no canto dos lábios. "Quero que saiba que a minha vida foi maravilhosa, e se pudesse repetia tudo de novo — menos a parte de ter que trocar suas fraldas — mas tirando isso, foi a melhor e pior parte da minha vida. Eu não estou mais ai para te guiar ou aconselhar agora você precisará do seu pai, sei que nunca falamos dele, mas ele irá te ajudar agora. No começo ele irá duvidar de você, prove a ele que é filha dele, prove-o que tem o sangue Winchester. Sempre estarei junto a você, eu seus pensamentos, até o outro lado meu pequeno anjinho."
Segurou a vontade de chorar, enquanto folheava o diário. Lá tinha onde era a localização dos Winchester — Giulia alguns meses atrás tinha conseguido achar a localização deles, já pressentindo o que iria acontecer — e explicava um pouco sobre eles.
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Assim que seu ônibus parou no Lebanon, Faith era uma das poucas passageiras que restavam, passou o caminho todo ao lado de uma senhora de idade, que se duvidasse contou a vida toda para a morena.
— Você tem família aqui?— questionou a mulher quando ambas desceram.
— É, eu posso dizer que sim — murmurou com um sorriso no canto dos lábios.
— Como assim, querida?— a encarou enquanto Faith colocava a bolsa de volta nas costas.
— São parentes que nunca vi, estou indo visitar pela primeira vez — por alguma razão ela se sentia bem ao falar com pessoas mais velhas.
— Bom, se não tiver uma boa relação com eles a minha casa tem um quartinho extra — sorriu lhe, e tirou um pedaço de papel da bolsa. — Esse aqui é o meu endereço, e meu número. Pode me ligar a qualquer hora.
— Obrigada, Sophia — pegou o papel com um pouco de receio. — Porque está a ser tão gentil?
— Você foi gentil me escutando o caminho todo — ela sorriu. — E hoje em dia, muitos jovens não escutam, são tão arrogantes com seus mini mundos que esquecem dos demais.
— Entendo — sorriu-lhe — Todos termos problemas, eu que o diga. Mas nunca seria arrogante com alguém que tem mais experiência do que eu.
— Isso é uma bela atitude, seus pais devem ter orgulho de você — Sophia sorriu.
— É — murmurou. — Eu vou indo, a gente se ver por aí.
— Claro, e caso não dê certo com a sua família... Pode me ligar.
— Irei — sorriu-lhe de lado e se afastou da mulher.
Assim seguiu seu caminho até uma lanchonete mais próxima, ela não estava com fome, era como se algo a fizesse ir naquela direção. Ao adentrar o local sentiu uma presença, não sabia ao certo do quê, olhou em volta procurando por isso.
— Dean, termina logo essa torta. Temos que ir atrás do Jack — ela se virou ao ouvi aquele nome e viu dois homens duas meses longe dela.
— O menino está bem, ele está com o Cass — respondeu o mais velho de boca cheia.
Era ele, diferente do que pensou do que seria, ela não tinha forças para ir até a mesa deles ou dizer: Oi sou tua filha, e estou com vários problemas que vim resolver. Segurou fortemente as alças da bolsa e deu um passo, mas parou quando ambos se levantaram e caminharam na direção a porta, na direção dela.
— Está tudo bem?— Sam a olhou, já tinha notado a presença dela quando a mesma adentrou.
— É...— abriu a boca diversas vezes, mas nada saiu.
— Está perdida?— Dean perguntou a fazendo olhar para ele.
— Não...— murmurou.
— Então está tudo bem, vamos Sammy — não deu muita importância e foi o primeiro a sair, o maior ficou encarando a menina e por fim foi atrás do irmão.
— Hey — ela se virou chamando eles, que pararam. — Vocês são os Winchester?
— Por que quer saber?— Dean questionou desconfiado.
— Porque eu preciso de ajuda.
Postei e corri rsrsrsrs 💃💃💃
Já é a quinta vez que tento postar essa porra
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The Lost Daughter *Dean Winchester* HIATUS
Hayran Kurgu"Ela cresceu sem um pai, ele sem uma mãe. Ela pode ter o mesmo sangue dele, mas não as mesmas opiniões. Ela nunca soube quem era seu pai, ele nem imaginaria que tinha uma filha. Ela teve uma infância difícil, ele também. Ela perdeu sua mãe "cedo" de...