"O encontro"

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Se não acreditarmos na magia do Amor, vamos acreditar em que? (Vídeo acima, cena do filme "Em meus sonhos" Muito lindo.  Eu adoro filmes e adoro resgatar cenas que me chamam a atenção.

Todos os videos que publico junto a este livro estão em meu canal no Youtube

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O Criador de Cavalos.

O ENCONTRO

Sem esperar me deparo olhando para o teto da igreja, a o fundo ouso o padre Francisco fazendo algumas citações bíblicas e se referindo ao meu avô como uma pessoa que fara muita falta a comunidade local, pelo seu trabalho comunitário,sempre prestativo e ansioso em ser útil.

O padre Francisco nem está exagerando, vovô era assim mesmo, lembro-me quando víamos visitar ele e a vovó, era maravilhoso sempre muito comunicativo e prestativo. Me lembro que tinha uma vista extraordinária da varanda de sua casa que dá de frente para um lago. Quando vovó faleceu eu tinha oito anos, desde esse dia vovô mudou muito, não era mais tão comunicativo e a os poucos foi se ocupando com afazeres para deixa-lo mais ocupado. Ele fazia trabalhos artesanais com madeira, tinha muitas encomendas e fazia questão de entrega-las pessoalmente,por conta desse trabalho ele viajou bastante nesses últimos anos e ia com frequência até nossa cidade, com isso dificilmente víamos até sua casa e quando passávamos por aqui eram visitas rápidas. Não me lembro de ter passeado no centro da cidade e conhecido seus vizinhos. Não conheço quase ninguém apenas o Sr. Uolter e suas netas, nunca vi os pais de Brigite e Rose, brincamos algumas vezes juntas em frente à casa do vovô, elas são um pouco mais velhas que eu. Não sei definir direito o que é esse lugar, (colina, serra) sei lá. Eu sempre disse para meus colegas que meu avô tinha uma casa na colina, esse detalhe deixava eles com inveja de meus relatos desse lugar maravilhoso.Pena que dificilmente tem sinal de internet só em alguns pontos, aqui ninguém tem tv por assinatura o sinal de celular é ruim, tecnologicamente falando "é um fim de mundo" uma cidade pequena, pode-se dizer um vilarejo,acredito que deva ter umas três a quatro mil pessoas morando por aqui, muito diferente da minha cidade.

Volto minha atenção para as despedidas do vovô, minha mãe está arrasada,chora muito, um choro triste e agoniado parece que ela vai explodir, olho para meu pai ao lado dela e imagino o que ela está sentindo se fosse o meu pai achoque morreria, não sei se consigo viver sem ele. Depois do enterro muitas pessoas procuram minha mãe e meu tio para dar as condolências eu e meu primo apenas observamos o que está acontecendo e as pessoas que circulam pelo local, meu primo parece não se importar com a falta de tecnologia ele está usufruindo do ambiente de interior e vejo ele inspirar fundo várias vezes e enxugar uma tímida lagrima que escorre de seus olhos constantemente. Quando as pessoas vão embora me deparo com um vazio enorme minha mãe e seu irmão choram muito abraçados, ai eu me lembro da última frase que vovô disse quando estamos reunidos pela última vez. - "Eu amo cada um de vocês do jeito que cada um é". Depois dessa lembrança despenco em um choro descontrolado, meu pai me abraça, choro em seu peito, me lembrando do sorriso e da vontade contagiante de viver de Sr. Alberton, ou "Seu Tom" como era conhecido.

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