O Criador de Cavalos

"Século XVIII" Parte 4

- Carol eu preciso que você me prometa que só vai revelar esse segredo após meu funeral, Marlon vai tentar impedir que assuma meu lugar por que nos dois não temos um herdeiro, é nesse momento que você vai usar esse segredo.Fico angustiada e pergunto.

- Que segredo é esse?

- Carol por favor não grite, quando eu contar.

- Julius, Fala logo. Você tem um herdeiro?

Ele apenas acena que sim com a cabeça, ele já está quase sem folego, está juntando forças para conversar.

- Quantos anos a criança tem?

- Arthur vai fazer dois anos nos próximos dias.

- A mãe dele é a sua amante?

- Não. Foi um relacionamento rápido que tive, não me arrependo nem um pouco por Arthur, só me arrependo porque acho que estraguei a vida dela. Ela é uma pessoa incrível, se tornou minha melhor amiga e sempre diz que mesmo eu não me casando com ela, eu e Arthur somos as melhores coisas que aconteceu na vida dela, por isso faço de tudo para recompensa-la financeiramente.

Então abraço ele e falo em seu ouvido.

- A coisa que eu mais queria nesse momento é que você estivesse bem. Para poder te matar com minhas próprias mãos.

Ele solta um sorriso em meio a tanta dor e fala.

- Seria um prazer morrer pelas suas mãos minha bela.

- Eu conheço a mãe de Arthur? Ele faz sinal que sim com a cabeça, fecha os olhos, vira a cabeça de lado e sua respiração vai diminuindo lentamente, digo rapidamente.

- Vou chamar um médico.

Ele segura minha mão, leva até sua boca e beija a ponta dos meus dedos e diz:

- Não se aflija, nós vamos nos encontrar novamente, essa vida é passageira, nossa verdadeira vida é do outro lado, eu estou preparado para partir, cumpri minha missão aqui na terra, fui um bom sucessor de meu pai, estou deixando um herdeiro para esse lugar, você só tem que assumi até ele fazer dezoito anos. Até isso acontecer espero que você e Luck consigam dar continuidade a nossos projetos, melhorando a vida das pessoas mais humildes.

Ele está quase sem folego, fico apavorada, caio num choro descontrolado pedindo para que ele não me deixar. Ele solta um sorriso forçado e diz:

- Meu anjo, reflita sua vida. O que é realmente importante para você? viva sua vida, nossos votos foram "Até que a morte os separe" e isso aconteceu ela vai nos separar e você deve ser uma mulher feliz e realizada, não deixe que as pessoas digam o que você deve fazer e por favor não deixe meu filho sem amparo financeiro, eu gostaria que ele estudasse na mesma escola que eu estudei e que ele fosse muito bem preparado para assumir meu lugar.

Ele segura minha mão bem forte, e eu deito em seu peito, para ouvir seu coração e pedir aos céus um milagre para que ele fique comigo. Ai ele me pergunta:

- Você pode fazer um favor para mim?

- Claro, quantos você quiser.

- Quando ele estiver maior. Você pode dar um recado a ele por mim?

- Sim, eu posso dar seu recado.

- Diga a ele para falar sobre seus sentimentos com as pessoas que ele ama. Diga a ele que falar eu te amo, não vai deixar ele mais fraco, muito pelo contrário, diga a ele que se ele souber lidar com seus sentimentos, ele se tornara um homem mais forte e que eu sempre amei muito ele.

Ainda deitada em seu peito, sinto suas batidas, cada vez mais fracas, ele está escorregando entre meus dedos, ele está partindo e eu não posso fazer nada. Apenas ouço um último sussurro:

- Eu te amo minha bela.

E assim Julius, partiu, e meu mundo desabou sobre minha cabeça, choro muito, grito muito, até o Dr. Graff, me tirar do quarto, para que eles possam prepara o corpo para o funeral. A angustia é terrível, meu choro é desconcertante, extremamente descontrolado, Joe está no corredor, esperando o mesmo que eu, ele me abraça forte e meus gritos aumentam, eu apenas digo:

- A culpa é minha... A culpa é minha... Eu sou a culpada...

- Carol, chore, chore bastante isso vai te fazer bem. E a culpa não é sua, a polícia já sabe quem fez essa barbaridade com Elena e Julius, logo no amanhecer eles estarão presos, e vamos descobrir quem é o mandante.

A dor em meu peito é intensa a angustia é avassaladora, parece que não consigo mais respirar.

- Calma, calma, eu estou aqui, calma, eu estou aqui...