Capitulo VIII: Reabrindo feridas, lutando por amor

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Acordei empenhada a desatar meu compromisso com Watson, não poderia fazê-lo sofrer, mais do que sofreria, não é certo o que fiz, era desonroso, sujo, não poderia brincar com os sentimentos dele e nem com os meus. Não iria trair ele nem a mim mesma, coloquei isso como certo.

Naquela tarde fui na casa de meu irmão, ainda pensando em motivos para desfazer o casamento, mas não surgia nada em mente. Fiz isso sem Lucy saber, pois sabia sua opinião. Sai na surdina sem que ele percebesse.

Ao chegar fui recebida por Eleonora, na qual estava de cara fechada pela minha visita extremamente incomoda.

— Meu esposo ainda não chegou se puder voltar outra hora, outro dia. — Disse apontando discretamente para a porta.

— Não, vou esperar é um assunto sério, se quiser volte aos seus afazeres. — Respondi sorrindo de maneira sarcástica.

— Não, mas que assunto pode ser esse? — Perguntou curiosa.

— Não é da sua atribuição Eleonora, é um assunto meu e de meu irmão.

— Quanta petulância, como ousa falar assim comigo na minha própria casa?

— Foi a senhora que me destratou, como ousa tratar assim suas visitas? – Respondi, seu olhar era de fúria.

— Oras, francamente, a senhorita não tem modos? Vou reclamar com meu marido sobre o comportamento da senhorita.

— Tanto faz, ele não se importa mesmo. Entenda meu assunto aqui é apenas com ele e não com a senhora, por tanto se quiser voltar e cuidar da sua casa e da sua vida fique à vontade, a casa é sua.

Ela não respondeu, apenas fez uma cara incrédula e partiu sem mais delongas. Fiquei ali, sentada no sofá da sala de visitas esperando meu lamentável irmão para uma conversa ainda mais lamentável.

Passaram uma hora até meu irmão chegar, estava carrancudo e recebeu-me com insatisfação.

— O que queres Isabelle? Não vê que sou um homem ocupado? Espero que seja importante, não tenho tempo a perde com coisas tolas.

— Quero tratar de meu cortejo com o Lorde Watson. — Disse sem medir as palavras.

— Diga logo criatura, não tenho tempo para perder com bobagens. — Sua impaciência era destaque.

— Não quero ser cortejada por ele, dei-me mais tempo para escolher, não sei se o quero como esposo.

— Não. Mas fico curioso para saber o motivo? — Encarou-me analisando minuciosamente.

— Não estou pronta para escolher ainda, além do mais ouvir boatos de que ele é um depravado e que está perdendo toda sua fortuna em jogos de azar e que ele deve para malfeitores. — Menti, sentindo o sabor amargo das falsas palavras endereçadas a uma alma tão boa.

— Pare de perder meu tempo, sei que é mentira. Escute bem minha irmã terá que se casar com ele, querendo ou não, pobre ou não. — Disse contrariado.

— Mas não quero, por favor. — Implorei.

— Já disse que não, não és tu que decide nada aqui, entendeu? Sou eu quem decidi, seus sentimentos para mim pouco importam. — Pelo tom de voz estava sendo sincero.

— Por favor, dei-me mais tempo, para quem sabe conseguir outro ainda mais rico? — Apelei, principalmente na parte que o mais interessava, o bolso.

— Se tiver alguém em mente diga se não suma da minha casa agora mesmo. — Vociferou.

— Não, não tenho seu rude, cretino e sem alma. — Irritei-me por completo.

Amor ou Razão? (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora