Aproximei do corpo que ainda agonizava, dando seus últimos suspiros antes de ir para o inferno. Peguei a chave e encachei na fechadura, estava trêmula e a chave não entrava, tentei-me acalmar e com dificuldade consegui abrir a porta.
Passei pela sala e vi um pano tentei limpar a mão, alguns vestígios ainda estavam presentes, no meu vestido de casamento havia uma mancha. Rasguei a parte manchada e sai correndo do local.
Vaguei pelas ruas apavorada até encontrar com um homem comendo um pedaço de pão velho sentado em uma carroça igualmente velha, ele estava sujo e fedia, usava roupas rasgadas e que não o servia direito, me aproximei com cautela.
— Senhor, preciso de ajuda, poderia me levar até a casa de meu irmão? — Disse com certo desespero atropelando a fala.
— Não. — Respondeu sem se importar.
— Por favor, é urgente. — Falei com mais desespero.
— Não. Sai. — Respondeu ainda com o pão velho em mãos.
— Prometo lhe entregar uma boa quantia se me levar até lá.
— Não acredito na senhora.
— Entrego meu sapato e minha tiara, ganhara alguma coisa se vender, estão novos usei só hoje.
— É pouco. — Mordeu o pão e tentou mastiga-lo.
— Eu sei, mas se me levar até lá pedirei ao meu irmão Lorde Elliott lhe entregar uma boa valia. — Tentei convence-lo com o título de meu irmão.
— Não acredito na senhora, uma moça importante não estaria nesse bairro.
— É uma longa história, mas veja as roupas que uso, já viu alguém andar com esse tipo de roupa por aqui? O vestido está rasgado, mas é de um tecido caro.
— Está bem moça, a levarei até seu irmão, porém se eu não receber minha fortuna voltarei e não será nada amigável.
— Está bem, mas vamos logo por favor. — Disse apreçada, ele me encarou e não disse nada, continuou a mastigar o pão.
Assim que terminou de comer, foi a frente da carroça, que estava caindo aos pedaços, temi que não fosse capaz de chegar até o destino. Entreguei o sapato e a tiara a ele como garantia. Ele seguiu até perto do centro e de lá direcionei até a propriedade.
Assim que cheguei pedi para que ele esperasse na sala de visitas. Corri até o escritório de meu irmão e o encontrei andando de um lado para o outro preocupado. Fui até ele e o abracei já com lagrimas nos olhos.
— O que aconteceu minha irmã? Onde esteve? Por que seu vestido está rasgado? — ele analisou meu estado preocupado.
— É uma longa história, mas primeiro preciso que de uma certa quantidade de dinheiro ao senhor que me ajudou.
— Quanto? O suficiente para que ele consiga comprar pão.
— Onde ele está?
— Na sala, mas não se preocupe uma empregada está de olho nele.
— Suba, tome um banho e descanse. Vou resolver esse problema.
— Obrigada. Onde está Ricardo? — Perguntei preocupado com que ele pudesse pensar.
— Está-lhe procurando, não se preocupe logo voltara.
Fiquei esperando no escritório assim que meu irmão voltei contei tudo a ele. Ele ficou abismado com o que aconteceu. Tive que contar o final da história e ele se prontificou a resolver o problema. Pedi para que não contasse a ninguém, já estava sofrendo o bastante.
Voltei ao quarto e fiquei por lado acompanhada de Lucy, mais uma vez ela estava ao meu lado como uma irmã para mim. Tempo depois Ricardo apareceu preocupado, não me perguntou nada, meu irmão já havia narrado o acontecido e ele preferiu-me confortar ao me fazer lembrar do acontecido. Ficamos abraçados até eu pegar no sono.
Quando acordei meu irmão já havia cuidado de tudo, se livrou do corpo e contou as autoridades o ocorrido. Eu não seria julgada graças à ajuda de meu irmão.
Conversei com Ricardo e decidimos nos casar na outra semana. Seria melhor nos casar logo, mas deixar um tempo para absorver melhor o acontecido. No fundo eu sabia que ele estava sofrendo tanto quanto eu, percebi no seu semblante que se sentia culpado pelo acontecido.
— Não se culpe por favor, ele era louco e não merece nossa preocupação. — O encarei, não queria vê-lo sofrer daquela maneira.
— Eu sei meu amor, mas é difícil para mim.
— Eu sei, não precisa falar nada, eu entendo.
— Sei que sim.
Lembrei que não havia contado a novidade, estava tão envolta pela culpa e o medo que não tive coragem de contar, mas já estava na hora de ele saber.
— Preciso lhe contar uma coisa importante. — Tentei disfarçar a empolgação.
— Pois diga, joia preciosa. — Disse me estudando.
— Passei mal porque estou grávida, muito em breve teremos um filho. — Ele sorriu e foi o sorriso mais lindo que já vi na vida, seu olhar emanava felicidade genuína e empolgação, desta vez ele poderia está presente no crescimento e nascimento do filho ou filha, mas senti que fosse o segundo caso.
— Não faz ideia do quanto estou feliz. Isso é maravilhoso, já amo essa criança. — Seu sorriso era enorme e sorri junto.
— Eu sei, eu também. — Ele me abraçou e me beijou de forma lenta e carinhosa.
— Eu te amo, você é minha joia mais preciosa e prometo-te amar para sempre.
— Eu também te amo e te amarei para sempre. — Dei outro beijo terno e sem querer iniciamos uma fervorosa troca de beijos que foi se intensificando aos poucos até se tornar algo maior é mais íntimo, nos amamos profundamente.
Aquele era o início do resto das nossas vidas, ou melhor o início das nossas vidas juntos, um amor que duraria por toda eternidade.
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Amor ou Razão? (Livro 1)
RomanceEssa se trata da obra completa e atualizada. Após receber a notícia do falecimento da irmã Diana Cárter, Isabelle se vê na responsabilidade de cuidar da sobrinha Beatriz, a qual estava nos cuidados dela e da mãe. No entanto devido a uma discussão co...