Capitulo XIII: Perder

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Voltei para o hotel e fui direto ao meu quarto, por onde eu passava olhos julgadores me observavam, sentia os sussurros das pessoas queimarem minha alma de vergonha. Eu sabia que não estava fazendo nada de errado, porém aqueles olhares acusadores me devastavam, sabia o que as pessoas estavam comentando e pensando, não duvido nada que metiam minha falecida irmã no meio daquele pandemônio, se meu próprio irmão fizera de certo que os outros também.

Quando cheguei no quarto desabei sobre a cama tentando bloquear tais pensamentos e as habituais lágrimas. Fiquei ali o resto do dia, não queria ver ninguém. Lucy só apareceu no meu quarto para me trazer uma refeição, porém não disse uma única palavra apenas me olhava com temor, parecia que até ela me julgava. Ela nunca fora minha subalterna, sempre foi minha amiga, no entanto naquele momento agia como se fosse uma empregada, julgando e condenando a patroa em silêncio. Não gostei daquele sentimento, teria que sofrer para amar? Por que o amor era fortemente proibido e condenado? Aqueles crápulas invejosos nunca amaram na vida? Ganância, isso é o que os movem, status, é no que se preocupam, amor é dispensável.

Ao cair da noite tentei dormir, porém o sono não vinha, por mais que tentasse minha mente se fazia em diversos pensamentos, pensava em mim, em Rodrigo, na menina, em minha irmã, Elliott, Lucy, Lorde Watson e na sociedade julgadora. Passado, presente e futuro, tantas lembranças e tantas possibilidades.

O ciclo de pensamentos só foi quebrado com uma leve batida na porta, não respondi e outro leve toque se fez, percebi que havia um bilhete e automaticamente sabia de quem se tratava.

Abri a porta e meu amor me recebeu em um abraço terno e carinhoso. Fomos até a cama ainda um no abraço do outro. Ele parecia tenso e isso preocupou-me, algo parecia estar errado.

— Tudo bem? — Ele perguntou analisando me.

— Razoavelmente. — Respondi enxugando uma lágrima.

— Lamento está passando por isso, queria ser digno de você e do seu amor... — Sua expressão era de derrota.

— Mas é, sempre. — Disse esboçando um sorriso terno.

— Perdoe-me. Nunca quis lhe causar esse sofrimento, sei que está difícil, mas meu amor acredite quando digo que sinto muito mesmo, gostaria de ser merecedor de seu amor. — Segurou minha mão e encostou a testa na minha.

— Tudo bem, a única coisa que me importa é está ao seu lado, serei feliz se estiver comigo. Eu aceito, iremos fugir para a Europa, quando e como quiser. Eu te amo e a única coisa que eu quero e você e seu amor o resto eu suporto.

— Eu te amo tanto. — Disse me deitando enquanto me beijava apaixonadamente.

Ficamos ali nos encarando por alguns segundos quando foi surpreendida pelo beijo mais arrebatador, beijou-me como se não houvesse amanhã, como se fosse o último.

— Está tudo bem? — Perguntei estranhando seu jeito e seus olhares.

— Estou preocupado com toda a situação, as pessoas te julgando e te condenando por minha culpa, nunca quis isso, fiquei cego de amor por você.

— Não se culpe por favor, não de importância a eles, sentem inveja do nosso amor.

— Eu sei, mas estarei te condenando a uma vida de julgamento.

— Não entendo, escolhi ficar ao seu lado, sabia dos riscos. Eu te amo e deixei muita coisa para ficar ao seu lado, pelo seu amor.

— Esse é o problema, isso não está certo, eu deveria te proporcionar alegria e não sacrifícios.

— Não é sacrifício se estou fazendo por amor. Passei tempo demais isolada e vivendo uma vida vazia, incompleta, e agora estou feliz, completamente feliz.

Amor ou Razão? (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora