Sai na surdina sem que Lucy percebesse minha ausência, havia posto uma capa e saído pelos fundos para que ninguém me reconhecesse. Fui caminhando pelas ruas menos movimentadas e me escondia quando alguém se aproximava, no meio do caminho os pés já reclamavam, o sapato estava apertado causando pequenas bolhas.
Chegando no meu destino exausta, fui recebida por uma das empregadas que me olhava com desdém, não queria saber o que a moça estava pensando, já estava sendo julgada demais e quando o fuxico que eu estive lá chegasse as amigas em pouco tempo a cidade toda saberia.
Aguardei um pouco até a chegada do dono da casa, quando esse chegou pude ver uma expressão de espanto seguida de tristeza.
— O que faz aqui senhorita? Desacompanhada? — Perguntou com uma expressão de confusão no rosto.
— Vim pedir ajuda. Estou perdida, meu irmão quer que eu me case com um homem que não suporto. Estou desesperada.
— O que eu tenho com isso? — Olhou me com certo desdém.
— Ao menos converse com ele, sei que seria muita petulância minha pedir que volte a me cortejar depois do que eu fiz.
— Realmente Srta. Cárter. Prossiga. — Fez sinal para que eu sentasse demonstrando certa curiosidade no que eu tinha a falar.
— Converse com ele e tente convence-lo que não é o melhor para mim ou me ajude a arrumar outro cortejo.
— Quem é o homem que tanto odeia? — Perguntou aflito, se preocupou mais comigo do que meu próprio irmão.
— O Sr. Franklin. — Minha saiu baixa e aperada.
— Crápula. Perdão senhorita, não o suporto. Conte com minha ajuda Srta. Isabelle, irei fazer de tudo para que não caia nas mãos daquele homem. — Havia fúria em seus olhos e automaticamente me perguntei o porquê.
— Obrigado Lorde Watson, não sabe o quanto sou grata. — Sorri em resposta.
— Chame-me de Watson, por favor, não a ninguém por perto e eu odeio esse título.
— Está bem. Obrigada novamente. Perdão pelo que fiz, nuca quis machucá-lo, mas agora começo a enxergar a verdade.
— Senhorita, terei que pedir para que não venha mais desacompanhada em minha casa, para o seu próprio bem, sua reputação já está manchada e preocupo como os novos boatos que possam surgir.
— Obrigada por tudo e não se preocupe, tentarei dá um rumo a minha vida.
— Agora vá, já demorou por demais, além disso tenho muitos problemas a resolver.
— Está bem, novamente obrigada, estaria perdida se não fosse por vossa ajuda.
Voltei na carruagem de Watson, a princípio neguei a gentileza, no entanto ele insistiu, meus pés lesionados agradeceram ainda mais.
Voltei ao quarto e passei toda a tarde tentando-me distrair com as brincadeiras de Beatriz, ela era esperta e percebeu minha aflição, perguntava várias vezes o que havia acontecido e eu tentava inventar uma lorota para amenizar a situação, no entanto ela não se convenceu.
Durante a tarde recebi outra convocação de meu irmão, ele mandaria uma carruagem para me buscar em poucos minutos.
Ao chegar em sua residência uma das empregadas recebeu-me e me acompanhou até o escritório, ao que tudo indicava Eleonora estava a se sentir mal e ficou repousando no quarto.
Assim que entrei levei um susto ao encontrar o Sr. Franklin em pé a minha frente.
— Senhorita Cárter é um prazer vê-la. — Disse aproximando para me reverenciar, dei um passo para trás tentado diminuir nossa aproximação. — Está encantadora senhorita. — Olhou-me daquela maneira vulgar e o meu estômago estremeceu em resposta.
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Amor ou Razão? (Livro 1)
RomanceEssa se trata da obra completa e atualizada. Após receber a notícia do falecimento da irmã Diana Cárter, Isabelle se vê na responsabilidade de cuidar da sobrinha Beatriz, a qual estava nos cuidados dela e da mãe. No entanto devido a uma discussão co...