Capitulo XII: Não posso viver em uma mentira

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Na manhã seguinte recebi uma intimação de meu irmão para comparecer à sua casa, eu sabia o motivo e teria que ser forte para enfrentar a fúria dele, mas se antes conseguisse chegar viva até lá, Lucy me mataria ao descobrir minha mentira e o motivo por de trás dela. Ela deixava claro sempre que podia o quanto odiava Rodrigo e quanto idolatrava Lorde Watson.

Estava sentada em minha cama quando ela chegou enfurecida.

— Por que mentiu para mim? Por que terminou com Lorde Watson. Foi por causa daquele homem não foi? — Tentava não gritar, eu já tinha escândalos demais.

— Calma, foi preciso mentir, nunca deixaria ir até lá se soubesse...

— Está certa, por que fez isso? Com ele?

— Sabe que não o amo de verdade, nunca seria feliz com ele e nunca o deixaria feliz....

— Não podia ter feito isso, foi muito irresponsável. — Disse derrotada e decepcionada.

— Não posso viver em uma mentira. — Falei sendo mais sincera possível.

— E Bea como ficará nossa menininha? — Ao proferir sua pergunta uma enorme ruga de preocupação se formou em sua testa.

— Vamos conseguir arrumar algum jeito. — Esforcei para parecer o mais confiante.

— Por que sinto que já pensou nessa parte? Tem algo que queira dizer? O Sr. Ricardo faz parte desse plano?

— Lucy...

— Já entendi, não acredito que fez isso. — Sua expressão era séria.

— Amo ele, quero tudo com ele e sei que ele me ama. — Falei deixando meus sentimentos transparecer.

— Como pode ter certeza? E se não for um truque? — Sua preocupação era gritante.

— Sei que não é, sinto isso.

— Seus sentimentos podem estar errados.

— Sei que não estão, ao menos tente compreender. — Disse olhando no fundo de seus olhos.

— Quanta tolice. Pense no que está fazendo, esteja certa de suas decisões. — Ao terminar de dizer deu as costas e saiu aborrecida, suas palavras e atitudes partiram meu coração amargamente.

Novamente lá estava eu em outra crise de choro até ter a obrigação de recompor-me e arrumar para enfrentar uma fera ainda mais perigosa e letal que Lucy, teria que enfrentar meu irmão, temia que meu coração se tornasse migalhas ao final dessa prosa.     

No meio da tarde estava pronta para ir à casa de meu irmão, porém meu ser não, estava a flor da pele com o que estava preste a acontecer

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No meio da tarde estava pronta para ir à casa de meu irmão, porém meu ser não, estava a flor da pele com o que estava preste a acontecer. Fui sozinha e empenhei-me em sair de forma mais discreta possível, as fofocas cercavam-me por toda a cidade, meu nome estava definitivamente na boca do povo, que deteriorava cada vez mais minha conjuntura.

Fui recepcionada por sua esposa em pessoa, ela estava claramente transtornada, sua expressão era um misto de raiva, de mim e de Elliott, e preocupação. Sem entender conduziu-me para um quarto de hóspede e trancou a porta para não ser interrompida por ninguém. Pela sua expressão o que estava prestes a dizer era algo sério e carecia de total atenção.

— Ele está louco, descobriu pelo empregado desta casa que a senhorita terminou com o Lorde, procurou ele pessoalmente para saber o que havia acontecido, esse disse que não poderia ir com o arranjo adiante, não era capaz de lhe oferecer o que precisava. Assim que deixou a casa um dos funcionários do Sr. Watson lhe contou a história verdadeira. Seu irmão sabe que foi a senhorita que terminou por uma paixão infantil. — Respirou e me conduziu até a cama para que eu sentasse, pela sua face dava para perceber que o pior estava por vir. — Seu irmão ficou louco, chegou quebrando tudo, até gritou comigo, ele nunca falou comigo naquele tom antes, foi assustador. Elliott acredita que a senhorita seguiu os mesmos passos que sua Irmã, ele pensa que a senhorita está grávida e que o infeliz vai sumir assim que a história for a público.

— Isso não é verdade, ele tem que entender que o mundo não é do jeito que ele imagina, ou simplesmente destrói. — Disse esbravejando de raiva.

— Devido a esses e outros boatos ele já está sofrendo, sei que não acredita, mas ele se preocupa com a senhorita, ele não é má pessoa, só não sabe faz as coisas da forma certa, na maioria das vezes, como esposa é minha obrigação apoia-lo sempre. No entanto com esta história ele está a perder valia e respeito. Sua irresponsabilidade pode pôr tudo a perder, igual sua irmã fez, levará ainda mais tempo para ele conseguir se reergue.

— As coisas não funcionam assim, isso é errado...

— Não importa agora. Quando for falar com ele esteja preparada, nunca o vi daquele jeito. — Disse dando as costas para mim e voltando para seu mundo.

Respirei fundo e tentei preparar-me, porém era humanamente impossível. Segui ao escritório dele, tremendo e temendo a cada passo. Quando entrei o escritório ainda estava bagunçado, com sua explosão de fúria. Estava vermelho e olhou-me com ira e profunda decepção.

— Sua grande imbecil, estragou a vida de todos nós, gostava tanto de sua irmã que preferiu seguir o mesmo exemplo daquela inútil. Não passam de duas...

— Chega Elliott, sei que está bravo, mas não nos ofenda desta maneira. Com o tempo recuperara sua fortuna. Tu és um Cárter conseguira o que almeja, os homens desta família sempre conseguem não é mesmo? — Disse ironizando e magoada.

— Deixa de deboche Isabelle, tu arruinaste nossas vidas, não bastava uma desonrada na família agora duas. Pois bem garota, já tomei minha decisão, a menina ira para Europa estudar longe de sua má influência e tu casara com um qualquer, um que seja imbecil o suficiente para lhe aceitar, mesmo que eu pague caro para isso.

— Seria capaz de me vender e me distanciar de minha menina? Tu és tão horrível a esse ponto? Depois não gosta de ser comparado com seu falecido pai.

— Chega insolente, já escutei suas asneiras no meu ouvido o suficiente, agora suma de uma vez da minha frente. — Disse contrariado.

— Esse assunto não acabou por aqui. Ao menos seja piedoso e me dê um tempo para buscar uma solução mais plausível e viável para nós dois.

— Vindo de ti és impossível. Saia logo, não a quero aqui.

— Imploro que reconsidere — disse o encarando e logo depois saindo sem obter resposta alguma.

Encontrei Eleonora no caminho, ela parecia mais abatida e preocupada, porém não disse nada até me acompanhar a porta.

— Boa sorte — disse deixando me bastante surpresa com aquela atitude, não esperava isso dela.

Enviei um bilhete para Lorde Watson agradecendo por me defender e pedindo inúmeras desculpas por o ter colocado naquela situação extremamente constrangedora. Acrescentei contando-lhe que meu irmão havia descoberto a história, não disse diretamente que foi por um de seus empregados, porém deixe a entender.    

Amor ou Razão? (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora