Maya

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Lembrando que eu sou burra e esqueci completamente que duendes medem 30 cm, de acordo com o folclore. Então ao invés de trocá-los por outros seres, eu prefiro pedir  que vocês considerem eles com o mesmo tamanho de anões, se não for pedir muito. Thanx ❤️ 🧝🏽‍♀️
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🍁Nieven narrando🍁

Acordei com uma voz que eu não conhecia chamando meu nome.
Tentei me mover, mas minha cabeça doía muito. Então abri os olhos e me deparei com um duende gordinho.

- Está tudo bem? - perguntou o pequeno, amigavelmente.

- Bem?! Não está nada bem - disse eu, levando uma das mãos até a bainha, rapidamente, à procura da espada, mas não estava lá.

- Calma, calma. Não vou te machucar. Sou Zimmo, prazer em conhecê-lo, senhor... ? - fez menção para que eu dissesse meu nome.

- Nieven - falei, ainda desconfiando daquela situação - E realmente, você não vai me machucar... Já machucou! - continuei, passando a mão na cabeça, que ainda doía muito.

- Ah, me desculpe por isso! Foi Igor quem lhe deu a pancada na cabeça. Não era nossa intenção, mas ele é um pouco impaciente, sabe? - Zimmo parecia estar sendo sincero.

- Sei... - respondi, com rancor - E o que você quer comigo? Onde estão meus amigos?! - perguntei, atropelando qualquer frase que ele começaria a dizer. "Amigos", só reparei alguns instantes depois que havia dito.

- Veja bem, nós vimos você e seus amigos ontem, caminhando pela floresta, e ficamos curiosos para saber o que faziam por estas bandas. Apesar de haver perigos na Floresta de Jade, algumas das criaturas que aqui vivem não dedicam suas vidas ao mal. Nós somos algumas dessas criaturas que não querem ferir ou prejudicar ninguém. Então, decidimos convidá-los para uma festa, para que pudéssemos conversar e quem sabe ajudá-los. Mas assim que vimos como vocês se defenderam do diabrete, percebemos que também precisaríamos tomar cuidado em nossa abordagem. Foi assim que tivemos a brilhante ideia de trazer sua amiga na frente, para que vocês nos seguissem. Mas no fim, as coisas não saíram como planejado, Igor te deu uma pancada na cabeça... mas estamos aqui! - contou Zimmo, terminando com um sorriso orgulhoso. Seria cômico, se não fosse trágico.

Era a história mais tosca que eu já tinha ouvido na vida, mas eu tentei confiar no duende. Que outra escolha eu tinha?

- Tudo bem. Me leve até meus amigos - de novo eu usei a palavra "amigos". Isso era estranho para mim, pois fora Pyrder, eles não eram realmente meus amigos, ao mesmo tempo era bom dizer isso.

- Siga-me - disse ele, levantando-se e saindo da sala em que estávamos. A qual fazia parte de sua suposta casa.
Saímos de dentro da residência e já era noite. Aos poucos fui percebendo que estávamos num vilarejo escondido.

Em toda aquela Floresta escura e medonha, um lugar iluminado, que exalava à tortas e frango.
Haviam árvores muito altas e grossas. E dentro delas eles haviam construído salões e casas, para se esconder do resto da floresta. Chegava a ser arquitetônico, bonito de se ver.
Subimos uma escada que levava até um desses salões. O cheiro de comida se intensificava ainda mais, e agora eu podia ouvir, entre risadas e conversas, uma música alegre tocando. Foi então que comecei a relaxar os músculos, antes tensos graças à desconfiança.

O salão estava totalmente decorado. Haviam duendes, fadas e até mesmo centauros ali, todos interagindo amigavelmente. Eu nunca teria imaginado uma cena assim, ainda mais na Floresta de Jade, um lugar famoso pela reputação de mortes e rituais malignos.
Passei os olhos pelo salão. Aril e Raibyr estavam sentados numa mesa, conversando. Agradeci Zimmo e fui até eles.

As crônicas de Elenlindäle Onde histórias criam vida. Descubra agora