Imprevistos à frente

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🍁 Nieven narrando🍁

- Esta é Dyla. Nós a encontramos em uma cabana, ela disse que podia ajudar Aril, então deixamos que viesse. - esclareci, enquanto Esyae me encarava com indignação.

Dyla acenou, amigavelmente, mas Esyae ignorou.

- Vocês não podem trazer qualquer estranha com a gente. Essa coisa de virar amigo de qualquer um já deu merda uma vez, se é que não se lembram. - resmungou Esyae, catando os gravetos do chão.

- Esyae, não foi bem assim. Eles nos ajudaram e muito, fomos nós que levamos o problema para a aldeia. - disse eu.

- Não se preocupe, Esyae. Ela prometeu nos ajudar, caso contrário eu mesmo a matarei. - disse Raibyr, num tom ameaçador.

Dyla não pareceu se preocupar, continuou analisando Aril, que dormia tranquilamente.

- Pessoal... Mudando de assunto, vocês não estão preocupados com o Qildor não? - perguntou Pyrder, na falha tentativa de diminuir a tensão do grupo.

- Sinceramente? Não. Ele estava realmente muito chato durante todo o tempo. Deve ter voltado para Elenlindäle. - disse Raibyr, levantando-se e limpando a areia das mãos tranquilamente.

- Talvez ele queira um tempo sozinho... - disse eu, não querendo admitir que até a pior das situações era mais agradável sem a presença de Qildor.

Ficamos em silêncio por alguns minutos. Até que Raibyr questionou, impaciente:

- E então, Dyla? O que Aril tem?

- Ela está completamente normal. - respondeu, Dyla.

- Está brincando comigo?! - perguntou Raibyr, indo em direção a ela.

- E por que eu faria isso? - disse ela, sem a menor preocupação no rosto ou na fala.

- O que você quer dizer com "normal"? - perguntei.

- Ela está muito bem. O que está acontecendo é a manifestação de seus poderes. Se não me engano, ela é uma fada, certo? - perguntou Dyla, antes de prosseguir.

- Sem asas... isso... - disse Esyae, abismada com como Dyla sabia que Aril era uma fada, sendo que não a conhecia e ela não possuía a principal identificação: asas.

- Pois bem, as fadas geralmente desenvolvem seus poderem desde muito jovens, mas como sua amiga aqui não tem asas, pode ser que tenha tido problemas com os poderes também. Suponho que ela tenha tido algum choque emocional ultimamente, o que desencadeia esse tipo de reação em habilidades adormecias. Imaginem a quantidade de poder que deve estar acumulada dentro dela, e ela não está acostumada com eles despertos, por isso a fraqueza. Mas não se preocupem, pelo que sei ela só precisa descansar. Amanhã se sentirá muito melhor.

O silêncio era de surpresa entre nós. Acredito que ninguém imaginava que Aril possuía poderes, mesmo sabendo de suas origens.

- Já que é assim, vamos preparar tudo para dormirmos aqui. - disse Pyrder, quebrando o silêncio.
* * * *

   Com os cavalos amarrados à árvore. Ascendemos a fogueira, e ficamos sentados em volta dela.
Aril, ainda dormia no colo de Raibyr.
Dyla e Pyrder conversavam empolgados, era como se o peixe e o pássaro contassem um ao outro sobre suas vidas.
Esyae estava em um canto, usando a adaga para talhar um graveto, bufava a cada risada que Pyrder e Dyla davam. Se eu não a conhecesse, diria que estava com ciúmes.

Olhei para o céu. Ele estava tão estrelado quanto as maçãs do rosto de Jastra.
Fechei os olhos, e tentei lembrar de seu sorriso.

Sinto tanto a sua falta...

Meu coração doía ao pensar nela.

* * * *


Dormimos em turnos, apenas não deixando Dyla acordada sozinha, pois ainda não confiávamos completamente nela.
A noite foi tranquila. Digo isso porque ninguém matou ninguém como era planejado,  então... estava tudo certo.

Aril parecia outra pessoa, mais disposta que qualquer um de nós. Ela se quer parecia faminta, e estava sem comida há tanto tempo quanto todos.

- Se sente melhor Aril? - perguntei.

- Sim, muito! Acho que nunca tive tanta energia concentrada em meu corpo. É estranho, mas é bom. - respondeu, animada.

Raibyr enrolava as cordas dos cavalos perto dali, e pude ver de longe seu sorriso ao ouvir Aril dizer que estava bem.

- Tudo pronto! Podemos ir. - disse Esyae, limpando as mãos.

- Vocês não vão a lugar algum. Armas no chão!

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