Capítulo 57 parte 1

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Boa noite amorinhas minhas! Capítulo dividido porque estamos tendo dificuldade de aceitar o fim de OPA. Beijocas da Maduh




Elizabeth


Permaneci imóvel e tensa tentando fazer meu cérebro pensar com clareza o que por que diabos ela estava aqui. Respirei fundo tentando manter a calma.

— Não temos nada para conversar. — sua expressão era séria e no momento em que escutou minhas palavras ásperas uma sobrancelha se ergueu. Então sem convite se sentou a minha cadeira logo a suas costas. Sua expressão dura e determinada me diz que ela não iria embora até que falasse tudo que queria. E de repetente toda aura de felicidade se foi. Eu se quer podia imaginar o que Kathya queria aqui em minha sala. Mas eu tinha certeza de uma coisa: o assunto era sobre Alex e eu pude sentir o ciúme e raiva instantaneamente percorrerem meu sangue.

— Pelo visto, você escutou meu conselho. — ela falou calmamente em seu sotaque irritante. Ela não tinha mais aquele sorriso arrogante em seu rosto, mas ainda mantinha seu nariz empinado, como se todos estivessem abaixo dela. Deus, como eu odiava essa mulher. Mantive-me em silêncio mesmo sem entender a que droga de conselho ela se referia.

— O que você quer, Kathya? O que veio fazer aqui em Nova York? — despejei irritada depositando a caneca na mesa ao meu lado e cruzando os braços, a fulminando com meus olhos.

— Eu não vim pelos motivos que você supõem, Elizabeth — Seus olhos seguiram para o nada e eu não decifrei sua expressão. E nem quis. Ela estava exatamente como quando nos encontramos em Bangui. Visivelmente mais magra e um pouco abatida. Seus cabelos apesar de menos loiros, caiam em volta do seu pescoço mais curtos do que o meu, e mesmo sem toda a aparência perfeita de anos atrás ela ainda era uma mulher estonteante. E eu a odiei ainda mais por isso. A odiei por todas as vezes em que minha mente imaginou ela e Alex juntos. Suguei mais uma respiração e revidei.

— Se não está aqui por ele, então por que veio? — eu não queria prolongar aquela conversa bizarra.

— Estou aqui por ele, mas não da maneira que pensa. — sua calma começava a me irritar e sua confissão só piorou a raiva que eu já sentia. — Eu sei o que Alex sente por você, sei que não posso mudar isso. Três anos foram o suficiente, acredite.

Eu não pude deixar de ouvir a dor mal escondida em suas palavras. Eu não quis sentir nenhuma compaixão por ela, mas eu era mesmo uma imbecil. Permaneci calada observando cada emoção em seu rosto sentindo que ela iria chegar em algum lugar.

— Eu ainda o amo, mas eu segui em frente. Nós duas precisamos fazer o mesmo. Você precisa escutar o que eu tenho a dizer.

— Eu não tenho que fazer nada com você — disse firme. Se dizer que amava Alex era seu modo de pedir para seguir em frente ela estava sendo ridícula. Kathya se ergueu parecendo impaciente pondo os cabelos curtos atrás da orelha.

— Você pode pensar racionalmente por alguns segundos, Hastigns? Eu preciso contar algo importante a você, okay? E não sou o tipo que vai rastejar para que me escute. Alex corre perigo. E se você se importa com ele, vai ter que me escutar.

Desviei os olhos e lembrei que não era a primeira vez que ela dizia isso... "Alex corre perigo". Foram exatamente suas palavras em Bangui. Meu peito apertou e mesmo derrotada decidir fazer o que ela me pedia. Escutar.

Me sentei a sua frente e fiz sinal para que ela falasse de uma vez.

— Naquele dia que nos encontramos em Bangui, eu tinha algo importante a fala com Alex. Depois que você saiu do pub eu resolvi procurá-lo, mas eu havia acabado de chegar e não fazia ideia de como encontrá-lo. No dia seguinte eu fui até o a Base Militar e esperei por horas, quando ele apareceu. Perguntou se estava tudo bem, o que tinha acontecido para ter ido até ele. Eu disse que estava tudo bem e então falei que precisávamos conversar — meu peito ardeu por saber que ele se importava com ela, mas tentei ignorar o sentimento. Seu olhar endureceu novamente. — Ele não me deu mais que cinco minutos de atenção, disse que estava tentando reconstruir as coisas com você e que não queria mexer no passado. Naquela época eu só tinha uma suspeita... uma informação aqui boatos ali. Eu precisava alertá-lo. Mas Alex passou por coisas demais e não quis me dar ouvidos. Disse que queria deixar o passado para trás.

— Suspeita? Do que você está falando — questionei confusa com seu relato. Kathya ignorou minha pergunta e se ergueu passando a andar pela sala e continuou.

— Eu não sei até que ponto Alex se abriu com você, mas você deve saber que ele passou os últimos três anos desarticulando um braço importante da máfia Russa. Ele mexeu com gente grande, não era algo que ele faria em meses, não era meia dúzia de caras presos. Era gente da pesada, com influencia em toda a máfia Oriental. Alex não fez tudo aquilo sozinho, teve ajuda dos Irlandeses sanguessugas — sua voz baixou o tom em desprezo.

— Ele me contou tudo isso... — disse querendo que ela chegasse a seu ponto.

— Alex esteve atrás do peixe grande, do cara que esteve por trás Otto Philips e toda a confusão com a Irma dele. Há alguns meses ele conseguiu a localização desse cara. A polícia federal e Agência Russa se uniram a uma operação para prender todos esses criminosos.

— Sim — disse vagamente agora perdida em lembranças — Apareceu em todos os telejornais, foi considerada uma das maiores operações contra a máfia dos últimos cinquenta anos.

— Sim — ela disse um pouco ansiosa e agora tudo que eu sentia era um enorme angustia em meu peito. Como se algo dentro de mim soubesse onde aquilo tudo ia dar. — No dia da operação, o circo estava fechado e graças a informação dada por Alex o esconderijo foi encontrado. Houve uma grande explosão no local e o homem pelo qual Alex procurou por três anos, assim como vários outros criminosos foram dados como mortos. Porém...

Ela me olhou parecendo hesitar e respirou fundo quando disse.

— A alguns dias eu recebi uma informação de um dos meus agentes de confiança. Quando eu fui a Bangui era só uma suspeita. Mas agora é uma certeza, Elizabeth. Esse homem está vivo e se a informação que meu agente deu estiver certa, ele está aqui em Nova York.

Continua

O PREÇO DO AMOR - EM EDIÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora